sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sespa quer esclarecimento

No AMAZÔNIA:

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) vai entregar hoje um documento à direção do Hospital da Ordem Terceira, para que esclareça como se deu o atendimento do paciente de 52 anos que faleceu na última terça-feira com sintomas de gripe suína e que não teve, em momento algum, segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sespa, Ana Helfer, o caso notificado à Vigilância da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), conforme prevê o protocolo de enfrentamento da doença no Estado.
O paciente faleceu às 20h30 de terça-feira, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da 'Ordem Terceira', depois de também ser atendido no Pronto-Socorro da travessa 14 de Março (PSM), onde, segundo a Sespa, ele nem chegou a ter o caso notificado ou foi medicado com o antiviral específico. 'O paciente foi recebido no PSM com toda a hipótese de infecção pelo vírus H1N1. O hospital era obrigado a notificar o caso à Sesma desde esse primeiro momento. Mas isso não aconteceu', informou Ana Helfer.
A coordenadora recebeu um relatório da Vigilância municipal, que explicava os procedimentos adotados tanto no PSM quanto na Ordem Terceira. 'Segundo o relatório da Sesma, em nenhum momento ocorreu a notificação e nós queremos saber o motivo. Houve falhas no atendimento do paciente nos dois locais por onde ele passou', afirma.
Ana Helfer não confirma a informação da família do paciente de que ele só teria conseguido um leito porque uma conhecida agilizou o processo. 'Não existe ninguém influente na Sespa para agilizar internações. Todo mundo sabe disso. Todo caso de notificação é obrigatório e acontece de acordo com o fluxo', garante.
Sobre a possibilidade de o paciente ter feito um exame póstumo - que teria acontecido duas horas após sua morte - Ana Helfer diz ser impossível, uma vez que não há a possibilidade de se encontrar vestígios do vírus H1N1 através de sorologia e sim, somente, por exame laboratorial, realizado através de análise de material de nasofaringe, coletado pelo Laboratório Central (Lacen) e encaminhado para processamento no Instituto Evandro Chagas (IEC). O que não aconteceu, segundo a coordenadora. 'Não existe sorologia para o H1N1. O vírus só pode ser identificado por isolamento viral. Somente uma análise de secreção de nasofaringe é que pode confirmar ou não a presença do vírus. E esse material não foi colhido. Não houve notificação', reforçou.
A titular do Departamento de Vigilância em Saúde da Sespa afirma que só será possível confirmar o óbito do paciente por gripe A após as análises por vínculo epidemiológico, que pode ser realizado através do histórico do contato entre o paciente e outras pessoas. A análise deverá ser realizada até a próxima semana.

Um comentário:

Anônimo disse...

É por essas e outras que nós do sul do Pará procuramos as cidades do Sudeste para nos tratar.