No AMAZÔNIA:
Pescadores que residem nos furos da Ilha das Onças reclamam dos estragos causados pelas grandes embarcações. Apesar das placas de sinalização, os barcos de grande porte passam nas vias estreitas em alta velocidade, causando prejuízos econômicos aos ribeirinhos e colocando suas vidas em risco, uma vez que é comum a maresia gerada por estas embarcações virarem os casquinhos.
Antônio Oliveira do Nascimento é pescador e mora na Ilha das Onças. Ele conta que estava em um casco no sábado passado, na entrada do furo do Nazário, quando uma barco de grande porte que trafegava em alta velocidade gerou uma maresia que virou o casco por cima dele. 'Quase morri afogado. Pensei em falar com o comandante do barco, mas fiquei com medo', afirma. Segundo o pescador, esta situação é muito frequente nos furos da ilha. 'Não é só essa embarcação. Donos de lancha, barcos que vão para Barcarena, Ponta de Pedras e até os próprios moradores locais fazem isso. Já falamos com a Associação de Moradores, com o Centro Comunitário, mas ninguém resolve o problema', reclama.
Para Antônio, a única maneira de amenizar a situação seria por meio de uma fiscalização mais efetiva. 'Já aconteceram vários afogamentos. Gostaríamos que eles tivessem um pouco mais de respeito, porque as crianças também andam nos cascos e é do rio que nós tiramos o nosso sustento. Não podemos mais usar matapis (instrumento para pegar camarão), porque eles acabam com tudo. Mas já que eles não pensam nisso, deveria existir uma fiscalização, porque só a sinalização eles não respeitam', alega. O pescador argumenta que a população já tentou dialogar com proprietários de embarcações, mas não tiveram sucesso. 'Para eles, eles são os donos do rio. Quando vamos reclamar, eles vêm com violência'.
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