quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“O preço do banditismo”

“O preço desse banditismo desenfreado será pago por toda a sociedade paraense, indiscriminadamente, com a redução da produção de alimentos e a conseqüente elevação de seus preços, além do inexorável aumento da migração campo/cidade, a expansão de favelas urbanas e o retrocesso de seu processo de desenvolvimento”, diz uma nota assinada pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Fernandes Xavier, sobre as invasões promovidas pelos sem-terra no sul do Pará.
A seguir, a íntegra da nota.

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SOB A PROTEÇÃO DIVINA

Mais uma vez, o movimento dito social dos Sem Terra retoma sua ação criminosa de invasão de propriedades rurais, e, numa atitude típica de ladrões, agiram na calada da noite, para evitar, dessa forma, a identificação de seus líderes e o registro de seu vandalismo.
De fato, na madrugada do dia 03, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, (MST) cumprindo promessa anunciada desde o início da semana, invadiram a Fazenda Maria Bonita, em Eldorado do Carajás, sul do Pará, e queimaram tratores e currais, agrediram funcionários, destruíram suas casas, onde, inclusive, crianças encontravam-se dormindo, obrigando-os a deixar suas residências no meio da noite.
O terrorismo dessa madrugada ocorreu também em um dos núcleos da Fazenda Rio Vermelho denominado Quamasa. No local, aproximadamente 100 homens fortemente armados chegaram de caminhão, arrombaram porteiras, correntes, cadeados; atiraram e renderam os funcionários, mulheres e crianças, ameaçando-os de morte. Na seqüência, atearam fogo no recinto de leilão da fazenda, rasgaram sacos de semente de milho que ali estavam depositados, quebraram toda estrutura do recinto, viraram botijões de semem, retiraram os móveis dos funcionários de suas residências e depredaram todas as casas, quebrando janelas, pias de cozinha, e instalações sanitárias.
Pela manhã, o MST fechou a rodovia PA 150 na região, impedindo o trânsito na estrada e intensificando suas ações de terrorismo. Até quando teremos que conviver com esses atos de banditismo, que cresce e se renova com a impunidade de seus executores, ante a inércia das autoridades competentes?
O preço desse banditismo desenfreado será pago por toda a sociedade paraense, indiscriminadamente, com a redução da produção de alimentos e a conseqüente elevação de seus preços, além do inexorável aumento da migração campo/cidade, a expansão de favelas urbanas e o retrocesso de seu processo de desenvolvimento.
Hoje, o Pará e sua economia se defrontam com barreiras sociais e/ou institucionais que funcionam como elementos de desalavancagem de atuais e novos investimentos. Obstrução de canais de escoamento da produção, propostas inviáveis economicamente e a recusa em discutir democraticamente alternativas, jogarão no lixo da história econômica do Pará mais uma geração de esperanças e esperançosos.
O governo tem a obrigação e a responsabilidade de prevenir, impedir e punir atos de terrorismo que vêm sendo praticados no País, em geral e no Pará, em particular. Não é mais possível tolerar este tipo de ilegalidade, incompatível com o Estado Democrático de Direito. A sociedade exige das autoridades competentes medidas que coíbam esses atos criminosos e assegurem o preceito constitucional do direito de propriedade. Se as leis dos homens não forem cumpridas, só nos resta recorrer à proteção divina.
Belém do Pará, 04 de novembro de 2009

Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa)
Carlos Fernandes Xavier
Presidente

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