sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Júri de advogado volta hoje

No AMAZÔNIA:

A defesa do advogado João Bosco Guimarães, acusado de assassinar o promotor de justiça de Marapanim Fabrício Ramos Couto, insiste na tese de semi-imputabilidade do réu - ele estaria sob crise emocional quando executou o promotor, portanto, não tinha noção do ato cometido -, a fim de conseguir uma redução entre um e dois terços da possível pena a que ele poderá ser condenado pelo tribunal do júri. O crime foi em 24 de novembro de 2006.
O julgamento, que começou ontem, recomeçará hoje. O juiz Cláudio Henrique Rendeiro, presidente da sessão de júri, concedeu intervalo para descanso noturno às 19h, devendo o corpo de jurados permanecer em um hotel, em caráter incomunicável.
Os advogados de defesa Jânio Siqueira e César Ramos acreditam que se os jurados aceitarem a tese, o réu poderá ter um benefício maior porque é primário. Os dois insistem que o promotor perseguia o advogado, que havia uma rixa entre os dois e que muitos funcionários do fórum e outras testemunhas tinham conhecimento de vários conflitos entre vítima e réu, movidos por humilhações que supostamente Fabrício Couto promovia contra João Bosco. 'O promotor gostava de humilhá-lo, diminuí-lo como advogado, inclusive; o João Bosco já havia pedido para o promotor tratá-lo melhor', afirma Jânio Siqueira.
O crime ocorreu em 2006, quando o promotor trabalhava em seu gabinete no fórum da comarca de Marapanim. Apesar da defesa do réu alegar que os funcionários do fórum tinham conhecimento dos conflitos entre vítima e réu, nenhuma das testemunhas de acusação de Marapanim confirmou tais afirmações.
A primeira testemunha a depor, Ananias Rodrigues, atendente judiciário do fórum de Marapanim, contou que chegou ao local para trabalhar pela manhã e viu o carro do promotor estacionado, entrou em sua sala e depois ouviu barulho de três disparos e em seguida mais três. Resolveu abrir a porta e olhar pelo corredor, quando viu o advogado João Bosco com uma arma na mão direita e ficou assustado. O advogado disse algumas palavras, que a testemunha disse que não entendeu, e decidiu voltar para dentro de sua sala e trancar a porta com chave. Depois que a polícia chegou ao fórum, soube pelos colegas de trabalho que João Bosco teria dito para ele ficar tranquilo porque não ia matar mais ninguém.
A outra testemunha, Arilson Pires, também funcionário do fórum, negou que sabia de desentendimentos entre o promotor e o advogado e confirmou que sabia que o réu era uma pessoa popular em Marapanim, que costumava ajudar pessoas e entidades de baixa renda, além de organizações esportivas, mas disse que nunca ouvira nada sobre supostas humilhações sofridas pelo advogado no fórum.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se passar mais tempo, o defensor vai acabar "provando" que o morto foi quem tentou matar o assassino.
E que foi legítima defesa do pseudo-maluco-por-conveniência.