sábado, 21 de novembro de 2009

Fora daqui!

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad – este sujeito da foto – está chegando por aqui.
Ele é mal-vindo ao Brasil.
E devem ser mesmo mal-vindo.
Sendo quem é, tendo feito o que já fez, tendo dito o que já disse, Mahmoud Ahmadinejad talvez não seja nem bem-vindo nem mesmo para o presidente Lula.
Aliás, é um absurdo, um despropósito criticarem Lula porque recebe um cidadão como esse.
Lula é chefe de Estado.
Se chega ao seu gabinete um pedido para receber um cidadão como Mahmoud Ahmadinejad, presidente de um país como o Irã, com o qual o Brasil tem relações diplomáticas normais, vocês acham que Lula deveria dizer o quê?
Deveria dizer “não o recebo”?
Deveria dizer “eu não quero nem vê-lo pintado de Mahmoud Ahmadinejad”?
Deveria dizer “xô daqui?”
Claro que não.
Lula deve recebê-lo dentro dos limites e das circunstâncias que impõe os deveres e obrigações recíprocas que devem ser observados por dois chefes de Estados que mantêm relações normais, como é o caso de Brasil e Irã.
Agora, nós, que não somos Lula, precisaríamos e precisamos externar a nossa repulsa por um sujeito como esse colocar os pés no Brasil.
Mahmoud Ahmadinejad está mais para bedel de uma Unitalebã, aquela de princípios obscurantistas, do que para chefe de Estado.
Ele, Mahmoud Ahmadinejad, imprime a seus discursos a grife do terror.
Da destruição.
Do despropósito.
Da exclusão.
Da intolerância.
Foi assim quando já disse – e reafirmou – que Israel deveria ser varrido do mapa.
Foi assim quando negou – e nega – a existência do Holocausto.
Foi assim quando disse que no Irã não existem homossexuais, uma afirmação tão risível e que, por ser risível, não esconde o seu verdadeiro sentido: a revelação de que Mahmoud Ahmadinejad só admite o homossexualismo como hipótese a ser, vá lá, rechaçada inclusive com a força do chicote e das amputações.
Foi assim quando ganhou uma eleição fraudada.
Foi assim quando seu governo desencadeou uma repressão despudorada contra iranianos que foram para as ruas combater as fraudes.
Este é Mahmoud Ahmadinejad.
Mahmoud Ahmadinejad é um tirano.
Dissidentes e manifestantes no Irã têm sido presos e espancados.
Ele chega segunda-feira.
Que seja mal-vindo.
Xô!

9 comentários:

Anônimo disse...

Os paises que tem bomba atômica não desistem desta ideia, como querer que os outros não tenham?

Anônimo disse...

Querendo ou não ele é o representante do povo Iraniano e como tam deve ser bem tratado como qualquer visitante. O Brsileiro é conhecido pela sua cortezia e hospitalidade para com os estrangeiros e nada justifica uma grosseria e uma falta de educação como esta.

alessandro amaro disse...

Acredito piamente na existência do holocausto, mas também acredito na liberdade de opinião.

Anônimo disse...

E isso mesmo, anônimo das 16:39, muito bem!

O Brasil não tem inimigos externos, inexistindo razões para admoestar o sujeito que, na verdade, representa o povo iraniano, gente igual a gente, assim como os israeleses, também nossos irmãos.

Se eles brigam, o problema é deles e se o Brasil puder ajudar seria ótimo.

Respeitar as soberanias. Eis o desafio para fixar a paz no mundo!

Anônimo disse...

É o amiguinho do Presidente Lula!!!

Esse político teve a eleição questionada por milhares de iranianos que foram às ruas protestar contra os fortes indícios de fraudes na referida eleição. Trata-se, sem dúvida, de um pacato cidadão a que devemos receber com nossa conhecida bonomia.
Houve, até, a morte de uma moça que protestava em Teerã pelas forças que o apoiavam e cujas imagens estão disponíveis no youtube.
A tudo isto, nosso presidente disse que tudo não passava de uma briguinha sem importância, dessas que acontecem entre vascaínos e flamenguistas.
É evidente que o Irã é uma ditadura e que, se a bomba atômica cair no colo desse cidadão, tudo pode acontecer. Para pior, é claro.
Assim, se somos, verdadeiramente, uma democracia, devemos evitar ações que, em última instância, têm como resultado prático legitimar um governo ditatorial, que não hesitou sequer em atirar no próprio povo e ameaça Israel com sua destruição completa.
Assim, faço coro com vc, PB: XÔ!!!
Acrescento, ainda, que o ditador venezuelano Hugo Chávez elogiou nesta semana seu compatriota "Carlos, o Chacal", conhecido terrorista que fez fama nos anos 1970 com uma série de assassinatos e explosões a bombas de altíssimo impacto e que se encontra hoje preso na França em razão de ter assassinado dois policiais.
Essa ode à violência diz muito sobre o que pensa Hugo Chávez e seu regime ditatorial.
É lamentável que sejam muitos entre nós os que defendem esses dois dirigentes ditatoriais (para não dizer, totalitários).
Isto significa que as liberdades civis e políticas precisam ser diligentemente defendidas ainda hoje, a despeito do fracasso do nazi-fascismo, do comunismo e de outras tantas ditaduras sanguinárias que o século XX conheceu.
Para mim, na raiz desse ódio à democracia representativa está um desvairado antiamericanismo que faz com que muitos ditadores - como Chávez, Fidel, Raúl e esse iraniano maluco - sejam defendidos sem nenhum constrangimento desde que, é claro, alinhem-se contra a superpotência norte-americana.
Um livro que explica bem essa patologia é "A Obsessão Antiamericana - Causas e Inconsequências" do escritor francês Jean-François Revel, uma leitura que recomendo aos que padecem dessa patologia e também aos que não padecem. No Brasil, o livro foi publicado sob o selo da UniverCidade.
Queria acreditar que tenha sido exagerado em meu comentário sobre o antiamericanismo, mas, lamentavelmente, penso que não tenha sido assim.

Anônimo disse...

Ao Blog e aos anônimos de cultivam as mesmas idéias.
Vocês confundem os ditadores com os povos que eles governam, caso típico de intolerância...
UFA! Ainda bem que vocês não governam...

Poster disse...

E ainda bem, Anônimo das 10:14, que você não é ombudsman aqui do blog.
Porque você não vai encontrar na postagem uma vírgula, um ponto, uma linha sequer depreciativa ao povo iraniano.
Se você me provar o contrário, eu passo a dizer que o cidadão que governo os iranianos é o melhor cidadão do mundo.
Está lançado o desafio.
Aguardo o seu retorno.
Abs.

CTX disse...

Paulo parabéns pelo post, mais uma vez recheado de coerência e qualidade não apenas jornalística, mas de ética social. Precisamos recebê-lo como representante do Irã, mesmo discordando totalmente de sua atuação. Não deixamos de receber o 1o ministro israelense mesmo ciente dos crimes cometidos contra o povo palestino. Ou de ter grandes relações coma China, mesmo tendo um governo que reprime político-socialmente a sua população, com censura direta na mídia televisiva e internet. Essas ações contra a vinda do Ahmadinejad, na minha opinião são mal direcionadas, mas devem ser elogiadas pela finalidade pacifista.

CTX disse...

Ah, vale lembrar que o homossexuais também podem ser punidos com pena de morte na Arábia Saudita, mirados Árabes Unidos, Iemen, Nigéria, Sudão, Mauritânia e Somália, mas disso ninguém lembra?! Não vejo protestos contra esses países. Em 70 outras nações o ato homossexual consensual e privado pode ser passível de punição com campos de trabalho forçado, flageção, multas e prisão (inclusive perpétua). No próprio Brasil, os crimes contra homossexuais são constantes e frequentemente terminam impunes. É inaceitável que nossos políticos continuem trancando o prejeto de lei que torna a discriminação e violência contra homossexuais um crime. Algum protesto na frente da câmara ou do senado quanto a isso?