No AMAZÔNIA:
A cena se repete todos os anos: acúmulo de lixo e entulho nos canais e a chegada do período chuvoso. O problema provoca transtornos para administração municipal e, principalmente, para a população que tem a residência invadida pelas enchentes. A Operação Inverno deste ano, da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), já retirou cerca de 30 toneladas de lixo, entulho, mato e lama de canais, bueiros e valas de Belém. O objetivo é preparar a cidade para o inverno amazônico, que se inicia, de fato, a partir de dezembro e se intensifica em fevereiro.
No total, são mais de dois meses de operação, que deve atingir os 68 canais da cidade e dos distritos, além de ruas e redes de drenagem. Os canais do Una, Mata-fome, Mariano e Tucunduba, um dos maiores da cidade com cerca de cinco quilômetros de extensão, estão sendo limpos manualmente. Os próximos serão os da Bernardo Sayão, Timbiras e Quintino. A limpeza é realizada por 300 homens que retiram o entulho e o lixo de dentro dos canais e realizam ainda a capinação das margens.
De acordo com a Sesan, os serviços já foram concluídos nos canais do Galo, Parque União, Antônio Baena e Pirajá e a limpeza será retomada em três meses. No entanto, os serviços no canal da Antônio Baena deverão ser reiniciados antes do prazo estipulado. No cruzamento com a avenida Pedro Miranda, a situação é de completa sujeira. Além do lixo doméstico, o entulho predomina na área. A mureta de proteção do canal está com mais de dez metros destruídos. São restos de materiais de construção, madeira, pedaços de móveis e até pneu.
'É constante o lixo e esse entulho aqui no canto do canal com a Pedro Miranda. A prefeitura faz a limpeza quase que diariamente e, cinco minutos depois, aparece o carroceiro ou alguém jogando lixo aqui. As pessoas limpam os seus quintais e jogam tudo na rua. A culpa também é do povo, que é porco, e não ajuda a prefeitura. É possível encontrar de tudo: móveis velhos, entulho e lixo de casa', afirma a aposentada Marilda Costa, indignada, que mora há mais de nove anos nas imediações do canal. Para ela, a multa e fiscalização são algumas das alternativas para a solução do problema.
Alguns moradores já tiveram as casas inundadas por causa do transbordamento do canal. O lixo e o entulho se estendem ao longo das margens na Antônio Baena, entre as avenidas Pedro Miranda e Antônio Everdosa. 'Moro há 20 anos aqui na travessa e a reclamação é sempre a mesma. É lixo de casa e os cachorros rasgam o saco. Com isso, fica tudo espalhado na rua. Tem vezes em que as pessoas colocam fogo no lixo, mas é perigoso. Uma vez fiquei com medo, porque a minha casa é de madeira, e chamei os bombeiros. Inclusive, estou até me mudando da aqui. É ridículo e o povo daqui ainda diz que eu quero ser a dona da rua quando reclamo', disse a dona de casa Silvana Brito.
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