No AMAZÔNIA:
Sete dos dez acusados de co-autoria do assassinato do policial federal Sandro Guilherme da Silva Cunha vão voltar para casa. A Justiça condenou três dos acusados a 13 e 14 anos de prisão e absolveu os outros sete réus por homicídio triplamente qualificado, crime ocorrido em um balneário no município de Monte Dourado, no oeste do Estado, em dezembro 2002. A sentença foi anunciada pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, por volta de 14 horas de ontem e causou comoção entre réus e familiares. O julgamento foi o maior júri popular do ano em número de réus e durou dois dias. Os réus absolvidos passaram seis anos presos.
Robson de Oliveira Paes, o 'Nego Robson', e Roberto Carlos Galena, apontados por testemunhas como os principais agressores do policial, foram condenados a 14 anos de prisão. Robson é acusado de ter roubado a arma do policial e disparado contra a vítima, enquanto outras pessoas o agrediam. Márcio de Lima Cardoso, o terceiro acusado, foi condenado a 13 anos de prisão.
O segundo dia de trabalho no Fórum Criminal da Capital foi marcado pela cooperação entre defensoria e promotoria, que concordaram em absolver sete dos dez pronunciados pelo crime em Monte Dourado. As duas partes criticaram a fundamentação da sentença de pronúncia, datada de 2003, e também a atuação do representante do Ministério Público que denunciou, à época, 15 pessoas pelo homicídio. Cinco delas tiveram as prisões preventivas revogadas ainda em 2003 - benefício que, de acordo com a promotoria, deveria ter sido estendido aos outros acusados.
O promotor de justiça Edson Guilherme Souza classificou como irresponsável a atuação da polícia e da justiça por manter presos, por quase seis anos, dez pessoas com envolvimento não comprovado com a morte do policial. 'Cinco delas sequer presenciaram o fato. Foram presas mais de um mês depois e não tinham relação nenhuma com a vítima. O relato de testemunhas ouvidas na época do crime comprova isso', argumentou o representante do Ministério Público à comissão de júri. Ao final do julgamento, o defensor público Hedy Carlos Soares garantiu que as famílias dos acusados inocentados do caso pretendem processar o Estado e cobrar indenizações pelos anos de prisão ilegal.
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