quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Risco na Santa Casa

No AMAZÔNIA:

O Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (Sindmepa) nega, mas a greve dos servidores da Santa Casa pode ter tornado ainda mais precário o atendimento no hospital. Na última terça-feira (2), uma gestante de 22 anos transferida de Bujaru para Belém passou mais de uma hora para ser avaliada pelos médicos e chegou a ser encaminhada duas vezes para outras unidades de saúde antes de receber atendimento. Ela sentia dores que indicavam um possível parto prematuro, e chegou à Santa Casa depois de já ter passado pelo Hospital Divina Providência, em Marituba.
O Sindmepa nega que houve recusa no atendimento à paciente pelos médicos que fazem a triagem na Santa Casa. João Gouveia, da direção do sindicato, diz que o problema na terça-feira foi ocasionado pela falta de leitos na UTI neonatal do hospital e não tem relação com a greve dos médicos. 'Caso o bebê nascesse, ele corria risco de morte, já que não havia leitos disponíveis na UTI', completa o médico. Segundo ele, continua não existindo regulação nenhuma do governo sobre os pacientes que vêm do interior, e os leitos do hospital se mantém, dessa forma, sobrecarregados.
Em nota enviada à redação, a direção da Santa Casa joga a responsabilidade sobre a redução do serviço ambulatorial e de triagem obstétrica do hospital, que podem ter ocasionado a demora no atendimento da paciente na terça-feira, à paralisação. A nota diz que a greve, iniciada no dia 25 de agosto, continua a afetar os serviços básicos do hospital. Menos da metade das pacientes que normalmente é atendida na maternidade está sendo internada e apenas as urgências obstétricas vêm sendo atendidas pelos médicos.
A direção do hospital informa ainda que os ambulatórios e as especialidades como clínica médica, gastroenterologia, reumatologia, hepatologia e pediatria, que tiveram o atendimento mais afetado no início da paralisação, 'já estão quase integralmente normalizadas'.
Recuperada do susto, a grávida de sete meses Sandra Maria Barbosa, de 22 anos, já pensa em voltar para casa. O estado de saúde da gestante, que veio de Bujaru a Belém com dores que indicavam um parto prematuro, hoje, é considerado estável. Ela está em observação no hospital e, de acordo com os médicos, não deve ter alta até que seja submetida a exames, para avaliar se há algum risco de infecção que possam causar complicações ou o parto antes do tempo.

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