domingo, 7 de setembro de 2008

Remo leva goleada e afunda sem divisão

No AMAZÔNIA:

Quando o presidente Raimundo Ribeiro foi eleito no ano passado, a chapa encabeçada por ele tinha o título: 'Remo de Primeira'. Com ela, a promessa de levar o Leão Azul de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Dois anos após a chegada de Raimundo, o time azulino conquistou o bicampeonato paraense, mas amargou dois rebaixamentos seguidos na competição nacional. Depois de cair para a Terceira Divisão, os remistas descobriram ontem que, cavando um pouco mais o poço, fica ainda mais fundo. O Leão, uma das duas principais paixões esportivas do paraense, foi goleado por 3 a 0 pelo Rio Branco-AC e foi desclassificado da Série C. Com isso, foi rebaixado para a Série D, a mais nova e última divisão do futebol brasileiro. Contudo, para garantir a presença na Quarta Divisão, o Leão ainda tem que ficar entre os primeiros no Parazão do ano que vem. É a derrocada final no coração de milhões de torcedores.
Não se pode dizer que o golpe foi uma surpresa nos corações azulinos. Toda a segunda fase foi uma prévia de que o pior estava por vir. Em nenhum momento dos últimos seis jogos, a equipe paraense esteve bem em campo. Foram três jogos em Belém em que conquistou apenas dois de nove pontos possíveis, o que é imperdoável para quem disputa uma competição eliminatória. O Paysandu, por exemplo - até porque não se pode falar de um sem citar o outro -, beira ao ridículo quando deixa as divisas paraenses, mas é implacável em Belém e tem tido um aproveitamento em casa que lhe garante na competição.
Problemas internos - entre eles, o atraso dos salários em quase três meses como personagem principal - minaram o ânimo remista dentro de campo. A saída do técnico Artur Oliveira foi o indicativo final do desastre. Não que o trabalho do ex-técnico azulino estivesse surtindo o efeito esperado. Ainda com ele à frente do elenco, o time já demonstrava um inquestionável desgaste técnico. Contudo, se o relacionamento com a diretoria realmente era insustentável, a troca de técnico acabou por mexer também com os jogadores, que não tiveram tempo suficiente para recuperarem-se do baque e se acostumarem com o trabalho de Luís Carlos Cruz - justiça seja feita, o catarinense não teve tempo suficiente para recuperar a equipe.
O fato é que, até que o Remo volte a campo, no Campeonato Paraense de 2009, o inferno astral azul-marinho perdurará por mais três meses. Esse é o período que o time ficará sem jogar oficialmente, sem as minguadas receitas que, mesmo com os bloqueios jurídicos, amortizavam a imensa agonia dos que trabalham no Baenão. Os amistosos caça-níqueis que inevitavelmente serão feitos a partir de agora no interior do Estado mal pagarão o vexame de se ver entre os piores clubes de futebol no Brasil.
Além disso, com o cofre cheio de teias de aranha e parte das verbas de patrocínio já antecipadas pela atual diretoria, resta a dúvida de como os dirigentes conseguirão se acertar com quase todo um elenco que vai embora. Vá lá que não há multa rescisória nos contratos dos que chegaram para a competição, mas a maioria deles não sabe o que é um mês de 30 dias há muito. O final de ano promete ser dos mais turbulentos no Leão Azul.

Um comentário:

Anônimo disse...

Calma, nação azulina.
Resta-nos, azulinos não-doentes mas saudáveis, tomar uma Coristina "D" para acabar essa dor-de-cabeça que é passageira...rs
Tão passageira como a administração
desastroso-catastrófica do Sr. R.Ribeiro e seus "colaboradores".
Eles passam, o Clube do Remo fica!
Saudações Azulinas.