No AMAZÔNIA:
A Vara Especializada em Execução Penal e Medidas Alternativas entregou ontem, cerca de 1.500 livros para a Casa do Albergado, no bairro da Cremação. A campanha de solidariedade foi comandada pelo juiz titular da Vara, Cláudio Rendeiro, em comemoração ao dia do 'Faça a Diferença'.
O novo acervo irá beneficiar cerca de 95 apenados do regime aberto que cumprem pena no abrigo aos finais de semana. 'Na verdade a própria lei de Execuções Penais prevê que nestes espaços tenha uma biblioteca para que as pessoas possam cumprir a pena lendo, mas infelizmente esta não é uma realidade na maioria das casas de apenados do País. Esta é uma maneira de promover a ressocialização do preso, fazer dele uma pessoa melhor para conviver em sociedade', disse Rendeiro.
Todos os anos, a Vara de Execuções Penais desenvolve uma atividade de solidariedade juntamente com a sociedade civil e funcionários. Este ano, a biblioteca da Casa do Albergado foi a escolhida para receber o acervo. A escolha tem a ver a necessidade. Com os novos livros, a Casa pretende desenvolver atividades lúdicas e pedagógicas com os intrenos, o que deve ajudar a preencher o tempo livre do grupo. 'A idéia não é só entregar o livro , mas mostrar a importância da leitura para eles, enquanto instrumento de renovação', disse o juiz.
Condenado há 16 anos de prisão por atentado violento ao pudor, o apenado M. C. T (que pediu para não ser identificado), sabe bem a importância das ações de ressocialização. 'Já cumpri nove anos da minha pena e sei o quanto tudo poderia ter sido pior se não fosse a educação e uma nova chance. Para nós recuperandos, é fundamental este estímulo para sabermos o melhor caminho a seguir, e o quanto o conhecimento pode nos ajudar a mudar de vida, a entrar no mercado de trabalho', afirmou o apenado.
Ele conta que na época em que foi preso tinha apenas a terceira série primária e hoje, com a progressão da pena, que lhe permitiu passar para o regime semiaberto e posteriormente para o aberto, conseguiu concluir os estudos e ingressar numa faculdade. 'Sei que vai de cada um, mas eu quis mais pra mim. Passei em três faculdades, uma delas pública, e hoje só quero poder terminar de cumprir a dívida que tenho com a Justiça e seguir minha vida', disse.
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