quarta-feira, 24 de setembro de 2008

MST mantém ocupação

No AMAZÔNIA:

Hoje é o terceiro dia de ocupação da estrada vicinal construída para acesso ao Complexo da mineradora Onça Puma, da Vale, em Ourilândia do Norte, por trabalhadores do Movimento Sem Terra (MST). As famílias acampadas na estrada vicinal protestam contra o atraso no pagamento de indenização que teria sido acertada com a empresa, mas que ainda não foi efetivada, segundo o comandante do Comando de Policiamento Regional 2 (CPR 2), tenente-coronel Gilmar da Conceição Marques. São 150 trabalhadores rurais que ocupam desde o dia 22 uma das principais estradas usadas pela Vale como acesso ao projeto de mineração Onça Puma (MOP), que explora níquel no município de Ourilândia do Norte (PA). Os trabalhadores são oriundos dos Projetos de Assentamentos Campos Altos e Tucumã, criados pelo Incra, nos municípios de Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, todos no Pará.
O projeto de Mineração Onça Puma iniciou sua instalação em 2003. Os trabalhadores rurais denunciam que a mineradora adquiriu de forma fraudulenta os lotes de 83 famílias que estavam assentadas há décadas nos dois assentamentos. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que, além de se apropriar ilegalmente dos lotes, a Vale estaria usando as estradas dos assentados, inviabilizando o funcionamento de escolas e desarticulando o sistema de produção de dezenas de famílias que ainda residem nos assentamentos, e que estão sofrendo os impactos diretos do projeto de mineração.
A Assessoria de Imprensa da Vale no Pará confirmou a interdição da vicinal que dá acesso à mineradora Onça Puma e assegurou que as obras do complexo não estão paralisadas. O acesso dos funcionários está acontecendo, através de outras vicinais que dão acesso ao local.
A Mineração Onça Puma, empresa controlada pela Vale do Rio Doce, está alavancando projeto, que pretende aproveitar os depósitos de níquel laterítico que se estendem pelos municípios de Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Parauapebas. O investimento é de US$ 1,437 bilhão. A expectativa é de geração de 4.455 empregos diretos na fase de terraplanagem, obras civis, estradas, estruturas metálicas e linha de transmissão. No pico da obra pode chegar a 7 mil.
Ontem, em Marabá, os sem-terra voltaram a protestar em frente a fazenda Peruano, na rodovia PA-150. O protesto aconteceu porque uma criança do acampamento foi vítima de atropelamento fatal na via.

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