sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Médicos da Santa Casa dão trégua

No AMAZÔNIA:

Os médicos da Fundação Santa Casa de Misericórdia decidiram ontem retornar as atividades, após uma tensa reunião de conciliação com o Governo do Estado e o Ministério Público Estadual (MPE), na qual nenhuma das partes aceitou as propostas apresentadas quanto ao reajuste salarial. O juiz da 3ª Vara da Fazenda de Belém, Marco Antônio Castelo Branco, não se posicionou a respeito da liminar pedida em ação civil pública pela promotora de Justiça Socorro de Maria, sobre a abusividade da greve que chegou ontem ao 11º dia. O processo fica sobrestado, isto é, aguarda uma resposta das partes, o que deve ocorrer hoje após uma reunião marcada para as 11h, no Centro Integrado de Governo (CIG). Caso não haja acordo, os médicos prometem paralisar novamente os serviços.
A regularização do atendimento provisoriamente foi a alternativa encontrada para dar continuidade às negociações, já que o procurador geral do Estado, Ibrahim Rocha, afirmou que o governo não negociava com a categoria em greve. 'Não podemos oferecer nossas propostas nessa situação, pois fica parecendo para a sociedade e demais profissionais que estamos acuados por uma categoria. Se for assim, todos os outros servidores irão entrar em greve exigindo melhores salários', declarou Ibrahim.
A promotoria explicou também que a ação exigindo o retorno dos serviços 'não é contra a luta dos médicos, mas a favor dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que dependem do hospital'. Lembrou ainda que o MPE já ingressou na Justiça com uma ação pedindo a construção de um novo hospital materno-infantil, anunciada pelo governo na semana passada.
Apesar de reclamarem sobre as condições de trabalho, a questão salarial foi a mais discutida durante toda a audiência. Os médicos abriram mão de lutar pelo piso salarial da Federação Nacional dos Médicos (R$ 7.500) e exigiram a equiparação ao valor base pago na Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), de R$ 1090, o que equivaleria a um aumento de 21%. Eles alegam que as propostas do governo não atingem o salário base, só as gratificações, que não são incorporadas na aposentadoria e podem ser retiradas em outra gestão. Os médicos reclamaram ainda que não receberam a proposta citada pelo procurador durante a reunião, que aumentaria, no total, as gratificações para 268%.
'Nós sentimos muito em não poder atender um paciente. Mas o pior é se pelas péssimas condições de trabalho, esse paciente for mal atendido. Já abrimos mão de muitas reivindicações e enviamos contraproposta ao governo, mas até agora não foi mostrada até qual a possibildiade real de ganho para a categoria', declarou Wilson Machado, da diretoria do Sindicatos dos Médicos do Pará (Sindmepa).
Já o governo, diz que os pedidos dos médicos são ilegais. Segundo o representante da Casa Civil, Fernando Moraes, 'não há como discutir com uma categoria específica, pois as propostar são apresentadas junto à Intersindical'.

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