No AMAZÔNIA:
O radialista Luiz Araújo, condenado no primeiro julgamento a 50 anos de prisão por envolvimento no assassinatos dos irmãos Ubiraci e Uraquitã Novelino, volta ao hoje banco de réus, pela terceira vez. O duplo assassinato ocorreu no dia 25 de abril do ano passado e causou grande comoção no Estado, dada a barbaridade das circunstâncias do crime, nas quais os corpos foram presos ao concreto e lançados na baía de Guajará.
Em novembro passado, após dois dias de julgamento, o radialista foi condenado à prisão juntamente com o empresário e sócio de Araújo, Chico Ferreira, o ex-policial Sebastião Cardias e o ex-fuzileiro José Augusto Marroquim de Souza. O Tribunal do Júri aceitou a acusação da Promotoria e considerou os réus culpados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, formação de quadrilha e receptação, totalizando, somada as penas dos quatro acusados, mais 300 anos de reclusão, mais multa.
Luiz Araújo teve direito a um novo julgamento, conforme previa a lei na época, que garantia a todo condenado a mais de 20 anos de prisão um novo júri.
O segundo julgamento do radialista chegou a ocorrer no dia 15 de abril, mas foi suspenso menos de 12 horas depois e teve o Conselho de Sentença dissolvido após a tribuna de defesa ter sido abandonada pelo advogado de defesa do acusado, que se sentiu cerceado e provocado pelos advogados assistentes de acusação. Na ocasião, o então advogado de Luiz Araújo, César Ramos, abandou a tribuna após alegar que 'o juiz seria amigo dos familiares da vítima e inimigo capital do réu'. Desde a prisão, no segundo semestre do ano passado, Luiz Araújo nega envolvimento direto no assassinato dos irmãos.
Durante o depoimento prestado em juízo, no primeiro julgamento, ao juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, o radialista confessou apenas o desmanche do carro que estava com as vítimas no dia do assassinato. O carro foi encontrado pela polícia dias após o crime, em um sítio pertencente ao acusado, localizado em um município da Região Metropolitana de Belém.
Luiz Araújo contou, na ocasião, que não teve participação no planejamento para matar os irmãos Novelino, embora tenha afirmado que esteve na empresa Service Brasil, local onde os irmãos foram assassinados, na noite do crime. Sempre alegando inocência, o radialista também contou que levou os camburões usados no crime à empresa de Chico Ferreira, mas afirmava desconhecer qual a utilidade dos recipientes. Ele afirmou, ainda em depoimento, que momentos depois do crime Chico Ferreira pediu ao radialista que conduzisse o Corolla que conduziu as vítimas e contou que havia ocorrido uma desgraça.
Conforme publicação da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), em novembro passado, Chico Ferreira contou sobre o assassinato dos irmãos e teria solicitado que Araújo desse 'sumiço no carro'. A decisão sobre acatar o pedido, alegou o radialista, ocorreu em um momento de desespero.'Eu pensei que se sumisse com o carro não teria problemas', alegou em depoimento.
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