O leitor Roberto Souza – que não reside no Pará, segundo se deduz - manda para o blog o seguinte comentário e uma matéria oportuna – aliás, oportuníssima –, depois de ter lido por aqui os debates sobre envolvendo a Unama.
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Sou da área de educação e tenho acompanhado o caso Unama. Li em seus posts vários comentários pertinentes, outros nem tanto.
Em minha região, muito se estudam as organizações, a governança coorporativa e as mudanças que as empresas brasileiras estão atravessando neste período de grandes fusões e/ou aquisições, inclusive no ramo de educação.
Desta forma, acredito ser pertinente colocar à sua apreciação matéria da revista Época Negócios que trata justamente do assunto de fusões e/ou aquisições. Acredito que esta matéria possa elucidar e aclarar as pessoas que têm receio, medo ou repudiam a suposta hipótese da Unama ser negociada.
Deixo para sua decisão colocar esta matéria no seu blog, mas acredito que muito contribuiria, pois trata-se de uma situação de fato - e não de especulações.
[Abaixo, a matéria manda pelo leitor, publicada na edição mais nova, com data de ontem, da Época Negócios]
Grupo Laureate, que pertence a fundos americanos, já investiu R$ 240 milhões em aquisições
Nelson Blecher
Os negócios na área de educação continuam fervilhando no Brasil neste semestre. A educação é um dos três setores que concentraram o maior número de aquisições nos primeiros seis meses do anos. "Estamos negociando mais três universidades no momento", afirma Dante Iacovone, presidente da Laureate, controlador da Universidade Anhembi-Morumbi. De um ano para cá, a americana Laureate, pertencente a fundos americanos – entre os quais os fundos das universidades de Stanford e Harvard – elevou de 25 mil para 70 mil o número de alunos adquirindo faculdades em Recife, Manaus, Porto Alegre e Natal em operações que consumiram investimentos de R$ 240 milhões. "O setor está em plena consolidação", diz Iacovone. "Nosso objetivo é ter uma presença nacional." Uma das instituições incorporadas pela Laureate é a São Paulo Business School, especializada em MBAs e pós-graduação, que será transformada em faculdade de administração nos moldes de excelência do Ibmec.
Com atuação em 18 países, o Laureate International Universities possui 35 universidades e mais de uma centena de campi nos EUA, Europa e América Latina. De acordo com Iacavoni, o mercado de educação deve se expandir no Brasil, um dos alvos prioritários do grupo. "Há necessidade de melhoria de qualidade do ensino, as regras são claras e possibilitam operar empresas lucrativas e o número excessivo de instituições indica que o movimento de consolidação só está começando", diz.
Além do dinheiro empregado nas compras de universidades, como a Uninorte, em maio passado e a Potiguar, em João Pessoa, o grupo está aplicando R$ 100 milhões em infra-estrutura e laboratórios. "Nossa política é obter o controle majoritário, mas manter os fundadores como acionistas atuantes", afirma Iacovone. O faturamento estimado do Laureate neste ano deve atingir 450 milhões de reais.
2 comentários:
Depois os educadores usam o gasto chavão do "sacerdócio". Taí provado, no mundo capitalista, Educação é unica e exclusivamente um negócio, e dos mais rentáveis. Alunos não são educandos, alguém que precisa de apoio para moldar o futuro. Alunos são clientes, consumidores de produtos e, como reza a cartilha dos negócios, o importante é o lucro - fácil, rápido e de preferência isento de taxas. A Educação como modo de formação de um povo, de aperfeiçoamento das relações sociais, de melhoria da qualidade de vida de todos? Isso é romantismo ultrapassado, ingenuidade não admitida nesses tempos tão pragmáticos. A Unama cumpriu todos os requesitos de "mundo moderno" e hoje está à beira de dar um passo adiante, o grande salto para muiiiito dinheiro no bolso. O discurso sobre o sacerdócio da Educação, isso a gente deixa para os publicitários, que sabem dourar a pílula.
Anônimo,
Seus comentários são pertinentes.
Vamos levá-los à ribalta, neste domingo.
Abs.
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