No AMAZÔNIA:
Cerca de 1.800 alunos da Escola Estadual Jarbas Passarinho - entre eles autismo, síndrome de down e de surdez - estão sem água potável para consumir durante as aulas. Como os bebedouros não funcionam há semanas, funcionários da copa colocam água da torneira no freezer para matar a sede dos estudantes. Para resolver o problema, a direção da escola,que fica no bairro do Marco, espera sair o fundo rotativo, verba usada na manutenção das instalações.
Quem tem dinheiro compra água mineral na cantina. A maioria, porém, acaba tomando a que é imprópria para o consumo, sobretudo em dia de educação física, quando uma garrafinha de água não é suficiente para matar a sede.
Agnaldo José Gomes, estudante do segundo ano do ensino médio, diz que a água dos bebedouros era de pior qualidade do que a que é oferecida na copa do colégio, não filtrada. Mesmo assim, ele prefere gastar R$ 0,70 por 200 mililitros de água a tomar água da pia. O problema é que nem todo dia ele tem dinheiro para isso. 'Às vezes volto para casa sem beber água a tarde inteira. A água da copa é muito ruim', afirma.
Quem se beneficia com isso é a cantina da escola. A vendedora que estava lá ontem, que se identificou apenas como Niele, conta que a venda de garrafas de água aumentou quando os bebedouros foram interditados. 'Mesmo quando o bebedouro funciona a água é quente e ruim', diz. O efeito disso é que ela mesma, quando sente sede, tem que comprar uma garrafa de água mineral para não ser obrigada a tomar a não filtrada.
A vice-diretora da escola, Sheila Valente, diz que o fundo rotativo da escola Jarbas Passarinho provavelmente já foi liberado, mas ainda não está disponível na conta. Sheila diz que é possível negociar com uma empresa para que o serviço seja feito fiado, com o pagamento futuro, mas só em situações excepcionais. 'Esse dinheiro é usado para toda a manutenção das escolas. Como há uma data para ficar disponível, acaba que o problema pode demorar um pouco para ser solucionado', explica.
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