Na ÉPOCA:
Uma das principais criações da medicina mundial nas últimas décadas, os transplantes são uma glória nacional desde 1968, quando o professor Euriclydes de Jesus Zerbini instalou um coração no peito de um boiadeiro internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo – o que fez do Brasil o terceiro país do mundo a realizar uma cirurgia dessa natureza. Há vários anos o Hospital do Rim, em São Paulo, acumula a condição de mais ativa unidade de transplantes do mundo em sua especialidade. Pelo tamanho de sua população, o Brasil realiza um grande número de transplantes por ano – perto de 15 mil –, o que lhe permite, pela quantidade, ocupar um dos primeiros lugares do mundo na especialidade. Em termos relativos, a situação é menos animadora. A quantidade de cirurgias realizadas no país é incompatível com as necessidades da população e as esperanças de prolongamento da vida que os avanços da medicina têm condições de oferecer. Estima-se que, todos os anos, seja realizada, no Brasil, apenas a metade do número de transplantes de córnea necessários. A situação é mais grave no caso de rim, um terço, e ainda pior para os pacientes de fígado, um quarto. Os transplantes de coração equivalem a menos de 5% do que seria preciso. As filas de espera crescem tanto que, dependendo do órgão, 10%, às vezes até 30%, dos pacientes morrem antes de ir para a sala de cirurgia.
A prisão do médico Joaquim Ribeiro Filho e o indiciamento de outros cirurgiões, suspeitos de atuar num esquema de venda de fígados que deveriam ser oferecidos de graça a quem se encontrava no lugar certo da fila, no Rio de Janeiro (leia a reportagem), ajudam a entender o drama dos transplantes no Brasil. É um universo formado por momentos de sacrifício e generosidade, determinação e vontade de viver, mas também incompetência, grotescas falhas de gestão e desperdício. Numa situação assim, a existência de dificuldades abre espaço para os vendedores de facilidades.
Mais aqui.
Uma das principais criações da medicina mundial nas últimas décadas, os transplantes são uma glória nacional desde 1968, quando o professor Euriclydes de Jesus Zerbini instalou um coração no peito de um boiadeiro internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo – o que fez do Brasil o terceiro país do mundo a realizar uma cirurgia dessa natureza. Há vários anos o Hospital do Rim, em São Paulo, acumula a condição de mais ativa unidade de transplantes do mundo em sua especialidade. Pelo tamanho de sua população, o Brasil realiza um grande número de transplantes por ano – perto de 15 mil –, o que lhe permite, pela quantidade, ocupar um dos primeiros lugares do mundo na especialidade. Em termos relativos, a situação é menos animadora. A quantidade de cirurgias realizadas no país é incompatível com as necessidades da população e as esperanças de prolongamento da vida que os avanços da medicina têm condições de oferecer. Estima-se que, todos os anos, seja realizada, no Brasil, apenas a metade do número de transplantes de córnea necessários. A situação é mais grave no caso de rim, um terço, e ainda pior para os pacientes de fígado, um quarto. Os transplantes de coração equivalem a menos de 5% do que seria preciso. As filas de espera crescem tanto que, dependendo do órgão, 10%, às vezes até 30%, dos pacientes morrem antes de ir para a sala de cirurgia.
A prisão do médico Joaquim Ribeiro Filho e o indiciamento de outros cirurgiões, suspeitos de atuar num esquema de venda de fígados que deveriam ser oferecidos de graça a quem se encontrava no lugar certo da fila, no Rio de Janeiro (leia a reportagem), ajudam a entender o drama dos transplantes no Brasil. É um universo formado por momentos de sacrifício e generosidade, determinação e vontade de viver, mas também incompetência, grotescas falhas de gestão e desperdício. Numa situação assim, a existência de dificuldades abre espaço para os vendedores de facilidades.
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