No AMAZÔNIA:
André Barboza, acusado de matar três meninos nas matas da Ceasa entre 2006 e 2007, deve ir a Júri Popular ainda neste ano. A expectativa é da promotora de Justiça Rosana Cordovil, que teve o pedido para que o acusado vá a julgamento acatado ontem de manhã pelo juiz Edmar Pereira Silva, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. Ontem, três testemunhas de defesa prestaram depoimento. Elas conviveram com o acusado e relataram à Justiça a conduta de André, que acompanhou a audiência. Nenhum deles falou com a imprensa.
Depois dos interrogatórios, que duraram em média 20 minutos, defesa e acusação fizeram suas alegações finais e em seguida o juiz proferiu a sentença de pronúncia, que leva o réu a júri popular. A advogada de André Barboza, Marilda Cantal, vai recorrer da decisão, alegando que não há indícios suficientes que comprovem a autoria do crime.
A primeira testemunha a depor foi Rosa Maria Coelho Ferreira, seguida de Idenize Maria Almeida e de Ednaldo Ramos da Silva, que não havia sido intimado pelo juiz, mas foi arrolado de última hora pela defesa. João Fernandes da Silva foi dispensado, pois seu depoimento, segundo a defesa, não traria novidades ao processo. Todos moram próximo à casa de André.
Para Marilda Cantal, 'os depoimentos foram muito importantes para avaliar o comportamento de André e confirmar que ele possuía bom convívio com os familiares, já que essas testemunhas o viram crescer'. A defesa vai pedir a anulação da pronúncia e novas diligências, pois há dados que contrariam a versão defendida pela Promotoria. André Barboza nega os crimes e acusa Marcelo Viana pelos assassinatos.
Segundo Cantal, um laudo assinado por dois peritos mostra que um dos corpos encontrados na mata da Ceasa é de uma pessoa na faixa etária de 30 a 40 anos. Outra tese da defesa é que a polícia não investigou o depoimento de uma testemunha, um adolescente de 14 anos, filho de Rosa Maria Coelho Ferreira, que viu um carro preto parando em frente a uma praça e abordando José Raimundo. Ela diz ainda que o primeiro retrato-falado feito pela polícia tem as características do rosto de Marcelo Viana.
A promotoria, no entanto, afirma que as testemunhas não acrescentaram em nada e ainda caíram em contradição quanto aos dados da vida de André, como data de adoção do acusado e morte da mãe dele, o que teria demonstrado 'falta de conhecimento exato da vida do acusado'. Marcelo Viana deve ser arrolado no tribunal do júri como testemunha de acusação, de acordo com Rosana Cordovil, 'ele foi quase uma vítima'. Ela disse que o crime foi provado com o exame de DNA, que atestou que o líquido espermático encontrado em Ruan Valente é de André. O Ministério Público vai pedir a condenação máxima pelo homicídio triplamente qualificado, que pode chegar a 90 anos de reclusão.
Quanto ao recurso da defesa para arquivamento do processo, Rosana Cordovil diz que 'é uma medida procrastinatória, para atrasar o julgamento, mas que tem certeza os desembargadores vão manter a decisão do juiz'.
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