domingo, 26 de abril de 2020

Mortes, corpos amontoados. Gente morrendo em casa, sem socorro. Belém vive o horror. Prefeitura anuncia lockdown no comércio.


O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, anunciou no final da tarde deste domingo (26), em suas redes sociais, que a partir desta segunda-feira será proibida a atividade comercial em todo o município. É o se chama de lockdown, a palavra inglesa que significa o bloqueio emergencial em determinado setor ou em toda uma coletividade.
“Hospitais públicos e privados chegaram à saturação em Belém”, escreve o prefeito em sua conta no Twitter. “Em novo decreto vamos proibir a atividade comercial em geral, mantendo apenas o quer for essencial à vida. As novas medidas passam a valer a partir desta segunda, 27/04. Peço, fiquem em casa!”, apela Zenaldo. O mesmo apelo foi feito num vídeo (assista acima).
As cenas dramáticas, de milhares de pessoas procurando desesperadamente um local de atendimento de urgência para minorar os sofrimentos causados pela Covid-19, expressam apenas uma das faces da tragédia de dimensões assustadoras que se dissemina em toda a cidade.

Mortes em casa
Relatos colhidos pelo Espaço Aberto em várias fontes indicam que tem sido assustadora a quantidade de pessoas que estão morrendo em casa mesmo, porque não encontram unidade de saúde onde possam ser atendidos. Leitor do blog informa que familiar dele, que contraiu a doença e morreu em casa, ficou exposto durante várias horas à espera de ser removido.
Casos como esse reforçam a convicção de que o colapso – ou saturação, como prefere a Prefeitura de Belém – no sistema de saúde público e privado do município de Belém retiram ou minimizam a credibilidade dos números oficiais.
Até o início da noite deste domingo, oficialmente Belém contava com cerca de 50 óbitos e 1.650 infectados. Esses números, nem de perto, aproximam-se da realidade. Que é muito mais trágica, dramática e horrorosa do que imaginamos.

O lockdown, a que recorre a Prefeitura, é ditada pelos fatos que estão à vista de todos. Mas o decreto da Administração Municipal será efetivo? Será cumprido? Quais os instrumentos de que lançará mão a prefeitura para manter o comércio fechado em todos os bairros da cidade? Porque é fato que a desobediência à quarentana vem crescendo nos últimos dias, em Belém e no restante do Pará. Será diferente com o lockdown?

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