terça-feira, 14 de abril de 2020

Médicos de Belém passam a usar a hidroxicloroquina em pacientes que estão no estágio precoce do Covid-19

Médica vítima do coronavírus em Divinópolis usou hidroxicloroquina ...

Médicos de Belém já estão usando, desde a semana passada, a hidroxicloroquina em pacientes que ainda se encontram em estágios precoces da Covid-19. Essa linha de atuação é um passo adiante à que vem sendo recomendada pelo Ministério da Saúde, cujos protocolos preveem a prescrição do remédio apenas a pacientes graves, sobretudo os que se encontram em grupos de riscos e já se encontram em UTIs.
“Se o paciente se apresenta no atendimento apresentando tosse, febre e se os pulmões dele começarem a apresentar alterações observada em tomografia computadorizada e que apresentem um aspecto de vidro fosco, aqui em Belém esse tipo de paciente já sai pra casa com a receita da hidroxicloroquina associada a um antibiótico, que pode ser a azitromicina, em alguns casos até a lebofloxicina 750mg (que deve ser tomada por cinco dias), ou às vezes um antiviral, o tamiflu. Eles [os médicos] não estão esperando o paciente complicar mais, não”, diz um clínico geral, com especialidade em gastroenterologia, ouvido pelo Espaço Aberto nesta terça-feira (14). Para melhorar a imunidade do paciente e as alterações no organismo causadas pelo vírus, ele reforça que muitos profissionais estão acrescentando no seu esquema terapêutico o zinco e a vitamina D.
O médico esclarece que não conhece qualquer experiência com o uso da hidroxicloroquina em caráter profilático, ou seja, para ser ministrada de forma preventiva, em pacientes que ainda não apresentaram os sintomas do Covid-19.
“No caso da prevenção, não vejo sentido e nem conheço alguém que esteja prescrevendo o remédio nessa situação. Mas nos casos em que o paciente não apresentou sintomas severos do Covid-19, ele já sai do hospital com a sua receita para tomar a hidroxicloroquina. Isso já está sendo feito aqui em Belém”, garante.
O profissional avalia como “correta” a linha de atuação dos médicos que indicam a hidroxicloroquina, em decorrência da forma como se tem observado a ação do novo coronavírus no organismo. "O que se tem notado é que a medicação consegue evitar a replicação viral quando o Covid-19 ainda não tomou conta de todo o parênquima pulmonar. Então, fazer uma medicação com a hidroxicloroquina numa fase muito complicada da doença não vai adiantar muito, porque já haverá outras implicações e aí não haverá mais jeito”, alerta o médico.

O caso de Kalil
Ele refere-se ao caso recente do médico cardiologista de renome nacional Roberto Kalil Filho, que contraiu a doença, já se recuperou e confessou ter tomado a hidroxicloroquina. “Quando perguntaram ao dr. Kalil se ele se salvou porque havia tomado a hidroxicloroquina, o que foi que ele disse? Disse que não sabia se foram os vários remédios que ele tomou, se foram os cuidados médicos ou se foi a hidroxicloroquina especificamente. Mas ele tomou. Ou seja, essa foi uma resposta inteligente, uma vez que não se sabe ainda, com a máxima certeza, se esse remédio é eficaz no combate ao Covid-19. Mas se sabe que, nos pacientes que não apresentam comorbidades, o medicamento não mata. Então, por que não usá-lo?”, questiona o médico.
O profissional deplora que os debates sobre a eficácia sobre o uso da cloroquina e da sua versão mais branda, a hidroxicloroquina, estejam sendo contaminados por paixões ideológicas, a partir do momento em que o presidente Jair Bolsonaro passou a defender o uso do remédio com mais intensidade e frequência do que o recomendado pelo próprio Ministério da Saúde.
“Deveríamos parar com essa política suja. Se o Bolsonaro acertou lá, parabéns pra ele. Quando ele errar, vamos dar vaia. E assim vai. Mas aqui parece que quando um não gosta da outro na política, mesmo que o cara acerte há um outro que está sempre batendo. Então, acho que há autoridades que se recusam a admitir o uso da hidroxicloroquina por pura implicância política. E isso é ruim”, afirma o médico.

3 comentários:

Pedro do Fusca disse...

Um a um se rendendo ao remédio do Presidente Bolsonaro. Ele deve estar rindo dos "babacas" que o criticam da sua receita.

Pedro do Fusca disse...

Imagine se o nosso Presidente fosse médico? Sem ser médico é ele que receitou a todos o "remédio" do Presidente contra este vírus. O ruim é que médicos tomaram este remédio para se curarem e estavam escondendo o jogo para não darem o braço a torcer. Até o Helder que estava surfando usando a dispensa de licitações por conta do COVID para superfaturar as compras e serviços a esta hora tambêm ja esta na onda de usar o remédio do Presidente como diz o Lula.

Anônimo disse...

E já pode usar o remédio do mito?