sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A voz, a serenidade, a lucidez, o jornalista: Joseval Peixoto


Acabo de ouvir o Jornal da Manhã, da Jovem Pan, como fazemos eu e trocentos milhões que jamais se desgrudam do rádio.
Porque ainda há, acreditem, trocentos milhões que, como eu, têm no rádio uma referência imorredoura.
Ouvindo o Jornal da Manhã, comovi-me com as homenagens de despedidas para Joseval Peixoto.
Aos 80 anos de vida, e cerca de 60 no rádio, ele se aposentou da emissora.
Há muitos anos - antes, apenas quando estava em São Paulo, e depois, quando chegou a internet, também fora de São Paulo -, ouço o Jornal da Manhã com a avidez dos que gostam de boa informação.
Há muitos anos, a vinhetinha Vumbora, vumbora, olha a hora soa como um despertador para a boa informação.
Há muitos anos, o Jornal da Manhã associou-se ao nosso imaginário como a hora em que Joseval Peixoto estava ali, compondo a bancada e brindando seus ouvintes com análises e comentários serenos, vocalizados por um voz potente, empostada, agradável, como se fosse a embalagem apropriada para um conteúdo da melhor qualidade.
Joseval foi um mestre do jornalismo no rádio.
E, no meu caso, cativou-me também porque foi narrador esportivo.
Entre outros eventos, narrou o milésimo gol de Pelé, naquele jogo contra o Vasco, numa partida disputada no Maracanã lotado e que acompanhei, num rádio Philco de meu avô Vidal Bemerguy, pela Rádio Globo.
O narrador daquele gol foi Waldir Amaral. Mas depois já escutei umas mil vezes a narração do milésimo gol de Pelé, umas 500 na voz do próprio Waldir e outras 500 na voz de Joseval Peixoto.
É uma pena que não tenhamos mais a presença marcante de Joseval Peixoto no Jornal da Manhã.
Mas é animador sabê-lo lúcido, pleno de vida e uma referência das mais positivas e brilhantes para quem faz jornalismo.
No rádio e fora dele.

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