sexta-feira, 26 de maio de 2017

Joesley, um foragido que tem tudo para viver a vida de foragido


Alguém já disse que o Brasil não é um país para amadores.
Não é mesmo.
Afinal, não é todo dia que um empresário, exibindo-se com pose de empresário, mas observando hábitos e práticas de um delinquente comum, entra na calada da noite, na residência oficial do presidente da República, e grava Sua Excelência durante 38 minutos, em conversa recheada de confissões explícitas de crimes, crimes e mais crimes.
Mesmo que o Brasil não seja um País para amadores, talvez seja arriscado apostar-se que Joesley Batista (na imagem, com Michel Temer), depois de ter feito tudo o que fez, continuará passeando, lépido e fagueiro, pela Quinta Avenida, em Nova York, e navegando pelas águas tépidas da Cote d'Azur ou de paragens assemelhadas.
Sinceramente, o blog não acredita muito nisso. Porque acha que esse cidadão vai sofrer severas, duríssimas e implacáveis punições, mesmo que não venha a ser preso.
Joesley está praticamente foragido, depois de suas condutas criminosas, reveladas em delações que lhe proporcionaram exageradas vantagens, apesar das pistas que ofereceu para investigações sobre crimes envolvendo figurões.
Pois suas condutas, muito provavelmente, já começaram a impor-lhe o ônus de viver assim - na condição de foragido, de um homem que precisará de cautelas múltiplas para não sofrer retaliações de gente poderosíssima que ele contrariou e que passaram a tê-lo como o inimigo público número 1.
E quanto a suas empresas?
Alguém aí, em sã consciência, acredita que a JBS, ou sua holding, a J&F, terão condições de manter a estrutura e a pujança econômica atuais?
Elas se cevaram nos governos petistas, a peso de empréstimos generosos do BNDES e das propinas que distribuiu a rodo.
E agora, fora desse cenário?
O grupo JBS terá condições de segurar-se num cenário competitivo, hígido, imune a transações tenebrosas, imorais, criminosas?
Há indicações que nos oferecem condições de prever o que espera a JBS.
Ontem, no meio da tarde, a JBS liderava as altas do dia na B3, antiga BM&FBovespa, com valorização de mais de 14%.
É que o mercado estava sob as ondas da volatilidade e leilão dos papéis na bolsa, em meio a receios sobre a governança corporativa desde as delações dos executivo da empresa e expectativas sobre vendas de ativos do grupo controlador.
O Estadão publicou, nesta quinta-feira (25), que o grupo J&F Investimentos cogita vender sua participação nas empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. Em nota, a J&F negou que está vendendo ativos.
E mais: lembrem-se que o Ministério Público Federal (MPF) recusou R$ 4 bilhões, oferecidos pelo grupo J&F para firmar um acordo de leniência com o órgão. Ao longo do último mês, as ações da JBS perderam um terço de seu valor.
É assim.
Venda de ativos.
Desvalorização na Bolsa.
Acordo de leniência bilionário.

Será que, com tudo isso, vocês acham que Joesley - principalmente ele - terá condições de viver flanando sossegadamente, com ares de vitorioso, entre a Quinta Avenida e a Cote D'Azur?

3 comentários:

Anônimo disse...

Ainda não entendi por que o STF não mandou abrir inquérito para apurar como ficou tão rico no governo do PT... não entendo... Quem sabe se a impressa mandar....

MARCIO VASCONCELOS disse...

Parabéns ao blog que não entra na narrativa coletiva e mostra com clareza que esses bandidos não terão vida mansa depois de ter roubado a nação brasileira.
Vão viver fugindo e o janot esqueceu de combinar com os procuradores que foram muito bem em sugerir o valor de 14 bilhões para fechar o acordo de leniencia. Boa MPF.
o bndes poderia assumir o controle acionário da jbs para salvar o emprego dos 250 mil empregados.
Esses vermes delatores da JBS esqueceram que os EUA não vai assistir passivamente estes bandidos colocarem seus ativos na bolsa americana, lá eles vão ter que explicar seus crimes no brasil para os seus acionistas. Quero ver eles oferecerem propina ao trump.
Ainda confio no brasileiro que vai ter a chance de mudar este quadro perveso que vivemos onde as pessoas que foram eleitos e deturparam os valores da moral.
Seja de esquerda ou de direita não há uma liderança política que possa conduzir este país.
O brasileiro vai ter que sofrer até em 2018 mais é o preço que temos que pagar por escolhas erradas.
Parabéns ao blog

Anônimo disse...

Narrativa coletiva vc vai ver no dia que Lula for ver o sol nascer quadrado.....