quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Ninguém se tranquilize muito. Porque Trump, um xiita, continua confrontando outros xiitas.


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Sabem o cara alto, enorme, com aparência de imbatível – e, de fato, quase imbatível -, que usa uma potência ínfima, mas mesmo assim letal, de seus poderes para exibir-se perante um inimigo?
Esse é os Estados Unidos, no confronto com o Irã.
Sabem o cara que, alvo de uma potência ínfima, mas mesmo assim letal, dos poderes de um contendor quase imbatível, tenta “vingar-se” de alguma forma após ser agredido, nem que seja aplicando um chutezinho na canela do outro e batendo logo em retirada, porque se deu por “vingado”?
Esse é o Irã, no confronto com os Estados Unidos.
Os Estados Unidos usaram uma potência ínfima, mas mesmo assim letal, de seus poderes e mataram o general Qassem Soleimani, o segundo homem mais poderoso na estrutura de poder do Irã.
Como “vingança”, o Irã trombeteou que faria jorrar sangue entre os inimigos. Atacou duas bases americanas no Iraque, causou apenas danos físicos e bateu em retirada dizendo-se “vingado”.
Há pouco, Trump fez um pronunciamento dizendo que, por enquanto, são elas por elas: os Estados Unidos mataram Soleimani e, como retaliação, o Irã disparou 12 mísseis em duas instalações americanas, sem causar sequer um arranhão em centenas de militares.
Diante das expectativas tenebrosas de uma escalada bélica de consequências imprevisíveis na região do Oriente Médio, a contenção de Trump, evitando retaliar a retaliação, é uma notícia tranquilizadora?
Sem dúvida que é.
Mas ninguém se iluda muito, porque a situação continua extremamente tensa.
Continua no fio da navalha.
Porque temos xiitas dos dois lados.
De um lado, os que são comandados pelo regime iraniano.
Do outro, os trumpistas, com Trump, é claro, à frente.

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