O mundo – sobretudo o do esporte, e mais
especificamente o da NBA – ainda está chocado e lamentar o trágico acidente que
ceifou a vida de Kobe Bryant e de outras oito pessoas, inclusive Gianna, uma
das filhas dele.
Bryant, mais do que um superatleta, um dos
gênios do basquete em todos os tempos, era um cidadão com qualidade acima da
média.
Daí a consternação não apenas entre os que o conheciam
como atleta, mas que o tinham como amigo e por isso ainda agora choram (em
certos casos, copiosamente) o prematuro e súbito desaparecimento de Bryant.
Mas, afinal, por que, num país como os EUA, onde
se presume que as regras aeronáuticas são cumpridas mais à risca do que em
outros, com fiscalização mais frouxa, por que, então, o helicóptero que
conduzia nove pessoas a bordo voava tão baixo, a ponto de ser alertado pela
torre de controle?
O que aconteceu depois desse alerta, para que o
aparelho perdesse mais altura e acabasse se espatifando no solo?
Helicópteros como o da marca e modelo de Bryant
têm caixa preta, cujos dados são de enorme e, às vezes, de decisiva valia para
esclarecer as causas de acidentes aéreos?
Especialista ouvido na manhã desta quarta-feira
(29), pelo Espaço Aberto, explica
que nem sempre helicópteros têm caixa preta, porque a legislação muda de um
país para outro, ainda que, em muitos casos, sejam bem semelhantes.
No caso, diz o especialista, é possível que a
aeronave sinistrada na Califórnia dispusesse da caixa preta só de voz, um
equipamento que atende pela sigla de CVR (Cokpit Vice Recorder), e não aquela
outra caixa preta que grava dados de voo, entre os quais os indicadores de
potência dos motores.
O acidente que tirou a vida de Bryant e mais
oito pessoas, lembra o especialista, tem indícios de ser bem parecido com o que
matou o ministro do Supremo Teori Zavask, em Paraty (RJ), em 2017. E também é
parecido com o que resultou na morte em 2014, em Santos (SP), do então
candidato a presidente da República Eduardo Campos, passageiro de um Cessna Citation 560XLS que só tinha o CVR.
No Brasil, segundo o especialista, as exigências
de segurança a serem observadas por aeronaves civis, de grande porte ou mesmo
as de menor porte, como helicópteros, estão reguladas em dispositivos
constantes do Regulamento
Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA),
que prevê claramente, nos dois itens marcados
na imagem abaixo, as situações em que as aeronaves devem dispor de
gravadores de dados de voo e de voz na cabine.
Agora, é esperar pelo resultado das
investigações.
E exaltarmos
a memória de Kobe Bryant como uma as lendas do esporte que continuarão, elas
sim, imorredouras.
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