O Ministério Público Federal (MPF) denunciou à
Justiça nesta quarta-feira (08) o vice-governador do Pará, Lúcio Vale, por
integrar organização criminosa que desviou R$ 39,6 milhões de dez municípios
paraenses por meio de fraudes em licitações entre 2013 e 2017, principalmente
com o uso de empresas de fachada. A maior parte dos recursos deveria ter sido
destinada à compra de merenda escolar. Também foram identificados desvios de
recursos da saúde e da assistência social.
Outras 31 pessoas também foram denunciadas, a
maioria também por participação na organização, crime punível com até oito anos
de prisão e multa. A maior parte dos demais denunciados também foi acusada
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e
peculato, cujas penas, somadas, chegam a 39 anos de prisão, e multa.
Os recursos foram desviados dos seguintes
municípios, segundo o MPF: Viseu (R$ 31.877.107,15), Ipixuna do Pará (R$
1.986.331,88), Mãe do Rio (R$ 1.795.542,23), Cachoeira do Piriá (R$
1.597.546,64), Marituba (R$ 1.401.152,60), Santa Maria do Pará (R$ 687.075,32),
São Miguel do Guamá (R$ 223.011,24), São Caetano de Odivelas (R$ 88.148,30),
Ourém (R$ 16.101,58) e Marapanim (R$ 14.850,96).
Assinada por 15 procuradores da República, a
denúncia é baseada em investigação iniciada em 2017. A investigação contou com
a participação da Polícia Federal, Receita Federal do Brasil (RFB), Ministério
da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), responsáveis pelas
operações Carta de Foral, de novembro de 2018, e Vissaium, de dezembro de 2019.
Atuação em núcleos
As
investigações identificaram e delimitaram núcleos por atuação no esquema
criminoso. Do núcleo político participavam integrantes do Partido Liberal (PL),
antigo Partido da República (PR), e agentes políticos relacionados –
administradores municipais e afins –, principais beneficiários do esquema.
Além de Lúcio Dutra Vale, atual vice-governador
do Pará e ex-deputado federal, participavam desse núcleo seus irmãos Cristiano
Dutra Vale, deputado federal e ex-prefeito de Viseu, e Leonardo Dutra Vale, atual
prefeito de Cachoeira do Piriá. O atual prefeito de Viseu, Isaias José Silva
Oliveira Neto, também integrava o núcleo político, registra a denúncia do MPF.
O núcleo de agentes públicos era formado por
servidores municipais. Era o elo entre o núcleo político e o núcleo
empresarial. Os servidores operacionalizaram as fraudes e demandaram vantagens
ao núcleo empresarial.
O núcleo empresarial era liderado por David
Gonçalves Marialva. O grupo era composto por empresas de fachada e seus
respectivos laranjas e testas de ferro, funcionários que operacionalizavam
fraudes e pagamentos de vantagens.
Havia, ainda, o núcleo da lavagem, integrado por
pessoas físicas e jurídicas que foram indicadas por integrantes dos núcleos
político e empresarial para serem destinos de recursos.
Um comentário:
Um indivíduo que tem a coragem de roubar merenda escolar o que esperar deste tipo de politico que temos. Prendem uma pessoa que rouba uma lata de conserva para matar a fome e deixam gente deste tipo solto. Uma vergonha!
Postar um comentário