No AMAZÔNIA:
Dois homens em uma moto, armas de grosso calibre e tiros na cabeça ou no peito. Caracterizado como crime de execução, o acerto de contas corresponde a 90% dos homicídios registrados na Região Metropolitana de Belém (RMB). Devido ao grande número de ocorrências, a polícia acredita que exista um grupo de extermínio na cidade. Porém, mesmo com todo esse conhecimento do crime, é muito difícil encontrar os culpados. O motivo é que, por ser uma execução, ele é bem planejado e deixa o mínimo de pistas.
Normalmente os criminosos avaliam todos os detalhes antes de abordarem a vítima. O local onde o possível alvo mora, os lugares que frequenta e, principalmente, com quem ele anda. A arma utilizada para o crime geralmente é de grosso calibre, como uma pistola 765. Tudo para que a vítima tenha menos chances de sobreviver ao disparo. Muitas vezes o crime acontece na frente de parentes da vítima, que são poupados pelos criminosos por não serem o alvo do acerto de contas. 'É coisa de profissional mesmo. Os tiros são sempre na cabeça ou no peito. Ou seja, em órgãos vitais', disse o diretor da Seccional Urbaba de Icoaraci, Bragmar Dias dos Santos.
Outra característica do crime é que, na maioria das vezes, ele é cometido por mais de uma pessoa. Para fugir rápido do local e não serem reconhecidos, os criminosos usam motos e capacetes para esconder o rosto. De acordo com a polícia, pelo menos 90% deles são cometidos por dívidas com traficantes de drogas, onde acontece a lei 'olho por olho, dente por dente'.
A coleta de informações por meio de entrevistas com testemunhas é a principal fonte de pistas da polícia, embora volta e meia as investigações esbarrem na chamada 'lei do silêncio', tão comum em áreas perigosas da RMB, já que os moradores têm medo de falar o que sabem e se tornarem alvo de represálias de criminosos. Além disso, é importante também a conversa com os familiares da vítima para saber se ela tem possível envolvimento com ilegalidades, como drogas.
Entre as vítimas mais frequentes de acerto de contas estão os ex-presidiários, que se tornam alvo pelo mesmo motivo que o do maior número de ocorrências nesse tipo de homicídio: o tráfico de drogas. Isso porque, antes de entrarem na prisão, eles fazem dívidas com drogas e, quando saem, já estão devendo para muita gente. 'O fato é que existe um grupo de extermínio. A operação ‘Navalha na Carne’ chegou a prender muitos bandidos envolvidos neste tipo de crime', informou o diretor da Seccional de Icoaraci.
Em Belém, os crimes acontecem, principalmente, em áreas de invasão, como: Buraco Fundo,Tapanã, Paracuri, Pratinha I e II, por serem lugares bastante ermos e com grande índice de criminalidade.
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