quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mulheres conseguem mais empregos do que homens no Pará

No AMAZÔNIA:

As mulheres estão se empregando mais do que os homens no Estado do Pará. Segundo estudo divulgado ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA ), em 2008 o emprego formal para os homens cresceu apenas a metade do número de vagas preenchidas por mulheres.
Conforme os índices da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram gerados 23.419 ocupações para pessoas do sexo masculino - o que representa um aumento de 4,73% em relação ao ano anterior. Por outro lado, 26.184 postos de trabalho foram preenchidos pela força feminina - ou seja, um aumento de 8,69% na comparação com 2007.
Os dados do Dieese-PA apontam para um aumento neste indicador durante todo este ano, mesmo com a crise financeira. Conforme avalia o empresário do setor educacional Caitano Celedônio, esta é uma tendência que começa na sala de aula.
Segundo o empresário, 80% dos alunos de escolas profissionalizantes e de nível superior são do sexo feminino. 'Como a mulher estuda mais, ela acaba sendo mais bem preparada para ingressar no mercado e, por isso, está superando o homem', diz. Caitano lembra que o mercado está mais exigente e, por isso, não abre mão de pessoas qualificadas, prontas para o exercício da profissão.
A própria Rais/2008 mostra o crescimento da escolaridade entre as mulheres ocupadas, tanto para quem terminou o curso superior como para quem está estudando, ou com a matrícula trancada. Ao todo, com o terceiro grau completo, o Pará possui 66.862 mulheres empregadas. Este número representa 27,56% a mais do que os 48.431 homens formados que estão exercendo alguma profissão. As mulheres também estão mais qualificadas. Hoje, elas são minoria entre os profissionais de exercem cargos que exigem menor qualificação. No mercado paraense, 89.156 homens atuam em cargos que exigem o ensino fundamental completo, ao passo que o total de mulheres que ocupam esta função é 62,75% menor do que o de homens.
Os trabalhadores com ensino fundamental também são em larga maioria do sexo masculino. Ao todo, são 19.441 homens contra 15.756 mulheres. Segundo Caitano Celedônio, as mulheres são mais ouvintes e costumam respeitar mais as normas das empresas - por isso acabam ocupando cargos de chefia. 'O mercado prefere as mulheres, principalmente para os cargos de liderança, porque elas são mais comprometidas, e mais ouvintes. Hoje, 75% dos cargos de importância nas empresas estão sendo preenchidos por mulheres', destaca. Para o empresário, as profissionais sabem lidar melhor com algumas situações, e são mais éticas. 'Os homens, aos domingos, vão para o boteco, para o futebol, passam o dia inteiro bebendo, e na segunda estão estragados. As mulheres são menos extravagantes até nas festas', brinca.
Segundo o Dieese, o número de mulheres paraenses que estão ingressando no mercado de trabalho neste ano não é diferente. Nos dez primeiros meses do ano, foram feitas 215.039 admissões contra 206.382 desligamentos, ou seja, houve um saldo de 8.657 postos.
Desse total, 53% das vagas foram ocupadas por mulheres (4.616) - o que representa um aumento do número de mulheres empregadas em relação à quantidade de homens. Para Caitano, em breve esta diferença será de 70% para o sexo feminino contra 30% para o masculino. O empresário comenta que as profissões que estão em alta são preferencialmente exercidas por mulheres. 'Hoje, com o boom de lojas no comércio paraense, os cargos de operador de caixa e atendente estão sendo quase que 100% ocupado por mulheres', ressalta.

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