domingo, 13 de dezembro de 2009

Chicão virou o Émile Zola do governo Ana Júlia

Os termos da carta de exoneração de Francisco Melo, o Chicão, da Secretaria de Obras compõe, sabe-se agora, não compõem propriamente uma exposição de motivos.
Compõem um libelo.
Lembram-se da famosa “Eu acuso” (“J’Accuse..”), a famosa carta de Émile Zola no Caso Dreyfus?
A carta aparece aí na imagem. Onde se lê "Par Émile Zola" poderia ser lido, muito bem, "Por Francisco Melo, o Chicão". E desde que o teor fosse diferente da carta de Zola, não é?
Pois é.
Chicão, evidentemente que guardadas as proporções, virou o Émile Zola do governo Ana Júlia.
Leiam a matéria da repórter Rita Soares, no Diário do Pará deste sábado.
Em resumo, a matéria diz o seguinte.
Diz que Chicão perdeu as estribeiras quando recebeu um telefonema de Sua Excelência o secretário de Governo, Edilson Rodrigues, informando que ele, o secretário receberia R$ 1,9 milhão para repassá-los imediatamente a três empresas que estavam à espera de pagamento. As verbas seriam, como se diz, carimbadas, porque com destinação certa, fechada, definida.
A matéria cita ainda um dos trechos da carta de Chicão enviada à governadora Ana Júlia: “Hoje, a Seop só está servindo para manter alguns cargos públicos, impossibilitada de desenvolver seus programas e projetos.”
Chicão diz mais, ainda segundo a reportagem.
Afirma que a Seop vinha sendo submetida ao que classificou de “processo de esvaziamento técnico, orçamentário e financeiro”.
E tanto é verdade, complementa o secretário, que o banal, o singelo pagamento de uma conta de luz só era feito após a autorização do núcleo do governo.
Núcleo?
Sim, o tal núcleo duro, formado por Suas Excelências os secretários Cláudio Puty, da Casa Civil; Maurílio Monteiro, da Sedect; e Marcílio Monteiro, da Secretaria de Estado de Projetos Estratégicos. Ah, também sobra um pouquinho de dureza para o consultor-geral do Estado, Carlos Botelho.
Aliás, a matéria traz um box.
Reproduz declarações de Puty.
Uma delas é a seguinte: “A governadora tem muito apreço pelo Chicão, que sempre foi um secretário muito fiel ao governo.”
Olhe, secretário, se a governadora tem tanto apreço por um secretário que foi tratado como Chicão diz que foi, como será o tratamento da governadora Ana Júlia a um secretário pelo qual ele não tem tanto apreço, hein?
É apenas um pergunta, claro.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ao lembrar o caso Dreyfus, o ilustre jornalista demonstra erudição.

Parabéns, PB!!!

Falta mais gente assim como tu na dita blogosfera.

Anônimo disse...

a ds está descaradamente fazendo política antecipada nas conferencias
exemplo a de cultura
as discussões foram suspensa por uma hora para aplaudir ana júlia que estava fazendo entrega das bolsas trabalho
em auditório ao lado do da conferencia o pt fazia reunião e a comemoração do pr foi no dia do encerramento garantindo público
tudo dominqado até as escolhas de delegados
um nojo
vários petistas aborrecidos com o rolo compressor que o edilson moura comandou

Anônimo disse...

Isso aqui já até parece uma Republiqueta. Tudo fora de esquadro. Como um estado, com tanta potencialidade, pode submergir de seu neocolonialismo se age dessa maneira? Temos tudo para continuar atrelado à Brasília, sem eira nem beira com atos tão pequenos. É assim que se deve conduzir um estado que precisa ser grande? Estamos perdidos e quem sabe, logo logo divididos em três estados - para outros, também, se locupletarem.