No AMAZÔNIA:
Depois de passar vexame ao empatar em casa, sem gols, com a seleção de São Caetano de Odivelas, o Paysandu vê boa parte de sua torcida desconfiada, sem acreditar mais em grandes objetivos em 2010. O fato de o time ter se reforçado com atletas pouco conhecidos no cenário nacional, a maioria oriunda de clubes como Galícia-BA, Fluminense-BA e Bahia de Feira-BA, já havia deixado o torcedor ressabiado. O péssimo futebol apresentado no jogo de anteontem só serviu para aumentar esta suspeita.
Por isso, a equipe bicolor viaja a Cametá, hoje à tarde, com a pretensão de partir com tudo para cima do time da casa, no amistoso marcado para amanhã, às 17h, no Parque do Bacurau. Mas há ainda um segundo fator que motiva comissão técnica e jogadores: uma vitória em cima dos cametaenses dará ao Papão a tranquilidade necessária para se preparar com vistas ao Re x Pa, amistoso do dia 13 de dezembro, no Mangueirão.
Ninguém no clube quer pensar nas consequências de uma derrota amanhã. No entanto, o temor de que o novo time bicolor fracasse diante de uma equipe profissional, que acaba de disputar uma competição oficial, é real. Por isso, muitos acreditam que uma derrota contra o Cametá pode provocar uma interrupção no planejamento que vem sendo executado e, inclusive, acarretar a queda do treinador e a mudança da política salarial adotada pela diretoria atual, que estabeleceu um teto de R$ 6 mil para os jogadores que estão sendo contratados. Possibilidade esta completamente negada pelo presidente Luiz Omar Pinheiro.
'Poderíamos estar parados agora, já que não temos dinheiro para contratar jogadores de peso neste momento. Mas acabamos optando por aproveitar estes últimos três meses do ano para formar uma nova equipe. Por isso, estes jogadores que chegaram estão sendo observados. Ninguém assinou contrato para disputar Campeonato Paraense ou a Copa do Brasil. Todos assinaram até dezembro e, se forem bem avaliados por mim, pelo diretor de futebol e pelo treinador, poderão renovar para a próxima temporada', explicou Luiz Omar.
O discurso do mandatário, no entanto, não convenceu alguns torcedores. Um deles foi o ex-presidente da diretoria executiva e do Conselho Deliberativo do clube, Ricardo Rezende. O empresário não escondeu o desapontamento com o time que viu jogar na quinta-feira passada. Em entrevista à rádio O Liberal AM, ele demonstrou preocupação ao falar sobre suas primeiras impressões sobre o reformulado time do Papão.
'Em minha opinião, não vamos chegar a lugar nenhum com esse time. O que vi em campo não está à altura da tradição do Paysandu. Espero que a diretoria veja isso e tome uma atitude o mais rápido possível. Após o jogo, como não sou de falar pelas costas, fui aos vestiários e disse isso pessoalmente ao presidente Luiz Omar, ao Louro (Antonio Cláudio da Costa, diretor de futebol) e até ao treinador', revelou Rezende.
'Sei que a situação financeira do Paysandu continua difícil, mas a qualidade dos jogadores trazidos ao Paysandu precisa sempre estar em primeiro lugar. E a nossa torcida merece muita mais do que eu vi em campo neste amistoso', desabafou o ex-presidente, sintetizando a mesma preocupação da maioria da torcida.
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