No AMAZÔNIA:
Policiais da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) apreenderam, anteontem, 80 quilos de pedra de óxi, um subproduto da cocaína usado como principal matéria-prima da pasta-base de coca, a droga mais consumida em Belém atualmente. A droga recolhida foi avaliada em mais de R$ 1 milhão. Doze pessoas da mesma quadrilha foram presas, oito delas capturadas no interior do Estado e outras quatro na capital. Segundo o delegado João Bosco, diretor da DRCO, essa é a segunda fase da operação 'Candiru', que apreendeu, no primeiro semestre de 2009, 111 quilos de cocaína e prendeu dez pessoas em Belém e no interior. O policial não acredita que o bando foi desfeito, mas tem certeza que a apreensão deu um grande 'prejuízo' aos chefões do tráfico no Estado.
De acordo com João Bosco, a operação foi iniciada há seis meses. 'Depois da primeira fase de apreensões começamos a investigar esse grupo, que agia em Santarém, Monte Alegre, Belém e outros municípios do Estado. Uma parte do carregamento já estava em Monte Alegre quando a segunda parte chegou a Santarém, na noite da última segunda, vinda, provavelmente, de Tabatinga (AM), que faz fronteira com a Colômbia, ou de Benjamim Constant, que faz fronteira com o Peru. A primeira leva tinha cerca de 12 quilos e a maior parte estava na segunda embarcação, que de Santarém foi para Monte Alegre, onde nós fizemos o flagrante. Uma pessoa chegou a ser presa em Santarém e outras sete foram autuadas em Monte Alegre', revelou o delegado. Todos os presos serão encaminhados para a capital, onde ficarão detidos à disposição do Sistema Penal. Dentre os capturados há duas mulheres, três amazonenses e ainda pessoas de outras cidades do Pará. A droga chegou ao Estado em embarcações e seria distribuída em diversos municípios.
Presos - As quatro pessoas presas em Belém são Antônio Alves Ribeiro, 40 anos, e José Ribeiro Magalhães Alves Souza, 38, chefes da quadrilha; Hector Favio Brito de Souza, 25, e Damazon Peza Mafaldo, 25. O delegado Bosco acredita que os dois últimos tenham dupla nacionalidade e sejam colombianos ou peruanos. O policial chegou a essa conclusão observando os traços físicos deles e o sotaque diferenciado. 'Nós prendemos três deles no conjunto Pantanal, no Bengui. Lá mora o Antônio Ribeiro, que estava à espera de Hector e Damazon. Eles levavam cerca de quatro quilos da droga para ‘avaliação’ de um dos chefes da quadrilha. Ou seja, eles estavam agindo feito ‘mulas’, que são aquelas pessoas da hierarquia do tráfico que transportam a droga de um lugar a outro', revelou o diretor da DRCO.
José Alves foi preso no Jurunas, próximo à casa onde morava. As prisões ocorreram na manhã de ontem e na noite de anteontem. Os acusados foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, associação ao tráfico e formação de quadrilha. Antônio Ribeiro e José Souza têm passagens anteriores pela Polícia Civil e pela Polícia Federal por crimes ligados ao tráfico.
A droga apreendida está avaliada em R$ 1,2 milhão. 'O quilo da pedra de óxi está custando cerca de R$ 15 mil. Como é um produto que ainda pode ser refinado, o lucro pode triplicar ou até quintuplicar, de acordo com o processo utilizado e com a ‘pureza’ da droga que é comercializada', explicou o delegado. 'O nosso trabalho de investigação continua para desvendar outras participações nesse esquema e ainda para que seja feito levantamento de bens patrimoniais de cada acusado, que deve perder o que tem por medida judicial'.
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