De um Anônimo, sobre a postagem “Terra grilada tem que servir, sim, para reforma agrária”:
Antes de condenar somente a classe média ou outra classe que julgue estar vilipendiando o direito de outros cidadãos, é bom que você pense que nem todo mundo que está lá nos movimentos de classe está lá para reivindicar direitos.
Muitos se locupletam.
Querem visibilidade, querem viver sem trabalhar, querem entrar na política pelas portas do fundo.
Tem estruturas - pagas por você, por mim, por todos nós - que assistem uma horda de pessoas que também usam de violência e descumprem a lei.
Não se deve ser a favor de grilagem de terra, num dia de hoje - mesmo se considerarmos que o Brasil, como colônia, foi todo grilado com as Capitania Hereditárias -, mas qualquer desapropriação tem que ser feita por meio da Justiça, nunca pela invasão, depredação.
Aliás, isso é uma responsabilidade do Poder Público, não de grupos de cidadãos ou bandoleiros.
Além disso, a anarquia pode chegar à sua porta se não for rechaçada.
Caso você hoje não seja classe média, não tenha uma casa, não tenha um sítio, seu filho - o outro seu descendente - poderá vir a ter, sem precisar invadir ou praticar violência.
Pense também no seu dia-a-dia.
Se matarem todos os bois e queimarem todas as plantações, vai faltar comida.
5 comentários:
Caramba, eu tenho uma casa grande, 5 filhos, um sítio enorme e uma casa em Salinas, mas tenho a documentação que comprei esses bens, não me apropriei do que não é meu. Sobre a bagunça na minha porta, ela já chegou, moro na Av. Nazaré e aqui sempre ouve assaltos.
O que falta mesmo é fazer valer a lei PARA TODOS. Esse papinho besta pra boi dormir, de que eu "dou comida" eu planto etc., eu digo: Eu compro, nada vem de graça pra minha casa. Esse discurso é piégas.
Prezado PB,
Lendo os comentários dos leitores, parece (mas só parece!) que alguns estão a defender a aplicação da lei e da ordem, ao passo que outros, dotados, digamos, de sensibilidade social, pretendem justificar certas ações - como as depredações do MST no interior do Pará - como resultado das injustiças ou diferenças sociais existentes no Brasil.
Minha opinião é que é imprescindível que haja oportunidades para todos trabalharem e estudarem - e o Estado e a sociedade devem trabalhar nesse sentido. Uma igualdade social niveladora e radical somente poderia ser obtida no bojo de um processo revolucionário com o uso desenfreado da violência. E, como demonstra a experiência histórica, praticamente todas as revoluções fracassaram no século XX. Além disso, existem os oportunistas (em inglês: free rider) que querem receber subsídios ou incentivos públicos sem trabalhar, e isso deve ser, é claro, combatido.
Penso que os pontos de consenso podem ser os seguintes: oportunidades efetivas para todos os que querem trabalhar e estudar, respeito às regras democráticas e combate à anarquia, pois, afinal, nenhuma sociedade civilizada ou avançada foi edificada sem respeito às regras, sem apreço às instituições que as cumprem ou em meio à anarquia social.
O drama brasileiro radica no fato de que não se garantem oportunidades reais aos que não foram beneficiados pela loteria social ou natural e, ainda, porque as instituições não conseguem fazer valer as regras que assegurariam o convívio social razoavelmente harmonioso.
De quem é a Terra ?
“No principio,criou Deus os céus e a terra, porém, estava sem forma e vazia. Não havia ainda nenhuma planta do campo, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado;por que o senhor Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo” ( Livro do Gênesis)
A principio toda a terra teve um único dono que segundo as sagradas escrituras a concedeu sob concessão para que as criaturas que nelas habitassem podessem viver em harmonia e com o minimo de dignidade possivel vivendo do fruto que dela brotasse. Entretanto, o ‘Grande’ opositor do Deus todo poderoso quiz sobrepuljá-lo e desceu de sua condição superior para corromper ‘O homem’ a maior obra do criador.
A ganância, a ânsia maldita pelo poder de controlar a vida e a morte, o deitar e levantar da mais perfeita criatura do criador supremo ganhou força, pois, o mal neste momento sobrepôs-se ao bem e governa a terra onde Severina vive e morre e nem a cachorrinha baleia tem direito a deitar e levantar com o minimo de dignidade e esperânça por dias melhores.
Quem deu aos Senhores da vida e da morte o direito de abrir a boca e gritar mais alto que os seus semelhantes.(que deveriam ser iguais ) De que tem direitos sobre a terra, que os 8.511.965 Km do território brasileiro lhes pertencem, que devemos baixar a cabeça toda vez que esses senhores usarem o poder das armas para aviltar a dignidade do homem do campo.
É lamentavel o papel do Governo Federal que durante decadas e decadas, que se transformaram em séculos, vem bancando essa balburdia, esse lastro de desigualdade com as riquezas do subsolo, o dinheiro do povo e o suor e o sangue do trabalhador brasileiro do campo e da cidade.
É vergonhoso, é inadimissivel que após o periodo de opressão dos governos repressivos, da abertura desastrosa operada pelo Governo collor, da década de entreguismo dos bens públicos sustentada pelo governo FHC. Que o Governo ‘dito’ popular continue dando seguimento ao percurso iniciado por seus antecessores que negavam e ainda negam, a perseguição, o segregacionismo,o ódio e o horror a grande massa , que só serve para alimentar com o suor do seu labor as contas bancarias de uma minoria opressora.
Desejamos que o aniversário da queda do muro de Berlim, venha ajudar a derrubar o muro da vergonha que cercam os milhões de hectares de terras griladas no Pará e no Brasil que servem de capital especulativo e para o enriquecimento ilicito de centenas de malversadores do dinheiro público.
Desejamos também que o Estado e a Justiça Estadual comecem a fazer ‘justiça’, mandando para a cadeia os assassinos dos trabalhadores rurais que morreram ,e continuam sem justiça , na Curva do S em Eldorado dos Carajás e muitos outros que pereceram em busca de chão para plantar e minimizar o problema da fome que assola o nosso país. Justiça que clama Irmã Doroty Stang , João Canuto , Paulo Fontelles, Dezinho e muitos outros. Mas sabemos que isso fere de ‘morte’ o estado de direito dos ‘Ruralistas’ e do Latifundio. E por isso a impunidade no campo continua. Que o julgo repressor do Estado não recaia somente sobre o homem do campo e da cidade que atinja também os Opressores do povo.
Nós militantes, filiados e dirigentes politicos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL – Marabá) REPUDIAMOS veementemente os atos de perseguição Pólitica e Moral impetrados contra os Dirigentes do Movimentos Sociais do Campo e da Cidade, no Estado do Pará.
Ninguém que pega em arma quer reparar injustiça. Quer simplesmente pagar injustiça com outra.
Postar um comentário