segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Cuba, a ditabranda, tem código penal. E brando. Sabiam?

E então?
Tem gente inconformada – e mais do que isso, indignada – com o último relatório da ONG Human Rights Watch (HRW), indicando que a Cuba da era Raúl Castro (na foto, com o dedo duro apontando pra gente), o homem da distensão, é a mesmíssima Cuba da era Fidel, quando a contração política chegou ao auge, com fuzilamentos, direitos individuais ignorados, Justiça inexistente e tudo o mais.
Contração política?
É.
Contração política é um neologismo criado pelo pessoal aqui da redação para se referir às ditas – sejam elas duras ou brandas.
Ditaduras ou ditabrandas, fique bem claro.
Pois é.
Um Anônimo mandar pra cá o link do blog O Outro Lado da Notícia, mais precisamente o link da postagem Cuba: Pinochetista da HRW abastece a mídia com calúnias.
Sabem do que se trata?
Trata-se de um “outro lado da notícia”.
Porque as notícias têm, mesmo, sempre um “outro lado”, vocês sabem.
Trata-se de uma desqualificação do relatório da HRW, sob a justificativa de que um certo José Vivanco, chileno que teria sido o “representante da ditadura de Pinochet na Comissão Interamericana de Direitos Humanos”, mudou-se de mala e cuia para a HRW e está alimentando a mídia com “calúnias” a respeito do distendido governo Raúl Castro.
Uhhh! Mas que poder tem esse Vivanco, hein.
Tem até o poder de alimentar a “calúnia” de que Cuba é, vá lá que seja, uma ditabranda.
Mas olhem, a HRW não é Vivanco. E Vivanco não é a HRW. Ele a integra.
Porque, se formos generalizar, seria possível dizer que o presidente Lula é Sarney e Sarney é Lula, porque um apoia o outro?
Ambos são iguais?
Vocês decidem.
Se vocês responderem que sim, Vivanco e a HRW são a mesma coisa.
Se responderem que não, então é preciso distingui-los.
E mais: a HRW, não é de hoje, apresenta relatórios contra governos do mundo inteiro.
Mas, para certo tipo de gente, os relatórios só são digeríveis quando comprometem governos aliados dos “lacaios do imperalismo”, não é?
Quando atingem regimes em estágio de contração política, como é o caso de Cuba, os relatórios são imprestáveis, porque produzidos por direitistas e ex-colaboradores de ditaduras, não é?
É assim mesmo?
Pois é.
E olhem aqui o que diz a postagem mandada pelo Anônimo para o blog.

O código penal cubano é muito mais brando do que seus similares dos Estados Unidos e da Europa.
Rsss.
Céus!
Ninguém sabia nem que Cuba tem um código penal.
Mas tem.
E não só tem, como ele é mais brando do que seus similares nos Estados Unidos e na Europa.
Mas justifica-se que seja brando.
Porque, em Cuba, os cidadãos têm o pleno direito de se defender (hehe)
Lá, vigoram preceitos que asseguram o contraditório e a ampla defesa.
Lá, os direitos individuais são assegurados plenamente, senão pelos códigos, mas pelo menos pelas práticas cotidianas, o que nossos juristas chamam de direito consuetudinário.
Cuba, enfim, está em guerra...
Pois é, eis o grande redutor das barbáries que se cometem em Cuba.
Cuba está em guerra. Sempre esteve, desde a revolução.
Se está em guerra, admitem-se todas as exceções possíveis, inclusive espancar os, digamos, detratores do regime, como é o caso de Yoani Sánchez, a moça do blog.
Mas vão lá.
Dêem um pulo no “Outro Lado da Notícia” e conheçam o ex-pinochetista que está, vejam só, caluniando o governo do democrata Raúl Castro.
Céus!

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