terça-feira, 2 de setembro de 2008

Violência é culpa do governo

No AMAZÔNIA:

Comissão das autoridades competentes e o descompromisso do Executivo com a segurança pública são os principais pontos do relatório que aponta as causas da crescente violência e da falta de segurança no Pará. Apresentado ontem pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA), o relatório não traz números, mas muitas informações que dão um diagnóstico da situação no Pará. As informações serão levadas para Brasília e servirão de apoio para a formatação do Plano de Segurança Nacional, que deverá entrar em vigor em 2009.
Um esboço desse plano será formatado durante o seminário 'Brasil Contra Violência', que ocorrede amanhã até sexta-feira (5) na capital federal. Entre os problemas apontados no diagnóstico do Pará estão a falta de investimentos em políticas de prevenção à violência e no próprio sistema de segurança, tanto no policiamento quanto no sistema penal, que continua a ser uma 'universidade do crime', nas palavras de Raul Navegantes, representante da OAB-PA e coordenador estadual da campanha 'Brasil Contra Violência'.
Segundo ele, as carências começam na falta de preparo e falta de atualização de contingentes, instalações e equipamentos. 'Mas é claro não podemos restringir o campo de segurança pública apenas a essa esfera policial e militar, quando, preventivamente, ele deve ser superior e mais compreensivo, porque passa pela questão da promoção da cidadania, da urbanização, da moradia, da educação, mas também dos esportes, do lazer, do transporte público e das artes, entre outras políticas', diz Navegantes, que falou sobre o relatório ao lado da advogada Ângela Sales, presidente da OAB-PA.
Um dos pontos fortes destacado por Navegantes no relatório é que as principais demandas relacionadas à questão da violência acontecem contra idosos, mulheres, crianças e negros, quadro fomentado pela falta de políticas públicas para crianças e adolescentes. 'Falta mais cuidado com a juventude, pois a família não tem mais tempo e o Estado não garante as políticas de integração ao jovem, que se sente isolado. Então, a porta para a brutalidade está aberta. Não há mais áreas de lazer, esportes e manifestações artísticas. Essa é a primeira angústia', declarou o coordenador.

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