O Senado afirma não ter um levantamento oficial dos parentes de parlamentares que trabalham na Casa. Mas pelo balanço das exonerações ocorridas no Senado após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado o fim do nepotismo nos três poderes, a maioria dos demitidos são sobrinhos.
De acordo com o Boletim Administrativo do Pessoal (documento interno e diário), dos 22 familiares demitidos após a publicação da súmula do STF, 13 são sobrinhos dos senadores. A consulta foi feita desde o dia primeiro de setembro (exatamente após a decisão começar a valer) até esta sexta-feira (19).
O primeiro a anunciar a demissão de um parente foi justamente o presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Carlos Eduardo Alves Emerenciano é sobrinho do peemedebista e trabalhava em seu gabinete há quatro anos na elaboração de projetos e discursos. O presidente do Senado ainda não encontrou um substituto para o sobrinho, que está sem emprego e se dedica a estudar para concursos públicos.
Garibaldi explicou da seguinte forma a constatação de que os sobrinhos dominam as estatísticas de nepotismo: “O sobrinho realmente é um parente muito ligado. Quem nomeia fica à vontade porque não é o próprio filho e ao mesmo tempo é uma pessoa de confiança”.
Até a publicação da súmula do Supremo, os senadores eram livres para fazer as nomeações nos respectivos gabinetes. E não há uma explicação comum capaz de justificar essa predominância dos sobrinhos. “Quem não tem um irmão, uma irmã em dificuldade? Quando se contrata um sobrinho, é uma forma de se ajudar um irmão", resumiu um senador, com o pedido de que o nome não fosse citado.
Fonte: G1
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