No AMAZÔNIA:
Quinze minutos antes de expirar o prazo, os assassinos da missionária Dorothy Stang, o gerente de fazenda Amair Feijoli da Cunha, o 'Tato', e o pistoleiro Clodoaldo Carlos Batista, o 'Eduardo', se apresentaram na quarta-feira ao Centro de Recuperação de Americano, em Santa Isabel, onde cumprem pena de 17 e 18 anos de prisão, respectivamente. A dupla foi beneficiada pela lei de execuções penais com a saída da cadeia por cinco dias para passar o Dia dos Pais em casa.
A soltura temporária revoltou entidades de direitos humanos e a Ordem dos Advogados do Brasil no Pará (OAB-PA), que eram contrárias ao benefício, por entender que 'Tato' e 'Eduardo' praticaram um crime hediondo, contra uma religiosa de 75 anos empenhada na luta contra a devastação da floresta amazônica e a favor da reforma agrária. Para a Justiça, os dois condenados já cumpriram um sexto da pena, estão hoje no regime semi-aberto e têm bom comportamento na cadeia. Usufruíram de benefício previsto na própria legislação penal.
A Susipe informou que 'Eduardo' chegou ao presídio 15 minutos antes do prazo de apresentação estabelecido pela Vara de Execuções Penais, enquanto 'Tato' apareceu no local quando faltavam apenas dez minutos. Não chegou a ser montado esquema para uma eventual fuga dos acusados, como muitos temiam. Advogados telefonaram para a Susipe, avisando que a dupla iria se reapresentar à penitenciária antes de o prazo expirar.
Soltos - Os matadores da missionária agiram em conluio para eliminá-la, segundo o Ministério Público. Além de 'Tato', que agiu como intermediário, e 'Eduardo' e Rayfran das Neves, o 'Fogoió, como executores, aparecem como mandantes os fazendeiros Vitalmiro Bastos Moura, o 'Bida', e Regivaldo Galvão, o 'Taradão'.
Inocentando no segundo julgamento, 'Bida' aguarda em liberdade a apelação do MP para que seja levado a novo júri. Já 'Taradão', também está solto, porque nunca foi julgado. Há vários recursos em favor do fazendeiro para evitar que ele vá a júri.
2 comentários:
A Justiça, sempre tão generosa, beneficiou os dois pais exemplares que, pobrezinhos, por um momentâneo deslize dispararam uns tirinhos que atingiu uma freira. A Justiça também poderia agora conceder o benefício da vida à irmã Dorothy, mas, claro, a culpa foi dela por ter e colocado justo na trajetória das balas, não é? E os mandantes, esses anjos, devem mesmo permanecer livres como pássaros, como apraz à Justiça.
Anônimo,
Vocês tem razão. São distorções como essas que têm de acabar. Urgentemente.
Vou postar seu comentário no blog amanhã, sábado.
Bom feriado.
Abs.
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