No AMAZÔNIA:
Vizinho da Prefeitura de Ananindeua, João Inácio Nascimento, de 54 anos, que sofre de epilepsia há mais de um ano, padece para conseguir os dois remédios que controlam a doença. No posto de saúde do Maguari não há o medicamento. O médico responsável pelo seu tratamento de saúde passou a trabalhar somente às segundas-feiras, deixando o paciente sem atendimento e revoltado. Na última segunda, 18, Inácio destruiu parte da vidraça da unidade em protesto por não conseguir os medicamentos, além de sua consulta. O paciente está comprando o remédio para não piorar da epilepsia.
Inácio conta que marcou a consulta para o dia 18 e quando chegou a vez dele, o médico atendeu a outras pessoas e o deixou na espera. Com o descaso, ele disse ter se descontrolado. 'Eu quebrei a vidraça mesmo. Estava com raiva. Senti um abalo no coração por me deixarem de lado', disse com muita dificuldade.
A irmã de Inácio, Maria Odete Nascimento, de 65 anos, também se trata no posto do Maguari. Ela tem um coágulo na cabeça e precisa tomar o remédio Fernabomitol, o mesmo de Inácio, e também Gadernal. Ela conta que há um ano, o posto não entrega os medicamentos. 'Além da minha cabeça, preciso tratar da pressão. Nem mesmo AAS, um remédio barato, tem no posto. Tenho de me virar para comprar os remédios para mim e meu irmão. O remédio custa R$ 35, mas nem sempre temos essa quantia para comprar', desabafa Odete.
Mesmo doente, Inácio também faz o que pode para se tratar e ajudar a irmã a comprar os remédios e a sustentar a casa. Ele afirma não ter medo dos ataques que a epilepsia causa, pois ele nunca se lembra de nada. 'Já tive crise no meio da rua e na hora do trabalho, mas não tenho medo. Sempre ajudam e avisam a família. Mas o que aparecer eu faço', conta Inácio, que trabalha como serviços gerais para a vizinhança da área onde mora com a irmã.
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