quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Conversa de delegado

Com todo o respeito, mas a alegação do delegado Protógenes Queiroz para se recusar a depor hoje, na CPI dos Grampos, é a mais inconsistente possível.

E no caso dele, policial acostumado a presidir inquéritos e lidar com alegações inconsistentes, a alegação chega a ser absolutamente inacreditável.

O delegado argumentou que não poderia depor porque terá de faltar a uma aula do curso de formação da Academia Nacional de Polícia. As aulas terminam no dia 22 de agosto. "A ausência poderá acarretar-lhe dano absolutamente irreparável, relativamente à falta que não é aceitável", informou o advogado de Protógenes, Renato Andrade.

E com todo o respeito que o doutor Renato, nobilíssimo causídico, deve merecer de todos nós, mas ele sabe – e o dr. Protógenes muito mais – que o delegado não está sendo convocado para dar uma volta naquela feirinha de Brasília, a das quinquilharias que todos compram. Não está sendo convocado para ir descansar numa sessão de cinema no Conjunto Nacional.

Está sendo convocado para depor numa CPI, na condição de servidor público.

Está sendo convocado por uma CPI que funciona na Câmara dos Deputados para dar explicações relevantes. E explicações de interesse público, do máximo interesse público.

A Academia, dr. Protógenes, não acolheria um argumento desses para abonar a falta?

A Academia, dr. Renato, não se renderia a uma justificativa dessas para relevar a falta do dr. Protógenes?

Não mesmo?

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