segunda-feira, 17 de junho de 2024

Nunca provei Cremogema. Sempre adorei Cremogema. A publicidade brasileira perdeu seu encanto?


Neste domingo (16), sabe-se lá por quê, acordei com uma música na cabeça.
Nem a 9ª Sinfonia.
Nem o Hino Nacional Brasileiro (sou patriota, claro, e sempre me lembro dele).
Nem uma sertaneja (tenho que incluí-a, porque procuro ser politicamente correto, é óbvio).
A música que me veio à cabeça, tão logo saltei da cama, por volta das 8 da manhã, era aquela musiquinha (um jingle, é assim o termo técnico?) da Cremogema.
Era aquele jingle que dizia assim:

Crem, Cremo, Cremo, Cremogema
É a coisa mais gostosa desse mundo
Eu esqueço a boneca
Eu esqueço a minha bola
Quando tomo, tomo, tomo, tomo, tomo, tomo, tomo
Crem, Cremo, Cremo, Cremogema

A versão integral está no vídeo aí de cima, incorporado à postagem.
Em 720 anos de vida, nunca, nem uma vez sequer, eu cheguei a provar Cremogema.
Mas não esqueço do jingle da peça publicitária, que eu adorava e jamais esqueci.

Agências assépticas

Eis que, nesta segunda (17), abro O Globo (sou jornalista que lê jornal, acreditem), vou à página 3 e leio a coluna de Washington Olivetto, que assina sua coluna duas vezes por mês, sempre às segundas.
Seus artigos são magistrais. Não perco um.
No de hoje, Olivetto aborda o panorama atual da publicidade brasileira.
Um panorama marcado, segundo seu juízo, pela falta de ânimo, de criatividade, de inspiração, com a preocupação mais de conquistar prêmios, e não conquistar o consumidor.
O ambiente das agências, emenda Olivetto, é tão asséptico como um consultório odontológico.
"Não há layouts em cima da mesa, jingles tocando alto nos corredores, nem provas de anúncios penduradas nas paredes. E não há novas conquistas comemoradas com champanhe e fogos, até porque a maioria delas não tem novas conquistas para comemorar", reforça Olivetto.
A parte final do artigo é antológica. E está na imagem acima.
Impossível não se concluir que Olivetto tem razão.
Eu, consumidor, sou a prova de que ele tem razão.
Mesmo sem nunca ter sequer provado a Cremogema, tenho a forte impressão de que adoro Cremogema.
Porque adorava o jingle da Cremogema. E tanto é assim que jamais esqueci dele.
Eis aí o encanto da publicidade.
Eis aí o desencanto de Olivetto, um dos grandes responsáveis pela encantamento que a publicidade brasileira já despertou no mundo inteiro.
Se puderem, leiam o artigo.
Mesmo os que não são publicitários, mas são consumidores.
Mesmo os que, como eu, nunca comeram Cremogema.

domingo, 16 de junho de 2024

Números de pesquisa mostram a missão (quase) impossível de Edmilson para chegar a um 2º turno. Mas tudo é possível, claro!

Levantamento divulgado pelo Paraná Pesquisas neste sábado (15), sob encomenda do jornal Diário do Pará, mostra os mais recentes cenários pré-eleitorais entre os aspirantes a se candidatar ao cargo de prefeito de Belém. A pesquisa, que ouviu 800 eleitores entre 9 e 14 de junho, foi registrada no TSE sob o número PA-04749/2024.

Os números revelados pela aferição - resumidos nos infográficos acima, pinçados da edição do Diário deste sábado/domingo - pouco mudam em relação aos divulgados no levantamento anterior, realizado em março, sob encomenda da Rede TV! Belém, mas reforçam que o bolsonarista Éder Mauro (PL), com 30% das intenções de votos na pesquisa estimulada, mantém-se à frente, com boa margem, sobre os candidatos do MDB, Igor Normando (18,45%), apoiado pelo governador Helder Barbalho, e do prefeito Edmilson Rodrigues (13,4%), do PSOL, com apoio do PT.

Deve-se ponderar, no entanto, que tanto a pesquisa de março como a de agora consideraram cenários diferentes, em que nomes que estavam no primeiro levantamento, como os de Cássio Andrade (PSB) e Zeca Pirão (MDB), não constam da consulta feita de 9 a 14 deste mês.

O desafio de Edmilson

Por isso mesmo, um sinal vermelho - vermelho vivo, sem sobre tons - mantém-se aceso em relação à pré-candidatura de Edmilson Rodrigues, quando sua administração é avaliada. Nada menos de 75,5% a desaprovam, segundo os números do Paraná Pesquisas. O grave é que essa avaliação não é relativizada, ou seja, independe de quais nomes de pré-candidatos tenham sido apresentados aos eleitores consultados.

Quando se soma a ampla, a enorme reprovação popular ao governo Edmilson com sua rejeição eleitoral de 59,4% (em março, era de 55,3%), então constata-se facilmente que o prefeito, dentre todos os seus futuros adversários, terá em si mesmo o maior deles, uma vez que precisará reduzir de forma substancial números estratosfericamente negativos em apenas quatro meses, de agora até 6 de outubro, data do primeiro turno.

Se não conseguir, pelo menos, reduzir a dimensão desses números altamente negativos até o início da campanha, em agosto, e de acordo com a evolução dos outros candidatos, dificilmente Edmilson terá fôlego sequer para chegar a um eventual segundo turno.

Mas em política, vocês sabem, tudo é possível. Até o impossível.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Direção nacional do PSB garante que Doutor Daniel continua pré-candidato e será candidato à Prefeitura de Ananindeua


O prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, o Doutor Daniel, como é mais conhecido nos meios políticos, postou há pouco mais de 1 hora, em seu perfil no Instagram, um vídeo que, pelo menos enquanto - porque em política, você sabem, as coisas mudam de lugar como as nuvens que passeiam pelos céus -, contraria frontalmente especulações de que sua candidatura à reeleição estaria inviabilizada, antes mesmo de ser formalizada.
No vídeo, ninguém menos que Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB - partido que acolheu Daniel após ele sair do MDB rompido com o governador Helder Barbalho - garante que o prefeito de Ananindeua continua pré-candidato e será o candidato da legenda à reeleição.
Com isso, Siqueira desmente especulações que passaram a ser veiculadas com insistência nas últimas 48 horas, sobretudo nas redes sociais, indicando que a candidatura de Daniel teria sido inviabilizada pela prória direção estadual do PSB, cujo presidente é o ex-deputado federal Cássio Andrade, aliado de Helder.
Enquanto o grupo do prefeito se mobiliza para desmentir o que alguns de seus assessores consideram fake news, muita gente, inclusive advogados da área eleitoral consultados pelo Espaço Aberto, continuam sem entender que instrumentos a direção estadual do PSB teria, neste momento, para, como se tem dito, inviabilizar, barrar ou bloquear a candidatura de Doutor Daniel.
Nas especulações que grassam nas redes sociais, não se explica de que artifícios - legais, presume-se - a filiação de Daniel ao PSB teria sido barrada, tornando-o, portanto, inelegível para mais um mandato.


Barrou? Mas barrou como?

A direção do PSDB invocou algum dispositivo estatutário para rifar o prefeito? Se invocou, como se deu a deliberação por meio de sua Executiva? Mas, se foi assim, onde está e por que ainda não foi divulgada a ata ou outro instrumento hábil que registra a deliberação? Ou será que a direção do PSB do Pará ingressou com um procedimento judicial para barrar a filiação e, em consequência, a candidatura? Ninguém explica a forma, o procedimento adotado para tirar o prefeito de Ananindeua do jogo eleitoral.
O que pode ser absolutamente normal é alguém, dentro do PSB e, portanto, aliado do grupo barbalhista que lá se encastela, decida bater chapa com Daniel na convenção municipal que vai formalizar definitivamente a candidatura. Aí sim, faz parte do jogo e das regras eleitorais. Fora isso, ficam nebulosas, incompreensíveis e implausíveis quaisquer informações em contrário.
Daí a intervenção direta da direção nacional do PSB de se apressar em garantir que tudo continua como dantes nos quartéis d'Abrantes. Ou seja, Daniel continua no páreo: "Ele é pré-candidato. Ele será candidato à Prefeitura de Ananindeua", como afirmou Siqueira.