Espaço Aberto
Informação, opinião, ideias e debates
domingo, 13 de outubro de 2024
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Malafaia chama Bolsonaro de "covarde" e "omisso". Nesta briga, apoiemos a briga. Com todo o amor.
Malafaia e Bolsonaro: o pastor solta o verbo contra o golpista "covarde" e mito do mimimi. Quem diz que Bolsonaro é "covarde", prestem atenção, é Malafaia. |
sábado, 5 de outubro de 2024
Jurista avalia que Marçal será cassado e, se for eleito, São Paulo terá novas eleições
Pablo Marçal levando cadeirada de Datena, durante debate na TV Cultura: agora, após conduta criminosa, candidato fica sob o risco de ser cassado antes do primeiro turno |
Dois bandidos num ato de banditismo. Mas bolsonaristas, entre eles jornalistas, acham que é só liberdade de expressão.
Prisão de coronel lotado na Alepa expõe oficiais da PM do Pará em ativa militância político-eleitoral
Trata-se do coronel Francisco de Assis Galhardo do Vale, lotado no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Pará do Pará. Em setembro deste ano, ele embolsou, limpos, exatos R$ 12.804,13 (na imagem do alto), conforme se pode comprovar no portal da transparência da Alepa, disponível para acesso público.
Na informação divulgada à Imprensa, a Polícia Federal destacou que "a investigação preliminar aponta que o dinheiro seria usado para compra de votos em favor de um político que se candidata a cargo nas eleições, no Pará."
No dia 23 de setembro passado, o Diário Oficial do Estado publicou decreto assinado pelo governador Helder Barbalho que inclui Galhardo entre os oficiais da Polícia Militar do Pará promovidos pelos critérios de merecimento e antiguidade (imagem acima).
PMs em ostensiva militância eleitoral - A prisão de Galhardo ocorre num contexto que expõe policiais militares, a maioria deles oficiais, em ativa e ostensiva militância em favor de candidatos que concorrem a cargos eletivos no pleito marcado para amanhã.
Numa das fotos, também aparece, sorridente, ninguém menos que o corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Tabaranã Silva. Todos juntos, e misturados, parecem apoiar a candidatura de Antônio Doido.
Sue Mourão, aliás, tem outro cabo eleitoral de alta patente. Ninguém menos que o comandante-geral da Polícia Militar do Pará, Dilson Júnior, seu esposo. Num vídeo (veja acima) que viraliza alguns dias nas redes sociais, Dilson Jr. pede votos para a mulher, "uma pessoa correta, preparada, enfermeira, [que) cuida de todos nós".
Pode isso, Arnaldo?
Pode isso, comandante-geral?
Pode isso, corregedor?
Eles dirão que pode. Muito provavelmente, dirão que, momentaneamente despidos da farda, encarnam o papel de cidadãos. Nessa condição, estariam plenamente eximidos de quaisquer regulações corporativas, podendo, portanto, externar livremente suas preferências, inclusive e sobretudo as eleitorais, sob o abrigo da liberdade de manifestação, prevista constitucionalmente.
Mas há divergências.
Advogados ouvidos pelo Espaço Aberto alegam militares, mesmo sem a farda e ainda que não estejam claramente se valendo do cargo e da estrutura da corporação a que pertencem, não perdem a condição de agentes públicos sobre os quais recaem vedações para determinadas atividades, entre elas as de natureza política.
O artigo 46 do Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Pará dispõe, por exemplo, que "são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos superiores, quanto as de caráter reivindicatório ou político".
No mais, é aguarda que as poderes competentes, entre eles o Ministério Público Eleitoral, para que apreciem detidamente essas condutas, com fins de avaliar se estão albergadas pelas leis, sejam lá quais forem.
Tem outro poder, ou melhor, outra instância que também seria competente para abrir apurações. No caso, seria a Corregedoria da Polícia Militar. Mas a questão é que o coronel-corregedor também aparece numa das fotos.
E aí, quem vai apurar?
O cabo?
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
Ar-condicionado nos ônibus: Justiça manda Edmilson retirar propaganda que menciona Igor Normando
Igor Normando e Edmilson Rodrigues: embate também na Justiça Eleitoral sobre a questão do ar-condicionado nos ônibus de Belém |
"No presente caso, conforme demonstrado, o programa eleitoral dos Representados veiculou notícia sabidamente inverídica e descontextualizada a fim de aviltar a imagem do candidato Representante, incutindo no eleitorado uma falsa ideia de que promoveria aumento das passagens de ônibus, elevando o custo do transporte de R$ 4,00 para R$ 8,00 ", escrevem os advogados Mauro César Santos e Kassiana Renê Gomes na representação por propaganda irregular proposta contra a campanha de Edmilson.
A juíza Reijjane Ferreira de Oliveira. que expediu a liminar, também determina às emissoras de rádio que suspendam a veiculação da peça de propaganda, sob pena de suspensão da programação normal da emissora por 24 horas, podendo ser duplicado em caso de reiteração da conduta.
A magistrada diz que, em análise superficial, os fatos expostos pelos advogados de Normando "desaguam em cabal e irrefutável irregularidade. No caso dos autos, a discussão encontra-se em propaganda com '[...] notícia sabidamente falsa, descontextualizada da realidade dos fatos e claramente ofensiva à sua honra.'
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Rejeição e debandada fazem bater o desânimo no entorno da campanha de Edmilson
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
A overdose das bets é a cara do Brasil, um país de malucos
terça-feira, 24 de setembro de 2024
A arte jornalística de fazer com que criminosos sejam chamados de "torcedores"
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Debate em São Paulo tem Edmilson Rodrigues como referência e condenado se exibindo como lorde
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Marçal queria levar só um tapa. Levou uma cadeirada!
José Luiz Datena, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, é um cavalo de duas patas.
Seu histórico de grosseria, machismo, descontrole e cavalice explícitos é notória e amplamente conhecido. Já foi protagonista de truculências, inclusive, contra colegas de trabalho.
Pablo Marçal (PRTB) é um energúmeno de marca maior. É um debochado e mentiroso, qualidades que o tipificam como bandido condenado por sentença judicial. É o protótipo do bolsonarista excrementoso e idiota, daí tratar seus pretensos eleitores como idiotas.
Quando se confrontam, no mesmo picadeiro, um cavalo de duas patas e um bolsonarista excrementoso, vocês acham que vai terminar como? Um apertando civilizadamente a mão do outro? Ambos trocando flores? Ambos fazendo reverências ao talento um do outro?
Claro que não.
De um confronto com atores como esses dois personagens, só pode resultar o que todos vimos na noite deste domingo (15): agressões verbais e provocações explícitas e intoleráveis de um, no caso Marçal, e a reação do outro, Datena, golpeando o opositor com uma cadeirada.
Assisti ao debate do início ao fim.
Para quem assistiu, era visível a intenção de Marçal de provocar os adversários, sobretudo Datena, que ele, Marçal, sabe ter pavio curto.
Mas é muito provável que o candidato do PRTB tenha calculado que, no máximo, poderia levar apenas um tapa de três dedos do tucano. Como também é muito provável que ansiasse por isso para, depois, fazer o que está fazendo: posar de vítima que se sacrificou pela democracia e pela liberdade de expressão.
Mas o bolsonarista excrementoso calculou mal: acabou levando uma cadeirada que o atingiu numa da costelas.
Sem dúvida, foi assustadora e deplorável, sob todos os aspectos, a cena que marcará para sempre não apenas o debate promovido pela TV Cultura, mas todos os debates já ocorridos neste período democrático no Brasil.
Mas, como já se disse, a cena era mais do que previsível, considerando-se os espécimes envolvidos.
Perdeu a civilidade democrática.
Ganhou o mundo dos memes, área em que os brasileiros, aqui pra nós, são imbatíveis.
Sigamos!
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Buraco no Pará é tema de campanha bolsonarista... Nas eleições do Rio!
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
Operação do MPPA investiga atuação de organização criminosa em Ananindeua
Nove mandados de busca e apreensão foram realizados em Ananindeua (Foto: MPPA) |
ABI defende liberdade de Imprensa e denuncia assédio judicial contra jornalista paraense
sexta-feira, 23 de agosto de 2024
Marçal, o energúmeno condenado, é um ótimo teste para Bolsonaro, o corrupto golpista
Bolsonaro, corrupto e golpista, e Marçal, um doido condenado: eles se conhecem muito bem |
A ascensão, digamos assim, meteórica do energúmeno condenado Pablo Marçal na corrida eleitoral para prefeito de Sáo Paulo (SP), segundo a mais recente pesquista Datafolha, é um ótimo teste para medirmos, realmente, o nível de liderança do fascista, corrupto e golpista Jair Bolsonaro entre a direita fascista e golpista.
É que o meliante que desviou para seus próprios haveres joias que pertenciam ao patrimônio público já está chamando Marçal de "mau caráter" e reforçando, insistente e explicitamente, que ele, o energúmeno, não o representa.
Precisamos, portanto, esperar até a próxima pesquisa, para que possamos aferir até que nível esse racha no seio da extrema direita fascista afetará o apoio popular à candidatura de Marçal.
Se o candidato estabilizar-se ou começar a cair, então será crível que a liderança de Bolsonaro entre os fascistas da extrema direita ainda é expressivo.
Se, ao contrário, continuar a subir, então será possível acreditarmos que Bolsonaro, o fascista, já é considerado meio que disquerda pelos próprios protofascistas.
Ah, sim.
Marçal deu uma resposta a Carlos Bolsonaro, segundo informa o portal Metrópoles.
Disse assim: “O Carlos que tem problema comigo. Eu tento preservar o Carlos, mas ele é um retardado mental, um estúpido. Mas, pelo presidente, eu vou relevar aquele comentário”, disse. “Ele pode falar o que quiser. Ele sempre tá aí para atrapalhar. Ele atrapalhou nossa eleição a presidente”.
Convenhamos, meus caros: em alguns momentos, Marçal tem fortes lapsos de lucidez!
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Buraqueira volta a imperar na Praça Batista Campos. E a reforma ainda não tem 60 dias.
sábado, 10 de agosto de 2024
Contra a incivilidade, nem o Barão Haussmann, nem Edmilson Rodrigues dão jeito! Vejam como está a Praça Batista Campos.
Meus caros, está mais do que provado e comprovado: quando a incivilidade, a selvageria, a falta de educação e o afrontoso desapreço ao patrimônio público prevalecem, não há administração, não há governo que dê jeito!
Quando a própria população, quando os próprios usuários dos espaços públicos se encarregam, eles mesmos, de destruí-los e emporcalhá-los, não há Antônio Lemos (que muitos consideram o melhor prefeito que Belém já teve), não há Barão Haussmann (aquele mesmo que modernizou Paris e conferiu-lhe, em boa medida, os contornos atuais), não há, enfim, Edmilson Rodrigues que dê jeito!
Espiem as fotos acima, enviadas há pouco para o blog e tiradas agora, na manhã deste sábado (10).
Isso daí é na Praça Batista Campos, reformada e entregue à população há cerca de apenas um mês e maio.
Olhem essa imundície.
Olhem essa sujeira.
Olhem esse crime que usuários cometem contra o espaço público revitalizado e destinado ao próprio lazer, ao próprio desfrute deles próprios.
Isso é absolutamente inacreditável.
Mas acreditem: a deseducação e a incivilidade é que nos condenam.
Não tenhamos dúvidas disso.
Agora, tem um detalhe: onde estava a Guarda Municipal, que não viu o cometimento desse crime?
Estava na praça?
Não estava?
Onde estava?
Aí, sobre isso, caberá ao nosso Barão Haussmann responder, né?
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
Edmilson diz que Helder decidiu "constranger" Lula ao lançar candidatura de primo "inexperiente"
terça-feira, 6 de agosto de 2024
Fogo no bambuzal. A apenas duas quadras do Ibama.
terça-feira, 30 de julho de 2024
Uma foto que já é icônica, menos de 24 horas após ser revelada ao mundo
Há fotos que se tornam icônicas ao longo do tempo. A do marinheiro George Mendonsa e da enfermeira Greta Zimmer Friedman beijando-se em plena Times Square, em Nova York, no exato momento do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, é uma delas.
Há fotos que já nascem icônicas. Como a que está postada acima.
Faz menos de 24 horas que foi revelada ao mundo. Em menos de 24 horas, é celebrada como uma obra de arte, um primor, uma preciosidade, uma peça antológica. E histórica.
Fernando Medina, o surfista brasileiro, parece que passeia, parece que voa, levita - leve e liberto - sobre as nuvens, com sua prancha como se fosse, sei lá, uma hélice.
Mas não.
As nuvens são, em verdade, os restos de um tubo de onde ele saiu, voando sobre uma onda perfeita durante disputa de uma prova em que avançou para as oitavas de final em Teahupo'o, no Taiti, na Polinésia francesa, nesta segunda (29). Prova em que ele obteve a nota 9,9.
A foto já é tão icônica que matérias sobre seu autor, o francês Jérôme Brouillet, da Agence France-Presse (AFP), inundam a internet. Todos querem saber como ele conseguiu eternizar esse átimo de segundo, esse momento mágico, fantástico, arrebatador, extático.
“Ele [Medina] estava atrás da onda e eu não pude vê-lo até que ele apareceu e tirei quatro fotos dele, e uma delas era esta. Não foi difícil tirar a foto. Foi mais uma questão de antecipar o momento e saber onde o Gabriel vai começar a onda”, afirmou o fotógrafo.
Ou seja: ele apontou em direção à saída do tubo e começou a clicar, tão logo Medina apareceu. Cada clicada talvez dure menos de 1 segundo. Em menos de 4 segundos, produziu-se a foto icônica.
O depoimento de Brouillet lembrou-me de Pedro Pinto, um dos mais fotógrafos que o jornalismo do Pará já produziu e meu velho amigo na Redação de O LIBERAL, nos anos 1980.
Uma vez, ao ver-me extasiado diante de uma foto sua durante um RexPa, Pedro me disse que suas melhores fotos de futebol foram de lances que ele, a rigor, não se lembrava de ter visto. Foi vê-los apenas quando os negativos eram, como a gente dizia, revelados e as fotos, copiadas.
Pedro não via os lances, mas guiava sua câmera para que os visse.
Exatamente como fez Brouillet, nessa foto fantástica, que eu não paro de ver e rever.
terça-feira, 23 de julho de 2024
Lula sobre a COP30 em Belém: "A gente pode ter problemas"
Lula, entre o governador Helder Barbalho e o chanceler Mauro Vieira, ao anunciar, em maio do ano passado, Belém como a sede da COP 30 (Foto: Ricardo Stuckert) |
terça-feira, 16 de julho de 2024
"Lixão a céu aberto" no Atalaia integra apuração do MPF, que pode, entre outras alternativas, ajuizar ação para reprimir uso irregular da praia
O Ministério Público Federal informou na tarde desta terça-feira (16), ao Espaço Aberto, ter tomado conhecimento, pela Imprensa e pelas redes sociais, do lixão a céu aberto (expressão do blog, diga-se logo, e não do MPF) em que se transformou a Praia do Atalaia, em Salinópolis, no último final de semana, e que já está em andamento no órgão o Procedimento Preparatório (PP) 1.23.000.000137/2024-90.
Instaurado em janeiro deste ano, o PP, segundo o MPF, apura a utilização irregular das praias de Salinópolis, "em especial, a permissão para que veículos automotivos entrem na faixa de areia." Desde então, houve coleta de informações e reuniões com órgãos públicos, como a Prefeitura de Salinópolis e as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Turismo de Salinópolis.
"As praias são bens públicos de uso comum do povo. Desse modo, o MPF requer das autoridades públicas o estabelecimento de regras que assegurem a todas e todos o livre e franco acesso a elas e ao mar, bem como o cumprimento da legislação ambiental", acrescenta a nota do MPF encaminhada ao Espaço Aberto.
O procedimento preparatório, conforme definição do próprio MPF, é instaurado para apurar notícias de irregularidades quando os fatos ou a autoria não estão claros ou quando não é evidente que a atribuição de investigação é do Ministério Público Federal.
"Depois de reunidas mais informações, o procedimento preparatório pode se transformar em inquérito civil, ou mesmo redundar diretamente na propositura de uma ação, caso os fatos e autores fiquem bem definidos durante seu trâmite", explica o órgão.
Isso significa que, encerrado o PP, uma das possibilidades é o ajuizamento de ação que, entre outras medidas, pode pedir até a vedação do tráfego de veículos na Praia do Atalaia, providência cobrada há 500 anos e nunca, até agora, satisfeita.
domingo, 14 de julho de 2024
No Atalaia, em Salinas, a noite é uma criança. E a noite também é para os criminosos.
quinta-feira, 11 de julho de 2024
Justiça Federal condena Hydro Alunorte a pagar R$ 100 milhões por desastre ambiental em Barcarena
Instalações da Hydro Alunorte no município de Barcarena (Foto: Paulo Santos/Reuters) |
Do portal da Justiça Federal/Seção Judiciária do Pará
O juiz federal titular da 9ª Vara, José Airton de Aguiar Portela, condenou a Hydro Alunorte à pena de prestação de serviços à comunidade, por ter contaminado e poluído uma área no município de Barcarena, em 2009, após o transbordamento de rejeitos sólidos de suas instalações. A mineradora será obrigada a pagar R$ 100 milhões, a título de contribuição a entidades ambientais ou culturais públicas.
Na sentença de 92 páginas, assinada nesta quarta-feira (10), a 9ª Vara aplicou pena restritiva de direitos da pessoa jurídica, proibindo a refinadora de alumina (a maior do mundo, fora da China) de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações por dez anos, assim alcançando todos os órgãos da Administração direta e indireta, de todas as esferas federativas.
O magistrado determina que os R$ 100 milhões sejam recolhidos à conta do Juízo, “para posterior destinação a instituição pública ou privada sem fins lucrativos, desde que fiscalizada por órgãos de conta e/ou Ministério Público, preferencialmente, de caráter socioambiental, podendo também tal valor ser destinado à recuperação ou instalação de parques ambientais, praças ou espaços verdes de lazer no nas áreas urbanas do Estado do Pará, assim contribuindo-se para a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente nas zonas periféricas das cidades.”
O processo começou na Comarca de Barcarena, em 2012. Sete anos depois, ficou decidido que a Justiça Federal é que tinha competência para julgar o caso, tendo sido o processo distribuído para a 9ª Vara, competente para apreciar ações de natureza ambiental.
A primeira denúncia, apresentada em dezembro de 2012 pelo Ministério Público do Pará (MPPA) e posteriormente ratificada pelo Ministério Público Federal (MPF), narra que, em razão do transbordamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos (DRS), ocorrido em 27 de abril de 2009, no interior das dependências da Alunorte, houve contaminação do meio ambiente e a poluição do Rio Murucupi.
Provas - Com base em fotografias, autos de infração, laudos periciais, relatórios de fiscalização do Ibama e estudos do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Faculdade de Química da Universidade Federal do Pará (UFPA), além do que ouviu de vários moradores de Barcarena na condição de testemunhas, o magistrado concluiu que, “em razão de vantagens econômicas decorrentes do processamento da bauxita, em detrimento do interesse da coletividade a um meio ambiente sadio e equilibrado, a Alunorte Alumina do Norte do Brasil S/A se omitiu ao dever de evitar um dano previsível ao subdimensionar os extravasores e a borda livre das paredes norte e oeste do depósito de rejeitos sólidos, assumindo o risco pelo transbordamento do material cáustico decorrente do aumento da pluviosidade local no dia 27/04/2009.”
A sentença acrescenta ainda que “a poluição resultou no lançamento de resíduos sólidos altamente cáusticos e contendo metais pesados, como alumínio, ferro, sódio e titânio, sem o tratamento adequado em área de preservação formada por vegetação e nascentes d’água do Rio Murucupi, modificando drasticamente as características físico-químicas e microbiológicas ao longo de 9 quilômetros do rio, e na extensão da poluição ao Rio Barcarena, ao Rio Pará, Dendê e Arienga, na alteração da estrutura das comunidades bióticas locais, na mortandade de peixes, répteis e animais terrestres, na contaminação dos poços artesianos e na exposição dos ribeirinhos à intoxicação por metais pesados e queimaduras na pele.”
Lama tóxica - Portela avaliou que a Hydro Alunorte não tomou medidas imediatas para socorrer os ribeirinhos e compensar a ausência de água potável e minimizar os danos causados, além de ter sido a responsável pelo transbordamento de uma quantidade enorme de lama tóxica suficiente para contaminar a nascente de rios.
De acordo com a sentença, a Alunorte impediu a entrada dos fiscais do Ibama em sua sede, no dia do evento, e negou a ocorrência do dano aos fiscais, embora já tivesse ciência do transbordamento e estivesse executando medidas para esconder o vazamento com sacos de areia e valas cavadas com retroescavadeiras.
“A empresa não comunicou imediatamente o dano aos órgãos ambientais e negou a ocorrência da poluição aos fiscais do Ibama. A Alunorte passou a colaborar com a fiscalização do Ibama somente após as autuações fiscais. A empresa ré tinha ciência de que devia fazer o alteamento da bacia de depósito de rejeitos sólidos desde dezembro de 2008 e não fez, assumindo o risco para o dano de poluição causado em abril de 2009”, reforça a decisão.
Processo nº 0015239-52.2019.4.01.3900 (consulte aqui).
Hydro nega ocorrência de crimes
Em nota distribuída na manhã desta quinta (11), a Hydro Alunorte manifestou sobre a sentença da Justiça Federal. A seguir, a íntegra da nota:
"A Alunorte nega veementemente a ocorrência de crime de poluição do Rio Pará como consequência do evento de 2009 e irá recorrer da decisão desfavorável logo que for intimada pelo Tribunal.
Durante o processo, as partes forneceram provas técnicas ao Tribunal, demonstrando que não houve danos causados ao Rio Pará.
As operações da refinaria empregam as melhores práticas de gestão, atendendo aos rígidos controles ambientais e à legislação vigente e aplicável. A companhia reafirma seu compromisso em ser uma boa vizinha, colocando as pessoas, o meio ambiente e a segurança em primeiro lugar."