quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Justiça garante acesso de jornalistas ao prédio da Seduc ocupado por indígenas


Do site da jornalista Dedé Mesquita

Uma grande vitória para toda a classe dos jornalistas, de verdade. A Justiça acatou na noite desta quinta-feira, 16, o mandado de segurança impetrado pela diretoria do Sindicato de Jornalistas do Pará – Sinjor-PA, garantindo o acesso de profissionais da imprensa ao prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará -Seduc, na avenida Augusto Montenegro, ocupado desde a última terça-feira, 14, pelo movimento indígena.

A liminar favorável aos jornalistas foi concedida pela desembargadora Maria Filomena Buarque, que determinou que o secretário da Educação, Rossieli Soares, “assegure o acesso de jornalistas devidamente habilitados e credenciados a veículos de comunicação à sede da Secretaria Estadual de Educação do Pará,enquanto perdurar a manifestação indígena”.

A decisão judicial determina, ainda, que “não seja impedida a captação de imagens eentrevistas, devendo as autoridades adotarem meios a garantir a segurança, ordem e integridadefísica de todos que estão em suas dependências”.

Violação de direitos – O Sindicato argumentou que a restrição do acesso de jornalistas ao local da ocupação pelo secretário de educação viola o livre exercício da profissão e o direito à informação, garantidos na Constituição Federal. A entidade dos jornalistas anexou vídeos, fotos, reportagens e ofícios que comprovavam a atitude arbitrária dos representantes do governo do Estado.

Em caso de descumprimento da decisão ou diante de qualquer obstáculo ao exercício do trabalho jornalístico, a desembargadora estabelece uma multa diária de R$ 50 mil ao Governo do Estado, que deverá ser revertida ao SINJOR-PA.

Para a diretoria do Sindicato, a decisão judicial é uma forma de garantir o livre exercício do jornalismo e uma vitória da democracia contra as atitudes autoritárias do governador Helder Barbalho e do secretário Rossieli Soares.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

"Hoje, é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui". Sim: ainda estamos aqui.


Discurso bom é discurso que poderia terminar, de forma apoteótica, na primeira frase - sempre bem curta.

Como o início da discurso do presidente Lula, na solenidade realizada nesta quarta-feira (08), no Palácio do Planalto, para marcar os dois anos de triunfo da democracia sobre os bolsonaristas fascistas que tentaram dar um golpe em 8 de janeiro de 2023.

"Hoje, é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui", começou o presidente, fazendo sutil alusão ao "Ainda Estou Aqui", filme que permitiu a Fernanda Torres conquistar no último domingo o Globo de Ouro.

Lula já poderia, se quisesse, terminar sua fala aí mesmo, porque essa asserção traduz exatamente o que um momento como este representa.

Ainda estamos aqui, vivendo numa democracia, porque a democracia brasileira, por seus mecanismos institucionais, freou, conteve e deteve os instintos bestiais de fascistas comandandos por um covarde como Jair Bolsonaro, esse espécime vil, que, por ser vil, aviltou a civilidade político-institucional do Brasil durante os quatros anos em que ele uma corja desgovernaram o País.

Não à toa, bolsonaristas vivem nesta quarta-feira um momento dos mais difíceis. Em memes, chegam a considerar um dia como o de hoje como "O Dia do Patriota".

Não acreditam que o 8 de Janeiro foi uma tentativa de golpe.

Não acreditam que fascistas defecaram - simuladamente ou não - em prédios públicos.

Não acreditam que ações articuladas, antecedentes ao golpe, mas dele integrantes, previram até a eliminação de autoridades, entre elas Lula, o então presidente eleito.

Não acreditam, enfim, que estavam aviltando a democracia, porque, é óbvio, não conseguem alcançar, na quintessência de suas ignorâncias e burrices, o significado da democracia.

Se bolsaristas fascistas não acreditam em nada disso, nós, de outro lado, estamos convictos de que bolsonaristas fascistas representam uma escória que só não contamina irreversivelmente o ambiente democrático porque a democracia brasileira já desenvolveu anticorpos suficientes para repelir o fascismo.

"Hoje, é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui".

E ponto final.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

"Praça Batista Campos: sem cocô de garça e sem bandidos". Aposte nisso, prefeito Normando!

A Praça Batista Campos em junho de 2024, quando foi entregue, reformada, pela gestão
Edmilson Rodrigues: linda, mas ainda um campo aberto para a ação de assaltantes
(foto: Espaço Aberto)

A Praça Batista Campos - um paraíso para as centenas de garças que se aninham nas galhadas de suas árvores, para de lá despejarem cocô na cabeça dos transeuntes, mas um inferno para frequentadores que se ressentem da falta de segurança - volta a ser palco de cenas de violência - explícita e à luz do dia.

Há dois domingos, uma dupla de idosos foi assaltada por dois bandidos - que usavam moto e portavam armas - em plena luz da manhã, quando faziam sua caminhada habitual. O fato chegou ao conhecimento do Espaço Aberto apenas nesta segunda-feira (07).

Um dos idosos, contrariando o recomendado pelos protocolos de segurança, mas atendendo ao instinto natural de autodefesa, chegou a reagir contra um dos bandidos e bateu na arma que ele portava, percebendo logo que o revólver era de plástico. Aí, chegou a agarrar o ladrão, na tentativa de imobilizá-lo, mas o homem conseguiu desvencilhar-se e correr em direção à moto em que estava o comparsa, escapando os dois em seguida. "Depois [de reagir ao assalto] é que eu tremi nas bases, minhas pernas ficaram tremendo", conta o idoso, em áudio remetido ao blog.

O registro de mais essa ocorrência criminosa volta a preocupar ainda mais a Associação dos Amigos da Praça Batista Campos, que, não é de hoje, sempre defendeu junto ao Poder Público a necessidade de dotar a local de mais segurança, de preferência reativando um posto da Guarda Municipal que havia por lá, mas que foi desativado pela gestão Edmilson Rodrigues no ano passado.

A preocupação da entidade não é sem propósito. Muito pelo contrário. Assaltos no logradouro - frequentado por centenas de pessoas, inclusive idosos e crianças - são habituais há muito tempo. O repórter que vos escreve, inclusive, tem, como se diz por aí, lugar de fala suficiente para reclamar do banditismo, porque já foi assaltado duas vezes na Praça Batista Campos, uma em março de 2012 (veja aqui) e outra em setembro de 2015 (veja aqui), este a apenas 100 metros de uma banda do Exército.

Nossa Zurique dos trópicos

O prefeito Igor Normando, que assumiu há apenas uma semana, mas com fôlego notável, suficiente - acreditamos nós, os crentes em bons propósitos - para transformar Belém na Zurique dos trópicos em pouquíssimo tempo, bem que poderia anunciar como um dos presentes para a Cidade no seu aniversário, em 12 de janeiro próximo, a reativação do posto da Guarda Municipal na Praça Batista Campos.

Como já se informou que a nova administração municipal deverá acionar - se é que já não acionou - pesquisadores e ornitólogos para encontrarem uma solução que detenha a proliferação de garças na área da Praça Batista Campos, não custa nada agregar a essa providência - urgente, convenhamos - a reativação do posto da GM.

Se fizer isso, quem sabe em 12 de janeiro de 2026, Normando já poderá comemorar novos ares para a praça com um slogan tipo: "Praça Batista Campos: sem cocô de garça e sem bandidos".

Não seria lindo?

Tintim!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Vice-governadora é a nova titular da Seplad. Mudança no 1ª escalão foi antecipada pelo Espaço Aberto em dezembro.


A vice-governadora Hana Ghassan é a nova secretária de Estado de Planejamento e Administração do Estado (Seplad), a contar desta quinta-feira (02), quando foi publicado no Diário Oficial o decreto de nomeação, assinado pelo governador Helder Barbalho.

Outro decreto, publicado na mesma edição, exonera Renata Mirella Freitas Guimarães de Souza Coelho do cargo de titular da Seplad. Ela passará a responder, "até ulterior deliberação", pela Direção Geral do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), também com exercício a contar de 2 de janeiro. Também foi exonerada Regina Barbosa Rocha do cargo de secretária adjunto de Modernização e Gestão Administrativa, com lotação na Seplad.

A mudança no primeiro escalão foi antecipada pelo Espaço Aberto no dia 19 de dezembro passado. A postagem intitulada Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias fazia referência à contrariedade do governador com o envio pela Seplad, à Assembleia Legislativa do Estado (Alepa), do projeto de lei 701/2024, que previa a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).

"Erro brutal"

Conforme apurou o Espaço Aberto, o governador ficou agastado porque o projeto foi encaminhado para apreciação dos deputados sem antes ter recebido sua anuência formal e definitiva, versão confirmada pelo próprio Helder no último dia 27 de dezembro, num vídeo divulgado nas redes sociais em que ele conversa com a secretária de Turismo do Estado, Úrsula Vidal e classifica o episódio de um "erro brutal" da Secretaria de Planejamento e Administração.

"Na verdade, foi feito alguns estudos (sic), por parte da Secretaria de Planejamento do Estado, de possíveis fusões para redução de custos da máquina pública, pra que pudesse ter (sic) mais recursos disponíveis para investimentos em obras e aperfeiçoamento da gestão. Só que em vários modelos que foram apresentados, acabou que houve um brutal errro e [o projeto] foi enviado para a Assembleia Legislativa o que seria uma projeto de reestruturação da máquina pública", diz o governador no vídeo.

Acrescentou que tão logo tomou conhecimento do PL, "pediu" para que a matéria fosse devolvida ao Executivo e desconsiderada, "porque eu não concordo com isso", ou seja, com a extinção de órgãos da área culturak, conforme proposto. "Não existe esse projeto. No momento em que o governo diz, 'olha, manda de volta', ele não existe mais", reforçou.

sábado, 28 de dezembro de 2024

Helder classifica de "erro brutal" o envio à Alepa de projeto que previa a extinção de órgãos

O governador Helder Barbalho confirmou, nesta sexta-feira, o que o Espaço Aberto adiantou no dia 19 deste mês: que foi um erro, classificado por ele de "brutal", o envio à Assembleia Legislativa do PL 701/2024, projeto de lei que previa a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh). O governador atribuiu o erro, nominalmente, à Secretaria de Planejamento.

A informação de que o governador realmente encomendou estudos para a reestruturação da máquina pública, mas não deu a palavra final para o envio da matéria à Alepa, foi antecipada pelo Espaço Aberto no dia 19 deste mês, em postagem sob o título Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias.

"Na verdade, foi feito alguns estudos (sic), por parte da Secretaria de Planejamento do Estado, de possíveis fusões para redução de custos da máquina pública, pra que pudesse ter (sic) mais recursos disponíveis para investimentos em obras e aperfeiçoamento da gestão. Só que em vários modelos que foram apresentados, acabou que houve um brutal errro e [o projeto] foi enviado para a Assembleia Legislativa o que seria uma projeto de reestruturação da máquina pública", diz o governador no vídeo, em conversa com a secretária de Cultura, Úrsula Vidal.

Acrescentou que tão logo tomou conhecimento do PL, "pediu" para que a matéria fosse devolvida ao Executivo e desconsiderada, "porque eu não concordo com isso", ou seja, com a extinção de órgãos da área culturak, conforme proposto. "Não existe esse projeto. No momento em que o governo diz, 'olha, manda de volta', ele não existe mais", reforçou.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias

Paes Loureiro lê o seu "bilhete ao governador", com críticas ao PL 701/2024: episódio
do envio do projeto à Alepa deve resultar em punições no âmbito do próprio governo

Cabeças vão rolar - se é que já não rolaram - no primeiro escalão do governo Helder Barbalho, como rescaldo da grande e negativa repercussão política gerada pelo envio à Assembleia Legislativa do Estado, na semana passada, do projeto de lei 701/2024, que prevê a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).

Titular de uma das mais importantes e estratégicas secretarias de Estado já ouviu do próprio governador Helder Barbalho que não mais integrará seu secretariado quando voltar das férias, que já estão se iniciando, segundo apurou o Espaço Aberto

A exasperação do governador cresceu à medida que aumentaram as manifestações contrariadas de amplos segmentos - sobretudo da área cultural - ao projeto, encaminhado ao Legislativo, segundo o blog conseguiu apurar, sem que tenha sido "finalizado" por Helder, ou seja, sem que ele tenha dado a última palavra, antes de a matéria ser submetida aos deputados.

"O governador, de fato, autorizou que fosse elaborado um projeto de reestruturação administrativa, mas é evidente que, para o encaminhamento à Assembleia, era necessária a sua palavra final. Com isso, ele sentiu-se praticamente surpreendido quando soube que a matéria já estava lá [na Alepa] e mandou retirá-la no mesmo dia", contou ao blog uma fonte com larga circulação entre parlamentares governistas e secretários estaduais.

Repercussão relâmpago

Mesmo com a agilidade com que o governo agiu, foi em velocidade relâmpago que circulou, além dos muros da Alepa, a informação sobre o teor da proposição e o alcance da reforma prevista. Isso foi suficiente para desencader uma forte reação popular, incluindo entidades sindicais, como os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT), e vozes infuentes da área cultural, como o poeta João de Jesus Paes Loureiro, que gravou um vídeo, postado nas redes sociais, fazendo duras críticas ao PL 701/2024 e comparando-o a medidas inspiradas pela "ideologia do Estado mínimo".

De acordo com a versão ouvida pelo Espaço Aberto, o projeto foi devolvido ao Executivo não em decorrência da pressão popular, até porque a devolução ocorreu no mesmo dia em que chegou ao Legislativo, mas à contrariedade do governador, que não havia dado o seu aval para o envio da matéria ao parlamento.

"Esse caso foi bem diferente de outro projeto, o PL 729/2024, que resultou em manifestação de professores nas imediações da Alepa, reprimida com spray de pimenta atirado pela Polícia Militar. Nesse caso, mesmo com toda essa manifestação, o governo manteve o projeto em pauta, tanto que foi aprovado por ampla maioria, porque foi uma decisão política aprová-lo. Já o 701/2024, não. Neste, o governador foi surpreendido", explicou a fonte.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Vini Jr. é "a cara do futebol brasileiro"? Não o desmereçam.

Vini Jr.: ele merece elogio muito melhor - e mais verdadeiro - do que considerá-lo
"a cara do futebol brasileiro", que há muito deixou de ser referência de qualidade

Como esperado, o Real Madrid acaba de vencer o Pachuca do México com facilidade, por 3 a 0, e assim fatura seu 9º título mundial.
Bem interessantes são os narradores brasileiros, que não conseguem superar certos chavões absolutamente despropositados - como todo chavão que se preze.
O narrador da Globo, por exempo, esgoelou-se dizendo que o primeiro gol do Real, marcado por Mbappé, teve "a cara do futebol brasileiro".
Por quê?
Por que Vini Jr., merecidamente escolhido pela Fifa, nesta terça-feria (17), o melhor do mundo, fez uma assistência magistral para o francês.
E muito mais esgoelou-se o narrador, no mesmo sentido, quando Rodrygo fez um golaço, o segundo dos merengues.
"Cara do futebol brasileiro"?
A "cara do futebol brasileiro" é o futebol praticado por Vini Jr. e Rodrygo?
Não os desmereçam.
Vini Jr. tem a cara, isso sim, do futebol espanhol (pra mim, com todo o respeito, o melhor do mundo), do futebol inglês, do futebol alemão... E por aí vai.
Rodrygo também.
Dizer que Vini Jr. tem a "cara do futebol brasileiro" não o eleva; ao contrário, o atira na zona da mediocridade.
Para confirmar que o futebol brasileiro já perdeu a aura de ser referência de qualidade no mundo é que, nos últimos 17 anos, nem um jogador brasileiro havia sido eleito o melhor do planeta.
Enfim, o futebol brasileiro, a rigor, parece estar conformado de que não se inclui mais, há muito tempo, entre as melhores referências mundiais.
Mas é preciso que os narradores se convençam disso.
Do contrário, continuarão enchendo os nossos ouvidos de chavões despropositados.

A lição dos sul-coreanos democratas aos fascistas brasileiros

Yoon Suk Yeol: ele até pode ser como Bolsonaro. Mas os sul-coreanos
não são como os bolsonaristas

As ruas de Seul, a capital da Coréia do Sul, amanheceram no último sábado (14) lotadas de manifestantes saudando a decisão do Parlamento, que decretou o impeachment do presidente conservador Yoon Suk Yeol.

Mas o que, afinal de contas, as efusões dos sul-coreanas têm a ver com os bolsonaristas fascistas daqui do Brasil?

Têm tudo a ver. Mas tudo mesmo!

Aqui, bolsonaristas fascistas já aprenderam, como papagaios, a repetir o que repete o mito deles, o corrupto e golpista Jair Bolsonaro: que as discusões travadas no final de 2022, sobre a implantação de um estado de sítio ou de defesa no País, não podem ser consideradas um crime, porque ambas as medidas estão previstas na Constituição.

O próprio energúmeno já disse isso várias vezes.

“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não fui nenhuma discussão acalorada”, afirmou o gopista no final de novembro.

Então, tá!

Só acredita nesse argumento idiota quem é idiota, como Bolsonaro é.

Yoon Suk Yeol está provisoriamente afastado porque decretou - e logo em em seguida revogou - a lei marcial no país, que consiste, entre outras coisas, em severas restrições às liberdades civis e à liberdade de Imprensa.

A lei marcial, medida excepcionalíssima, também está prevista no ordenamente jurídico sul-coreano. Mas o contexto, a fundamentação, a oportunidade e conveniência se utilizá-la precisam ser amplamente sopesados.

O presidente decretou a lei marcial em um contexto de crescente instabilidade política e protestos em massa contra seu governo. A medida visava reprimir movimentos de oposição, mas os sul-coreanos, em defesa da democracia, foram às ruas em enormes manifestações e acabaram pressionando o Parlamento a derrubar a medida.

A crise gerou gerou um forte debate sobre os limites do poder presidencial no país, considerando-se, como já dito, que medidas excepcionais só podem ser adotadas em situações excepcionalíssimas. E os sul-coreanos acharam que aquela não era uma situação excepcinalíssima que justifasse a adoção da medida excepcional.

Assim deveria ter sido por aqui.

Bolsonaro, seguramente, não sabe distinguir graus de excepcionalidades. E àquela altura - no final de 2018, após ter perdido as eleições -, continuava, como continua até agora, convencido de uma maluquice que só um malucão como ele é capaz de acreditar: que as urnas eletrônicas foram fraudadas em favor de Lula, o eleito.

Eis aí a motivação impossível de ser acolhida, caso uma das duas medidas excepcionais em cogitação viesse a ser tomada, e ainda que esteja prevista na Constituição.

Bolsonaristas fascistas, se forem capazes de aprender alguma coisa, têm muito que aprender com os sul-coreanos democratas.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Poeta Paes Loureiro critica projeto de Helder que extingue mais de 10 secretarias: "ideologia do Estado mínimo"

O poeta João de Jesus Paes Loureiro, em vídeo divulgado nas redes sociais, junta-se às vozes que, nos últimos dias, têm feito duras críticas ao projeto de lei 701/2024, encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado pelo governador Helder Barbalho, prevendo a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).

Uma das vozes mais respeitadas da intelectualidade paraense, Paes Loureiro, também professor e escritor, que já exerceu cargos públicos na área cultural, avalia na mensagem, por ele chamada de "bilhete ao governador", que a proposição "tem a ideologia do Estado mínimo".

Na mensagem, Paes Loureiro relembra que conheceu Helder "ainda garoto, de calças curtas", quando ocupava a função de superintendente da Fundação Cultural do Pará no governo do pai do governador, o senador Jader Barbalho.

Ressalta que, ainda quando exercia o cargo de secretário municipal de Educação e Cultura, na gestão do prefeito Coutinho Jorge (1986-1989), foi convidado pelo próprio Jader, então governador, para formular o projeto de uma fundação cultural que tivesse amplitude funcional do prédio a ser inaugurado, então chamado de Centur.

"Fiz o projeto da Fundação Cultural do Pará. No dia da instalação e inauguração, [Jader] me nomeou o seu primeiro superintendente. O governador Jader Barbalho construiu o mais importante espaço cultural do Estado desde o Theatro da Paz da época da borracha, e a Fundação fortaleceu e dimensionou nacionalmente arte e cultura do Pará", afirma o poeta.

Paes Loureiro acrescenta que "toda vez que há desejo de diminuir custos do Estado no país, a primeira coisa que se pensa é economizar na arte cultura,  educação e comunicação. Porém, educação, arte cultura e educação exigem tempo para o seu amadurecimento, continuidade, atualização e recursos apropriados à execução e sua essencial atividade, principalmente na Amazônia, para que se afirme na evolução continuada do mundo. E saiamos do complexo colonial e da sensação de inferioridade que disfarçadamente ou explicitamente nos agridem".

O poeta termina com um apelo: "Prezado governador Helder Barbalho, o senhor vem fazendo um governo marcante. Tornou-se uma liderança amazônica nacional, passou a ser reconhecido internacionalmente, está preparando uma COP30 que colocará o Pará na agenda mundial. Não queira ser o governador que enfraqueceu ou permitiu o desaparecimento histórico do que mais nos orgulhamos e nos distingue no campo da arte, cultura e comunicação e educação: a nossa identidade paraense amazônica, única única no mundo".

"Ataque à comunicação pública"

Os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT) também já se manifestarem publicamente contra o projeto encaminhado à Assembleia. Em nota, as duas entidades consideram que a proposta não foi submetida à audiência da sociedade e "ataca diretamente a comunicação pública, a cultura e os direitos humanos".

Se for aprovado, acrescentam os dois sindicados, a projeto exintuirá a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), vinculando a instituição à Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) "e mostrando o descompromisso com a qualidade informacional prestada à população paraense, ao subordinar uma emissora educativa aos interesses ideológicos, familiares e eleitoreiros do governo de plantão, confundindo comunicação pública com assessoramento governamental".

Os sindicatos ressaltam que a Funtelpa existe há quase 50 anos e tornou um patrimônio público do povo paraense, essencial para a defesa da democracia, da liberdade de expressão e da ampliação do conhecimento. "É um ataque também a dezenas de servidores públicos (concursados, estatutários e celetistas), que dedicam sua vida e seu conhecimento para difundir informação educativa de qualidade e que, agora, vêem sua carreira e até seus empregos em risco, justamente em um período em que avançava o debate e as articulações para implantação do PCCR da Funtelpa", afirmam os dois sindicatos.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Braga Netto na cadeia. Mas só agora? E Bolsonaro, por que continua solto?

Bolsonaro e Braga Netto, dois deliquentes incomuns: alguém acha que,
com essa intimidade toda, um não sabia o que o outro fazia?

Em 19 de novembro, precisamente nesse dia, o Espaço Aberto perguntou: Por que Braga Netto não foi preso?

Na ocasião, comentavam-se as prisões naquele dia, durante a Operação Contragolpe, de cinco meliantes golpistas, sendo quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal, suspeitos não apenas da tentativa de dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, mas também porque teriam articulado o assassinato de autoridades. E essa camarilha reuniu-se - adivinhem só! - na casa de Braga Netto, que, então, permaneceu livre, leve e solto.

Agora, enfim, o general está na cadeia. Ou sob custódia do Exército, termo técnico que outra coisa não significa senão que o delinquente está no xilindró.

Sim, Braga Netto é um delinquente. Mas um deliquente incomum, um delinquente, digamos assim, especial.

Delinquente comum é o que bate a sua carteira ou furta o seu celular. Ou mesmo o bolsonarista idiota que canta o Hino Nacional batendo continência para um pneu.

Delinquente incomum, no caso de Braga Netto, é quem, como ele, foi nada menos do que ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, como também companheiro de chapa do energúmeno - e também corrupto -, em 2022.

À época das cinco prisões ordenadas pelo Supremo, era ilógica, incompreensível e inacreditável que a mesma medida não tivesse sido tomada contra Braga Netto, em cuja residência foram tramados vários crimes.

Agora, enfim, ele está preso. Ainda que tardiamente, mas está.

E o cabeça da quadrilha?

A prisão de Braga Netto, todavia, conduz a uma outra e insistente pergunta que todos se fazem - inclusive o Espaço Aberto - há meses: e Bolsonaro, o deliquente-chefe, o cabeça da quadrilha, por que ainda não foi preso?

Também não há lógica, não há racionalidade e nem razoabilidade que Bolsonaro continue livre, sobretudo agora, com Braga Netto sob custódia do Exército.

Alguém acredita que Braga Netto agiria - como a Polícia Federal afirma que agiu - sem o conhecimento de Bolsonaro?

Alguém acredita que Braga Netto agiria sem a anuência de Bolsonaro?

Alguém, em sã consciência, acredita nisso?

À exceção de bolsonaristas - idiotas e delinquentes comuns -, ninguém, é claro, acredita! 

Nem Bolsonaro acredita, tanto é assim que já até admitiu pedir refúgio em alguma embaixada para escapar da prisão, fazendo jus, assim, à sua mítica - aí, sim, mítica - fama de covarde.

Se nem Bolsonaro, que é um deliquente fascista - ou um fascista delinquente, se quiserem -, acredita nisso, por que adiar-se a prisão de Bolsonaro?

Por quê?

sábado, 23 de novembro de 2024

Incêndio consome em meia hora imóvel residencial no bairro de São Brás

 


Um imóvel residencial situado na Rua Boaventura da Silva, quase na esquina com a Travessa Três de Maio, no bairro de São Brás, foi totalmente consumido pelo fogo, na manhã deste sábado (23). Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local do incêndio, por volta das 11h, a casa já estava com seus compartimentos totalmente destruídos.

Não houve vítimas. Suspeita-se que o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito, mas a perícia ainda vai apurar com mais precisão o que aconteceu.

Vizinhos contaram ao Espaço Aberto que a única moradora da residência foi retirada do local tão logo as chamas foram vistas do lado de fora. Segundo relatos, a moradora acabara de chegar do supermercado e estava num dos quartos, quando o fogo começou rapidamente, sem que ela percebesse.

Do início do incêndio, por volta das 10h30, até os Bombeiros chegarem, transcorreram pouco mais de 30 minutos, o suficiente para que a casa não apenas fosse destruída como o fogo começasse a ameaçar um imóvel ao lado, situado bem na esquina, e que no momento está desabitado.

Com a interdição de todo o quarteirão pela polícia, um enorme congestionamento se formou em boa parte da Boaventura, com reflexo nas vias transversais. Até o final da manhã, os Bombeiros ainda trabalhavam para avaliar os danos causados pelo incêndio.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Bolsonaristas criminosos tramam golpe e assassinatos na casa de Braga Netto. Por que Braga Netto não foi preso?

Braga Netto: os comparsas estão presos. E ele, por que ainda não?

Ver o Brasil espantado, como de fato encontra-se espantado, com a revelação, nesta terça-feira (19), de que bolsonaristas criminosos e golpistas tramaram matar, logo depois das eleições de 2022, o então presidente eleito Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes é constatar, mais uma vez, que o Brasil não conhece o Brasil.

Para um Brasil que já conheceu as trevas durante o desgoverno fascista de Bolsonaro, para um Brasil que já viveu a tentativa de golpe no 8 de Janeiro de 2023, para um Brasil que já assistiu, há poucos dias, um bolsonarista explodir-se, literalmente, a poucos metros do Supremo, esse Brasil, sinceramente, esse Brasil nem deveria mais espantar-se diante de insanidades que dia sim, outro também, são reveladas. Insanidades que, claro, têm o envolvimento direto de bolsonaristas fascistas.

Neste episódio de agora, o que de fato é espantoso é a Polícia Federal não ter metido na cadeia, juntamente com os cinco outros criminosos golpistas - quatro militares do Exército e um agente da PF -, o general Walter Braga Netto, que foi vice na chapa do corrupto, e agora inelegível, Jair Bolsonaro.

"As atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022", diz a PF no documento.

Reunião na casa de Braga Netto?

Articulações de golpe na casa de Braga Netto?

E Braga Netto não saberia de nada disso? Por isso não terá sido preso (ainda)?

Bolsonaro considera até hoje que a Covid-19 era só uma gripezinha. Mas morreram pelo menos 700 mil pessoas, e o energúmeno chegou a regalar-se debochando de infectados que agonizavam.

Bolsonaro diz até hoje que não sabia de nada, absolutamente nada, da tentativa de golpe do 8 de Janeiro.

Já disse que o 8 de Janeiro não passou, no máximo, de uma exaltação de ânimos de tiazinhas tresloucadas e tiozinhos vagabundos, mas patriotas, que apenas exerciam o seu direito de se manifestar.

Bolsonaro surrupiou, escancarada e escandalosamente, joias que deveriam ser juntadas ao acervo do patrimônio da União, mas justificou que não sabia ser ilegal apropriar-se de bens públicos.

Pelo visto, Braga Netto vai imitar o chefe, dizendo que não viu e não ouviu nada do que ocorreu em reuniões realizadas em sua casa.

Não terá a PF coletado um indício sequer, capaz de justificar a prisão temporária de Braga Netto?

Isso é que é espantoso.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Malafaia chama Bolsonaro de "covarde" e "omisso". Nesta briga, apoiemos a briga. Com todo o amor.

Malafaia e Bolsonaro: o pastor solta o verbo contra o golpista "covarde" e mito do mimimi.
Quem diz que Bolsonaro é "covarde", prestem atenção, é Malafaia.

Quando você vir bolsonaristas se estapeando no meio da rua, apoie a briga. Pegue copos d'água, distribua-os entre os brigões e deixe que continuem a se estapear.
Apoie uma briga de bolsonaristas com todo o seu amor, com todo o seu vigor e com seu pleno senso de patriotismo.
É um regalo, é um êxtase, sem dúvida, vermos bolsonaristas se estapeando a céu aberto, antes, durante e depois das eleições municipais do último domingo.
É graticante assistirmos ao direitista Silas Malafaia - a voz de direita mais barulhenta entre o segmento evangélico - dizendo as, digamos assim, suas verdades (que também podem, eventualmente, coincidir com as nossas, por que não?) sobre o "covarde" e "omisso" Jair Bolsonaro.
A Folha de S.Paulo subiu (subir é expressão que eu acho ótima) no início da manhã desta terça (08), em seu site, uma longa entrevista da jornalista Mônica Bergamo com o pastor Silas Malafaia sobre as eleições de domingo.
Ele cai de pau, senta a pua, muquia - com gosto e estilo - o mito Jair Bolsonaro, esse covarde de carteirinha que mostra sua covardia não é de agora. Um das maiores demonstrações de covardia é ter articulado e alimentado ações golpistas, mas jamais assumido; ao contrário, fugiu para Miami no ocaso de seu desgoverno e ficou assistindo a tudo de lá, de camarote.

"Em cima do muro"
"Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]", diz o pastor, reprovando a postura do ex-presidente sobretudo em relação ao bandido Pablo Marçal e à disputa entre os candidatos do PL e do Podemos, em Curitiba.
Malafaia diz mais.
Revela que bombardeou Bolsonaro com dezenas de zaps - duríssimos, segundo o pastor -, nos últimos dias, questionando-o sobre várias questões eleitorais. Covarde, Bolsonaro não respondeu a nem um, e ainda reclamou a outro pastor que estava sendo ofendido por Malafaia.
Veja, a seguir, três momentos impagáveis da entrevista:

Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? "Eu não sou confiável em meus apoios políticos".
Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná [onde se comprometeu anteriormente com alianças] foi uma vergonha.
Em São Paulo ele ficou em cima do muro. No Paraná, tendo candidato [indicado pelo PL] a vice [de Eduardo Pimentel, que concorre a prefeito], declarou para a mulher lá [Cristina Graeml, que concorria contra Pimentel] "pode usar meu nome".
Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior.
Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado.

****

Ontem [domingo, 6], eu mandei um "zap" [mensagem de WhatsApp] para ele: "Como você apoia um canalha que falsificou documento, que quer dividir a direita e o voto evangélico, que ora fala bem de você, ora fala mal?".
Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados.
Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse.
Que porcaria de líder é esse?

****

Eu não posso mostrar conversas minhas com ele, porque faz parte da intimidade, eu seria leviano. Mas vou dizer para você: nesses últimos 15 dias eu bati em Bolsonaro com tanta força no "zap"!
E sabe por que ele não me bloqueou? E por que não me xingou? Porque ele reconhece que eu sou um cara honesto, que eu sou um apoiador de primeira hora, que defendi ele nos momentos mais cruciais e críticos.
Ele estava chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis, no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: "Vai ficar chorando aí? Vamos para a rua, cara!".
Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo] como estou agora com você.

****

Ele não responde (aos zaps). Ele encontrou um deputado da minha igreja e disse: "O seu pastor está me ofendendo".
E o deputado perguntou: "O senhor conhece alguém que o defenda mais que o Malafaia?". Ele respondeu: "Não. E eu tenho que me dobrar. Por isso que não respondo a ele".

Não há dúvida: em meio a essa briga, eu estou do lado da briga.
Estapeiem-se!

sábado, 5 de outubro de 2024

Jurista avalia que Marçal será cassado e, se for eleito, São Paulo terá novas eleições

Pablo Marçal levando cadeirada de Datena, durante debate na TV Cultura: agora, após
conduta criminosa, candidato fica sob o risco de ser cassado antes do primeiro turno


Pablo Marçal ultrapassou todos os limites do que se espera de um candidato e a legislação eleitoral é clara em prever a cassação de registro, diploma ou mandato, além da inelegibilidade por oito anos, para quem faz uso indevido dos meios de comunicação.

Nesta sexta (4), o candidato do PRTB divulgou um laudo médico falso apontando que Guilherme Boulos (PSOL) teve surto psicótico grave após usar cocaína.

A difusão de notícia falsa contra adversário, atingindo milhões de pessoas às vésperas da eleição, é uma conduta inaceitável, especialmente porque praticada de forma dolosa, sabendo ser falsificado o suposto documento apresentado.

Configura-se como abuso de poder e incorre em diversos crimes eleitorais. Injúria e difamação eleitorais, divulgação de fato sabidamente inverídico, falsificação de documento com fins eleitorais e associação criminosa são apenas alguns dos delitos praticados.

A Justiça Eleitoral é rápida em apurar esse tipo de comportamento. Apresentada a ação de investigação judicial eleitoral, é de se esperar uma sentença de cassação ainda antes do segundo turno, caso Pablo Marçal avance neste domingo (6).

O TSE, quando julgou o caso do ex-deputado Delegado Franceschini, firmou a jurisprudência que seria aplicada ao caso: fake news na internet com ampla repercussão leva à cassação. Uma decisão de primeira instância não o afastaria das urnas imediatamente, mas sem dúvida repercutirá na decisão de eleitoras e eleitores

Para que os votos dados a ele sejam invalidados, será necessário que a sentença seja confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o que pode acontecer ainda antes de dezembro. Se Marçal tiver sido vencedor no segundo turno, isso impediria que fosse diplomado e tomasse posse.

Com isso, em janeiro teríamos a posse de vereadores e vereadoras e a eleição da presidência da Câmara dos Vereadores, pessoa que assumiria interinamente a prefeitura. Quando confirmada a cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), haveria convocação de novas eleições em São Paulo.

É difícil que Marçal seja preso neste momento, antes de uma ação criminal que correrá em separado. Mas parece fora de dúvida, diante da gravidade do que cometeu, que, mesmo se for vencedor, ele assuma o cargo. A condenação também o afastará da política por, ao menos, oito anos. O que incluiria duas eleições presidenciais.

É triste que a eleição da maior cidade do Brasil passe por uma situação como essa, decorrente exclusivamente do comportamento de uma pessoa irresponsável, que prefere lacrar às custas de milhões que precisam do poder público para garantia de serviços públicos e dignidade.

Leia também: