terça-feira, 19 de agosto de 2025

Bar "Seu Beja" anuncia evento do barulho para o próximo domingo, numa afronta a órgãos públicos criminosamente omissos

Postagem no Instagram, compartilhada pelo perfil do Bar Seu Beja: "melodia, alegria
e barulho" marcados para o próximo domingo. Tudo dentro de um ambiente "acolhedor".

O bom senso - qualquer bom senso - recomenda que quando nada se tem a dizer, então é melhor mesmo nada dizer. Todas as vezes em que se contraria essa lição básica, a verdade é espancada e os fatos são agredidos, enquanto a mentira o escárnio acabem triunfando.

Parece que os proprietários do Bar Seu Beja, que desponta galharda e estrepitosamente no trecho da Benjamin - entre as Avenidas Nazaré e Brás de Aguiar  -, cujos moradores de casas e apartamentos enfrentam o pesadelo da balbúrdia e da bagunça, pois parece que os gestores desse estabelecimento, nada tendo a dizer sobre a desordem que impera no perímetro, insistiram em dizer qualquer coisa na nota que divulgaram. E acabaram fazendo a mentira e o escárnio prevalecerem.

A nota do bar, que está republicada ao lado, afirma no segundo parágrafo: As únicas mesas que colocamos ficam na nossa calçada, com licença de terrace, e nosso som é ambiente. Quando realizamos eventos - que acontecem apenas de forma esporádica, a cada 1 ou 2 meses - também possuímos todas as licenças necessárias para a realização.

Ao tratar a calçada como a "nossa calçada", o Seu Beja esbanja desconhecimento sobre a utilização do espaço público, inclusive para fins comerciais, como é o caso. A calçada não é do Seu Beja, é pública. Agora, se o Seu Beja tem autorização legal para ocupá-la com mesas, então é de uma evidência solar que a nossa calçada, ou seja, a calçada que o Seu Beja trata como sua, precisa ser usada dentro de limites que não agridam os direitos de segundos, terceiros e quartos, no caso, toda a vizinhança que está sofrendo com a barulheira e a desordem.

Aliás, a bagunça não se desenrola apenas na calçada na frente do Seu Beja, mas se estende à calçada de restaurante que fica do outro lado da rua e que nada tem a ver com a balbúrdia. Com isso, garçons e clientes atravessam o tempo todo (fora de faixa de pedestres) contribuindo para o engarrafamento.

O terceiro parágrafo da nota configura um escárnio, um escandaloso deboche. Lê-se: O que acontece no espaço público, como consumo com ambulantes ou música alta na rua, não faz parte da nossa operação. Ainda assim, solicitamos diariamente ajuda dos órgãos competentes para manter a organização e o bem-estar de todos.

Quem acabou de ler o terceiro parágrafo, veja o escárnio e o deboche escancarados nas imagens acima, que constam de postagem disponível no perfil do Instagram do próprio Seu Beja (clique aqui para assistir ao vídeo). As imagens referem-se a evento marcado para o próximo domingo, intitulado Na Calçada, sob o comando de um DJ, que explica, em linguagem simples, direta e objetiva, o que significa mesmo a sessão musical, programada para começar às 10h da matina.

"Na calçada é liberdade. Calor em estar com os amigos. Melodia, alegria e barulho". Isso é quase uma poesia. Uma poesia do apocalipse, mas sempre poesia. O substantivo barulho está presente lá. Quem diz não sou eu, não são os moradores de casas e condomínios da Benjamin. Quem anuncia um evento do barulho, ou com barulho, como queiram, é o próprio DJ, numa postagem em colaboração com o próprio perfil do Bar Seu Beja.

Então, preparem-se os moradores e quem mais esteja sofrendo as consequências dessa balbúrdia a céu aberto, uma balbúrdia que se faz crescente por conta da leniência e da omissão criminosa de órgãos públicos incumbidos de coibi-la.

Preparem-se porque o domingo vai ser do barulho no Bar Seu Beja. Um barulho temperado por vozerios, churrasco assando na rua, ambulantes faturando e carros buzinando porque a rua fica praticamente fechada.

Enfim, um perfeito "encontro seguro, respeitoso e acolhedor para todos", segundo a nota do Seu Beja.

Vamos lá!

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Violações de bares ao sossego público transformam em pesadelo as noites de moradores da Benjamin, no bairro de Nazaré


Moradores de casas e condomínios situados na Travessa Benjamin Constant, no trecho compreendido entre a Avenida Comandante Brás de Aguiar e a Avenida Nazaré, estão se mobilizando para pedir que o Ministério Público e outros órgãos, estaduais e municipais, tomem urgentes providências contra estabelecimentos comerciais que transformaram as noites num verdadeiro pesadelo para a vizinhança, em afrontosa desobediência à ordem pública.

Além do barulho ensurdecedor, a bagunça inclui a presença de
ambulantes, que estão sendo atraídos para a área
Esse é o primeiro passo para se tentar resolver a situação por meios capazes de evitar medida mais drástica, que poderá ser o ajuizamento de ações pedindo que o Poder Judiciário determine aos bares situados no local que se adequem aos regramentos legais que garantem a ordem e o sossego públicos, sob pena de sofrerem as consequências, inclusive sanções por danos morais.

Nesta segunda-feira (18), o Espaço Aberto recebeu várias imagens, entre fotos e vídeos, mostrando a balbúrdia em que se transformou o perímetro. Não bastasse o vozerio de pessoas alcoolizadas, nos últimos meses a vizinhança dos bares também passou a conviver com "músicas ao vivo" até mesmo durante o dia, normalmente aos domingos, quando o barulho é temperado pelo cheiro de churrasco sendo feito na rua, em meio a grande ajuntamento de frequentadores, que praticamente fecham o trânsito na Benjamin. Além disso, barracas de ambulantes têm sido atraídas para o local, contribuindo para aumentar a bagunça.

Um abaixo-assinado que circula entre os moradores da área será destinado à Prefeitura Municipal de Belém, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (SegBel), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Departamento Estadual de Trânsito do Pará (Detran-PA), Polícia Militar do Estado do Pará e Delegacia do Meio Ambiente (Demapa) e Ministério Público do Estado do Pará.

Intervenção

O documento solicita "a imediata intervenção dos órgãos competentes para coibir a poluição sonora e os atos ilícitos que vêm comprometendo de forma grave o sossego, o descanso e a qualidade de vida de todos", como é o caso de barulhos constantes provenientes de sons automotivos em alto volume emitidos por veículos estacionados em fila dupla ao longo de toda a extensão do quarteirão, em frente a bares e estabelecimentos comerciais.

Além disso, afirma o documento, "há barulhos provenientes de escapamentos de motos e carros, muitas vezes adulterados ou em más condições, que intensificam o incômodo e agravam a perturbação da tranquilidade da vizinhança. Tais ruídos, somados às conversas e aglomerações dos frequentadores, têm causado prejuízos severos ao sono, à tranquilidade, ao descanso e à saúde de todos que aqui residem." O abaixo-assinado destaca ainda que "os transtornos decorrem não apenas das atividades promovidas pelos bares do quarteirão, mas também da conduta de seus frequentadores, que utilizam veículos com sistemas".

Violações

O documento mostra que estão sendo violadas a Lei Municipal nº 7.990/2000, que dispõe sobre o controle e combate à poluição sonora no município de Belém; a legislação ambiental (Lei Federal nº 9.605/98 - Crimes Ambientais, art. 54, e demais normas estaduais e municipais sobre emissão sonora); a legislação de trânsito (Código de Trânsito Brasileiro - infrações por estacionamento irregular, uso de som em veículos em desacordo com as normas, art. 228 e art. 181, bem como circulação com escapamento irregular, art. 230, XI); e a Lei de Contravenções Penais (art. 42 – perturbação do sossego alheio)

Por fim, os moradores pedem as seguintes providências: fiscalização imediata e recorrente no perímetro descrito, especialmente no período noturno e madrugadas; medição técnica dos níveis de ruído e aplicação das penalidades cabíveis aos infratores; adoção de medidas administrativas e operacionais que inibam a permanência de veículos em fila dupla, a utilização de som automotivo em volume acima do permitido e escapamentos excessivamente ruidosos; e a responsabilização dos estabelecimentos e frequentadores que contribuam para a prática dos atos ilícitos.

Em nota publicada em seu perfil no Instagram, o Bar Seu Beja, um dos estabelecimentos situados no quarteirão, publicou a nota abaixo:



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Obras da Alepa põem em risco o bicentenário Solar Barão de Guajará, uma das preciosidades do patrimônio histórico de Belém


A casa demolida é vizinha ao prédio bicentenário do IHGP (Imagens: redes sociais)

Uma das preciosidades do patrimônio histório de Belém, o Solar Barão de Guajará, prédio com mais de 200 anos que abriga a sede do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, está com suas estruturas seriamente ameaçadas em decorrência de obras que estão sendo feitas pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) numa edificação vizinha ao IHGP.

Os alertas sobre os graves riscos que representam a demolição de uma casa no número 64 da Rua Tomázia Perdição, em plena Praça D. Pedro II, vizinha de parede e janela com o Solar, estão viralizando nas redes sociais nos últimos dias, com postagens que vêm sendo compartilhadas, inclusive, por vários membros do próprio IHGP.

O Espaço Aberto ouviu, neste domingo (11), alguns integrantes do Instituto que não apenas confirmaram o teor dos alertas divulgados nas redes sociais, como afirmaram que o Ministério Público Federal (MPF) já foi informado sobre a suposta ilegalidade das obras que vêm afetando o Solar, que, por sinal, foi o primeiro prédio tombado pelo Institutoto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Belém, isso em 1950, portanto há 75 anos.

Uma reunião marcada pelo Iphan para esta semana tentará reunir representantes do IHGP, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), do Conselho Regional de Egenharia e Arquitetura (Crea-PA) e de outros órgãos, com o objetivo de encontrar um solução para o problema.

"Dentro do prédio do Solar Barão de Guajará tem obras de arte, tem um arquivo que é usado por pesquisadores até de outros Estados e por pessoal de pós-graduação da universidade, entendeu? No Solar existem biblioteca e móveis antigos. Também lá tem a sala dos governadores com móveis do Barata. Todo esse ambiente está mantido. Aquilo não é um prédio velho. É um prédio antigo, mas preservado", disse ao blog um dos integrantes do IHGP, que defendeu a necessidade urgente de se encontrar uma solução que elimine os riscos que as obras da Alepa vêm causando.

Projeto irregular - De acordo com as postagens nas redes sociais, a casa vizinha ao Solar não poderia ser demolida integralmente, e muito menos no local se levantar uma edificação moderna com 3 pavimentos, agredindo o gabarito e toda a ambiência do centro histórico, além de causar sérios prejuízos ao prédio bicentenário, que está sofrendo com infiltrações na parede lateral e corre o risco de ter vedada uma janela lateral.

Nos últimos 82 anos, continuam as postagens, "o IHGP tem preservado heroicamente esse prédio, sem dotação alguma nem do município e nem do Estado, e apenas com a contribuição de seus sócios. Ali estão guardadas algumas joias da história e da cultura do Pará e da Amazônia, um rico arquivo, um museu e duas bibliotecas, incluindo a pessoal do Barão de Guajará. Parte desse acervo está em exposição, que, nos últimos dias, infelizmente, por conta dos estragos causados por essa obra tivemos que tirar da Galeria Imperial, como o retrato de D. Pedro I, de autoria de Manoel Pastana, que corria perigo por conta da infiltração, e objetos litúrgicos da capela interna."

As postagens reforçam ser necessário que "a Alepa reveja esse projeto urgentemente, respeite a legislação vigente, mantenha o recuo de parede de 1,5 meio e preserve a janela lateral do Solar. Com boa vontade, essa iniciativa inclusive daria melhor salubridade e conforto térmico aos dois prédios, com um saguão, quiçá um pequeno 'jardim de inverno'".

sábado, 19 de julho de 2025

Na disputa pelo desembargo na OAB-PA, advogado posiciona-se contra candidatura de Jarbas , que reage: "Não conheço esse cidadão"

A escolha, marcada para o dia 11 de agosto, dos advogados da OAB-PA que vão compor a lista sêxtupla de aspirantes ao desembargo pelo quinto constitucional mobiliza a classe da advocacia e, à medida que se aproxima, vai expondo publicamente as preferências dos votantes em favor de um dos 12 concorrentes que disputam vaga na relação dos seis.

Na última quinta-feira (17), chamou atenção a manifestação pública de um advogado, que, em vez de anunciar os nomes, ou um nome, que apoia, preferiu posicionar-se ostensivamente contra um dos concorrentes.

Em seu perfil no Instagram, o advogado Felipe Vasconcelos publicou um vídeo (clique aqui para assistir na íntegra) em que se posiciona publicamente contrário à candidatura de Jarbas Vasconcelos, ex-presidente da OAB-PA.

Jarbas, que também já exerceu os cargos de secretário de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Pará (SEIRDH) e secretário de Estado de Administração Penitenciária (Sepa) do governo Helder Barbalho, recebeu o maior número de votos (um total de 41) entre os 12 concorrentes à lista sêxtupla, na votação realizada no dia 25 de junho passado.

Destacando que sua posição é "estritamente pessoal, não tendo relação com terceiros", Felipe justifica seu posicionamento: "Durante sua gestão como Secretário da SEAP/PA (2020–2021), a advocacia criminal foi gravemente prejudicada. Colegas foram impedidos de acessar seus clientes presos, em afronta direta às nossas prerrogativas. A OAB/PA precisou intervir com diversas ações para conter os abusos".

Jarbas: "Sei que incomodei muito o crime organizado"
Ouvido pelo Espaço Aberto, Jarbas Vasconcelos manifestou-se em relação às críticas: "Não vou respondê-lo. Não sei a que interesses serve. Sei que incomodei muito o crime organizado e espero que o crime não tente se intrometer nas eleições da OAB para a formação da lista sêxtupla de onde sairá o novo desembargador do Poder Judiciário. Isto seria muito grave. Gravíssimo. Ganhei as eleições no Conselho Seccional e estou ganhando também as  eleições em todas as  pesquisas. Temos, no Pará, o processo eleitoral mais transparente e democrático de escolha do Quinto Constifucional em todo o Brasil e vou defender sua independência e autonomia. ".

Arguição - A seleção dos 12 advogados que concorrerão à lista sêxtupla foi feita após sessão do Conselho Estadual em que foram arguidos 22 candidatos, que tiveram de responder ao seguinte questionamento: No seu entendimento, como o quinto constitucional pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?

Juntamente com Jarbas, foram escolhidos os advogados Valério Saavedra, Gustavo Amaral Pinheiro da Silva, César Ramos da Costa, Hugo Leonardo Pádua Mercês e João Paulo Carneiro Gonçalves Lédo, além das advogadas Anete Marques Penna de Carvalho, Patrícia Lima Bahia Farache, Kelly Cristina Garcia Salgado Teixeira, Daniele Ribeiro de Carvalho, Lia Daniella Lauria e Roberta Pires Ferreira Veiga.

A lista de seis nomes que será escolhida na votação marcada para 11 de agosto será enviada ao Tribunal de Justiça do Estado. Dessa lista, o TJPA escolherá três. Caberá ao Governo do Estado nomear desembargador um desses três.

O último advogado a ingressar no desembargo pelo quinto, em setembro de 2023, foi Alex Centeno, que preencheu a vaga aberta com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Excesso de macrófitas nos lagos Bolonha e Água Preta chama atenção de frequentadores do Utinga



Frequentador habitual do Parque do Utinga, um dos recantos mais aprazíveis de Belém, mandou pra cá, nesta terça-feira (16), as fotos acima.

As imagens mostram os lagos Bolonha (foto do alto) e Água Preta (foto acimsa) tomados por aquilo que muitos, popularmente, chamam de algas, mas que em verdade são macrófitas, plantas aquáticas.

Os dois mananciais, como se sabe, são responsáveis por cerca de 70% do abastecimento da Região Metropolitana de Belém, beneficiando mais de 1,5 milhão de pessoas.

O Espaço Aberto acionou a Asessoria de Imprensa da Cosanpa para se pronunciar, mas não obteve retorno.

Mas nem é preciso ouvir a Cosanpa para se constatar o desafio permanente que é, para a estatal, monitorar e evitar a poluição dos dois mananciais.

As macrófitas têm um papel importantíssimo para a manutenção da biodiversidade e, quando sob controle, nem sempre causam prejuízos. Algumas espécies, por exemplo, exercem o papel de remover excesso de nutrientes ou substâncias tóxicas da água, agindo como agentes despoluidores.

Outras espécies servem de alimento para animais aquáticos, podem compor a dieta do gado ou mesmo ser aproveitada na alimentação humana.

Mas, quando proliferam excessivamente, como é o caso do que está acontecendo nos lagos Bolonha e Água Preta, é necessário que os ambientes tenham parte das macrófitas removidas, para melhorar a qualidade da água.

E quanto mais tempo for feita essa remoção, tanto pior, uma vez que a proliferação descontrolada pode ser prejudicial até mesmo à saúde, uma vez que há a formação de ambiente propícios à reprodução de vetores de doenças de veiculação hídrica.

domingo, 6 de julho de 2025

Jatene reage ao envio de inquérito em que é investigado ao STJ e volta a confrontar a família Barbalho


O ex-governador Simão Jatene divulgou em suas redes sociais, neste domingo (06), um vídeo (veja acima) em que atribui a "um processo engendrado pela Polícia Civil do Estado" o envio, pela Justiça Estadual, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) de um inquérito em que ele é investigado por supostas práticas de corrupção, consistentes em desvios de recursos do programa Asfalto na Cidade, no valor de aproximadamente R$ 70 milhões, além de lavagem de dinheiro, num total de R$ 13,5 milhões.

A remessa do inquérito ao STJ, na última quinta-feira (3), foi autorizada pelo juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira, que também determina a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jatene e dos demais investigados, entre os quais vários de seus familiares.

“Esse inquérito feito pela Polícia Civil, sob comando do governador, não tem qualquer fundamento. É mais uma tentativa grotesca e grosseira desse grupo no poder de tentar manchar a minha honra e me desqualificar diante da sociedade paraense”, afirma Jatene.

O ex-governador voltou a lançar desafio que vem fazendo há vários anos, para que ele e a família Barbalho - não citada nominalmente neste novo vídeo - confrontem seu patrimônios, amealhados durante o exercício da vida pública.

“Eu não tenho fazenda, eu não tenho gado, eu não tenho avião, eu não tenho rádio ou televisão, mas eu tenho honra e o respeito da população”, afirma o ex-governador, para quem o inquérito tem “nítida intenção de criar impedimento político” em um ano pré-eleitoral e que os erros contidos na investigação “não se sustentam juridicamente”.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Presidente da OAB-PA rebate críticas de advogado santareno sobre o processo de escolha de candidatos ao desembargo

Sávio Barreto: "O mantra de que o Conselho não daria chance às candidaturas das
pessoas da gestão anterior ou que apoiaram a gestão anterior engasgou na garganta daqueles
que sentaram na cadeira da oposição por decisão própria"

O presidente da OAB-PA, Sávio Barreto, rebateu críticas do advogado santareno José Ronaldo Campos, que, em artigo publicado no Espaço Aberto, atribuiu à "costura de bastidores, acordos de campanha, conchavos velados - tudo como manda o figurino político, inclusive dentro da OAB", o fato de representantes do interior do Pará, como ele, não terem figurado entre os 6 nomes masculinos aptos a disputar um lugar na lista sêxtupla ao desembargo.

Sávio revelou ter votado em Campos e especulou que, talvez, a diferença que faltou para o colega santareno ter êxito foi o fato de não ter seguindo recomendação do próprio presidente da OAB, para que visitasse presencialmente todos os conselheiros, antes da sessão de arguição.

Leia, abaixo, o contraponto de Sávio Barreto, que também pode ser lido neste link, em comentário no Instagram:

Quando me foi questionado o motivo de ter votado no Zé Ronaldo pelos conselheiros que não o conheciam, eu disse: “Penso que o Zé está entre os poucos candidatos que agregam as três virtudes mais importantes para ocupar o cargo em disputa: experiência, ética e humildade.”

A disputa do dia 25 foi a mais emocionante que se tem notícia na história dos quintos da OAB-PA.

A vitória e a derrota de várias candidaturas ficaram separadas por um único voto. Houve empate e decisão pelo critério de idade.

O mantra de que o Conselho não daria chance às candidaturas das pessoas da gestão anterior ou que apoiaram a gestão anterior engasgou na garganta daqueles que sentaram na cadeira da oposição por decisão própria.

Luciana e Gabrielle, dois nomes da alta cúpula gestão anterior, que fizeram uma apresentação brilhante na arguição, não passaram por um único voto ou no critério de desempate por idade, respectivamente. Kátia e Zé, dois grandes nomes de Santarém, que apoiaram a gestão anterior (certo é que não manifestaram apoio à gestão atual), não passaram pela diferença de um e de cinco votos, respectivamente. Isso em um universo de 54 votantes. Quem poderia imaginar isso?

Façam uma pergunta a si mesmos: será se o Sávio tivesse perdido as eleições e se apresentasse como candidato ao quinto teria um único voto no Conselho? O Presidente eleito deixaria o Conselho livre para votar sem pressões internas e externas, escolhendo, inclusive, candidaturas de pessoas que não o apoiaram nas eleições, deixando de fora vários apoiadores?

Meu caro Zé Ronaldo, eu não espero nenhum agradecimento pelo voto que depositei na urna em seu favor. Depositaria novamente, se fosse preciso. Ainda penso que és um homem experiente e ético para assumir o posto de desembargador. Só não posso mais dizer o mesmo em relação à virtude da humildade, pois, se humilde fosses, agradecerias os votos conquistados e agradecerias ao teu Presidente por ter te orientado de visitar presencialmente todos os conselheiros, o que não fizestes, resultando disso – e não das razões que mencionas em teu texto ressentido –, a diferença que te faltou para ter êxito pleito.

----------------------------------------

ATUALIZAÇÃO ÀS 16H38:

O advogado José Ronaldo Dias Campos publicou a seguinte resposta, após a manifestação do presidente da OAB-PA:

Embora entristecido — após sete mandatos exercidos na nossa gloriosa instituição (três na Subseção de Santarém, inclusive como presidente; três no Conselho Seccional; e um no Conselho Federal, sem contar as suplências, nem o fato de já ter integrado a Comissão Especial de Direito Processual Civil no Conselho Federal da OAB) — já sepultei esse episódio, amigo.

Meu desabafo tem raízes na exclusão de Santarém, a maior e mais antiga subseção do Estado do Pará e de toda a Amazônia. Vida que segue. Acredito, sim, no seu voto, e agradeço pela gentileza. Fique com Deus. Sem ressentimentos!

sábado, 28 de junho de 2025

Ércio Bemerguy

Ércio Bemerguy: em sua partida, um convite para seguirmos na aventura da vida

Sempre fui apaixonado por rádio.

Quem me fez ser tão apaixonado foi meu tio Ércio Bemerguy. Acho que ele nunca soube disso, mas que fique sabendo agora, ora bolas! Porque nunca é tarde para se fazer uma confissão.

Moleque maluco e sonhador, cheguei a sonhar até em ser locutor, mais precisamente narrador esportivo, dada a minha outra paixão, esta pelo futebol. Mas não queria ser um narrador qualquer. Um Waldir Amaral, um Jorge Cury, um Doalcey Bueno de Camargo já me satisfariam. Resultado: queria muito e acabei nada sendo. Aí, virei jornalista.

Pirralho ainda - pirralhíssimo - lé pelos anos 1960, em Santarém, fui apresentado por Ércio Bemerguy à radiofonia, levado pelas mãos dele à rádio da Arquidicese de Santarém, a Educadora, então recém-fundadada em 1964 e com seu alicerçes fincados, sem exageros, no meio de um matagal, no bairro do Caranazal, hoje uma área plena e densamente urbanizada da cidade, mas que, naquela época, só era acessível por Jeep, o veículo talhado para vencer areiões. Como aquele Jeep em que eu, algumas vezes, acompanhei meu tio à emissora onde ele começara a trabalhar.

Ércio foi bancário por 4 mil anos e aposentou-se como tal. Mas como radialista é que sempre se notabilizou. E na minha memória também se solidificou não o Ércio bancário, mas o Ércio radialista.

Há 60 anos, numa cidade como Santarém, que ainda nem sabia o que era televisão ou jornal diário de médio porte que fosse, a rede social - verdadeira, genuína, raiz - era o rádio. E locutor de rádio era quase uma celebridade. Senão uma grande celebridade.

Ércio Bemerguy marcou época como radialista em Santarém. Ao lado de seu amigo e parceiro Edinaldo Mota, comandou por vários anos aquele que, certamente, foi o único e grande programa de auditório em toda a região oeste do Pará.

Era o E-29 Show, apresentado a partir dos anos 1970, sempre aos domingos à noite e transmitido ao vivo pela, agora, Rádio Emissora de Educação Rural de Santarém Ltda. - nova denominação da antes Educadora - e realizado no histórico Auditório Cristo-Rei, situado na Travessa dos Mártires, bem em frente à emissora.

O Cristo-Rei não apenas lotava como a audiência pela rádio era fantástica. Porque programa que tem disputa de calouros dispostos a desbancar os mais astros mais estelares não é qualquer programa.

Mas não só isso. Como suas atividades de bancário não lhe permitiam ter um horário fixo e diário na grade de programação da Rádio Rural, seu programa limitava-se aos sábados de manhã. Era o EB Faz o Sucesso. Como o E-29 Show, também era um sucesso. Sem exagero.

Com essa cancha toda que foi alcançando, Ércio Bemerguy começou a intermediar, juntamente com seus colegas bancários Márlio Cunha e Otávio Pereira, a ida de grandes - sim, grandíssimos - artistas da época a Santarém. Muitos, aliás, iam do Sul/Sudeste diretamente para Santarém, sem se apresentarem em Belém, onde a TV já era nascente.

Lembro-me de ter ido a shows de Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Martinha, Wanderléa, José Roberto e outros da Jovem Guarda, além de Agnaldo Timóteo, o impagável Rossi, Renato e Seus Blue Caps, entre tantos outros. Esses artistas tinham no velho e hoje já saudoso Estádio Elinaldo Barbosa o seu Carnegie Hall, porque santareno que se preza não compara seus templos artísticos - nem os de antigamente - com qualquer um, é claro.

Ércio Bemerguy só deixou o rádio quando, por volta de 1978, mudou-se definitivamente para Belém, onde continuou como funcionário do Basa até se aposentar.

Aposentou-se do rádio, mas não da vida.

Dos quatro filhos de meus avós Vidal e Didó - também pais de Emir Bemerguy, de Eros (meu pai) e Edith, minha tia linda, doce e querida por todos -, Ércio era, incontrastavelmente, o mais extrovertido.

Tinha um vozeirão. Seu Olá, Paulo, recepcionando o Paulo ou qualquer um, ressoava longe.

Ércio gostar de arrodear-se de amigos. Estar com amigos era mais do que uma satisfação. Era um alumbramento, na verdadeira acepção do termo. Era um encantamento.

Quando ia a Santarém, não deixava, geralmente, de bater ponto na velha, tradicional e inocentemente indiscreta garapeira da Praça da Matriz, de onde afloravam (ou ainda afloram?), deslizando de forma serena e sem culpas, pela língua dos frequentadores, as mais frescas fofocas santarenas.

Conhecedor dos grande personagens da cidade de A até Z e de Z até A, Ércio era um contador de muitas histórias, que continuaram a conectá-lo vivamente com seus amigos, agora pelas redes sociais.

E mantinha milhares de amigos, podem acreditar. Nos últimos anos, seu perfil no Facebook, podem conferir lá, tinha 5,5 mil. Era o seu E-29 Show. Ou quase isso.

Com os amigos dividia opiniões - muitas polêmicas, porque ninguém é de ferro -, resgatava fotos antigas, dava notícias de gente que há muito não via mais, festejava os aniversários e lamentava as partidas para a Eternidade.

Hoje, sou eu - seguramente acompanhado por milhares - que revolvo minhas entranhas ao reviver essas lembranças, diante da partida de um cara que não foi só meu tio. Mais do que isso, foi um grande camarada.

Para poupar meu pai de um momento tão doloroso, era meu tio que estava comigo, bem ao meu lado, quando fui receber o corpo de minha mãe, Nícia, no Hospital da Ordem Terceira, aqui em Belém, quando ela faleceu, naquela madrugada de novembro de 2006 que eu jamais esquecerei.

Ércio Bemerguy fez-se saudade eterna às 4h50 deste sábado (28), aos 82 anos completados no último dia 2 de junho, após padecimentos lancinantes que se agravaram a partir do final de março, quando viu-se torpedeado por severas complicações de saúde, inclusive 4 AVCs.

Partiu, coincidente e emblematicamente, num sábado, dia em que mais gostava de reunir filhos, netos, genros e noras em sua própria casa, sobretudo quando ainda tinha seu lado minha tia - também querida e saudosa - Albanira, que nos deixou no ano passado, precisamente no dia 21 de junho.

Valente, agarrou-se à vida o quanto antes, mas, como sabemos, os fios uma hora se rompem, mesmo que sejam de aço. É a lei da vida. E na vida, nada mais certo do que a morte. Mas, quando chega essa hora horrível, ninguém se dá conta de que, como dito, esta é a lei da vida.

Tive ainda a felicidade de ver meu tio se recuperando depois do primeiro AVC. Depois, não mais, a não ser hoje, quando fui despedir-me dele.

Precisei tocar-lhe as mãos e a face para ver se aquilo era verdade. Mas era. Infelizmente!

Aliviou-me ouvir Ercinho, meu primo, dizer que também sentia uma sensação de alívio por ver espelhada, na face do seu pai, uma expressão serena, sereníssima, em contraste com as dores que lhe foram debilitando inexoravelmente nas últimas semanas, apesar de toda a assistência e o carinho que estava recebendo.

Essa serenidade, estou certo, foi a sua voz - tonitruante, densa, bem timbrada - convidando-nos a também seguir nesta aventura - muitas vezes, fortemente imprevisível - que é a vida.

Ércio Afonso da Cunha Bemerguy.

Nunca te esquecerei!

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Porta fechada: o Quinto Constitucional e a exclusão do interior

José Ronaldo Dias Campos, sobre a lista dos 12: "Costura de bastidores, acordos de
campanha, conchavos velados - tudo como manda o figurino político, inclusive dentro da OAB"

JOSÉ RONALDO DIAS CAMPOS - Advogado

Sem santareno no páreo, o caminho ficou livre para a cooptação dos votos do interior - estratégia de quem domina, com naturalidade, os meandros da política tradicional

Amigo leitor, confesso que já esperava. Sabia que o rol masculino dos seis primeiros nomes à lista duodécima para o TJPA, via Quinto Constitucional, estava quase fechado antes mesmo da votação. Costura de bastidores, acordos de campanha, conchavos velados - tudo como manda o figurino político, inclusive dentro da OAB.

Sabia também que meu destino era ser o sétimo - e, ainda assim, insisti, mesmo com chance mínima de angariar votos das demais correntes, já comprometidas com seus apadrinhados.

Pensei, sim, em desistir ali mesmo, no púlpito. Mas sou teimoso. Raciocinei: quem sabe alguém não resolve levantar a bandeira do interior? Afinal, Santarém é a maior e mais antiga subseção da Amazônia. Não mereceria, ao menos, respeito?

Ledo engano. Silêncio sepulcral.

Tudo permaneceu como dantes no quartel de Abrantes.

Como na política convencional, repetiu-se a velha lógica da exclusão: nenhum nome do oeste do Pará passou.

O interior, apesar de sua força e história, seguirá apenas votando - sem representação legítima - como figurante de um enredo escrito e encenado pela metrópole, que não admite nossa emancipação, tampouco facilita nossa integração.

Sem santareno no páreo, o caminho ficou livre para a cooptação dos votos do interior - estratégia de quem domina, com naturalidade, os meandros da política tradicional.

Seguimos sendo coadjuvantes.

Eleitores, apenas e tão somente.

Triste sina!

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Vai ter Nova Doca pronta para a COP30? Sim, diz o governo Helder. "Mas quando, já!", rebate operário.


Na imagem acima, tomada geral da Nova Doca, vista a partir da Marechal Hermes. Na foto abaixo,
as três imagens mostram o que ainda está por ser concluído. (Fotos: Espaço Aberto)

Vai ter Doca, ou melhor, Nova Doca pronta, prontíssima, para ser entregue até antes de novembro, quando começa a COP30?

Claro que vai, tem dito o governo Helder Barbalho, sustentando essa convicção com números regularmente divulgados sobre o estágio em que as reformas se encontram.

Na manhã desta quinta (26), o repórter aqui do Espaço Aberto ouviu, por acaso, uma voz dissonante enquanto fazia um sobrevoo, com drone, na área das obras que estão sendo tocadas na Avenida Visconde de Souza Franco.

Enquanto o repórter - não por coincidiência, este que vos escreve - operava o drone, ouve-se uma voz bem próxima. Era um trabalhador, com a cabeça espichada para ver, no console do drone, o que era mesmo que estava sendo filmado.

Travou-se o diálogo:

- Isso é um drone, é? - perguntou o cara.

- É.

Silêncio de alguns segundos, e aí o repórter é quem toma a iniciativa de continuar a conversa, após visualizar melhor o cidadão e percebê-lo trajado com o uniforme de uma empresa:

- Tu és operário aqui nas obras?

- Sou.

- E aí? Fica mesmo tudo pronto até novembro?

-Mas quando, já! - responde ele, com uma entonação e um sotaque paraensíssimos e uma sinceridade comovente, daquelas de fazer bolsonarista desavergonhar-se e confessar que é mesmo bolsonarista.

- Mas como assim? O governador tem dito que até novembro estará tudo pronto.

- Nunca.

- Então, quando deve ficar pronto?

- Lá pra dezembro!

E fim de papo, porque o trabalhador, que, claro, não quis se identificar, partiu rumo ao trabalho.

Esse ceticismo do operário pode não fazer muito sentido diante dos números apresentados. Mas não deve ser desprezado e nem tratado como um exagero ou desinformação.

Na última publicação disponível sobre o estágio das obras na Nova Doca, precisamente no dia 3 de junho, portanto há apenas 23 dias, a Agência Pará informa que a execução já atingiu os 80%.

A matéria acrescenta ainda que "a Quadra 4, localizada entre a Avenida Senador Lemos/Rua 28 de Setembro e Rua Cônego Jerônimo Pimentel/Rua Manoel Barata, está recebendo a instalação de equipamentos públicos que vão compor a obra, um dos investimentos para a realização da COP30 (Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas) na capital paraense, em novembro deste ano."

Olhem as fotos acima, feitas hoje de manhã.

De fato, até a mencionada Quadra 4, as obras estão praticamente prontas. O praticamente fica por conta de ainda não ter sido concluída a instalação dos equipamentos públicos.

Agora, a partir da Quadra 4, ou seja, da Jerônimo Pimentel/Manoel Barata até a Rua Boaventura da Silva, ainda fazer coisa pra fazer. Não se diria que é muuuuuuiiiiita coisa, mas é muito coisa. Se a parte inconclusa são os 20% até agora inexecutados, aí só os parâmetros técnicos de mensuração seriam capazes de explicar.

De qualquer forma, essas previsões e esses números precisam ser combinados com os russos, me parece. Porque os russos, com os quais ainda não se combinou, também devem ter os seus próprios parâmetros.

Daí o "mas quando, já!", quando se lhes pergunta sobre se vamos ter Nova Doca até novembro.

A conferir.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

OAB-PA define 12 nomes que vão concorrer ao desembargo. Lista sêxtupla sai em agosto.

O presidente da OAB-PA, Sávio Barreto, durante a sessão de arguição que definiu
os nomes de 12 candidatos ao desembargo do Tribunal de Justiça do Pará

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará acaba de indicar os nomes de 12 advogados - 6 homens e 6 mulheres - que continuam na disputa por uma vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) pelo quinto constitucional.

A seleção foi feita após sessão do Conselho Estadual em que foram arguidos 22 candidatos, que tiveram de responder ao seguinte questionamento: No seu entendimento, como o quinto constitucional pode contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária?

Foram escolhidos em primeiro escrutínio os seguintes nomes:

Anete Marques Penna de Carvalho - 37 votos
Patrícia Lima Bahia Farache - 29 votos
Kelly Cristina Garcia Salgado Teixeira - 28 votos

Jarbas Vasconcelos do Carmo - 41 votos
Valério Saavedra - 28 votos
Gustavo Amaral Pinheiro Da Silva - 28 votos

Em segundo escrutínio:

Daniele Ribeiro de Carvalho - 28 votos
João Paulo Carneiro Gonçalves Lédo -  34 votos

Em terceiro escrutínio:

Lia Daniella Lauria - 29 votos
Roberta Pires Ferreira Veiga - 15 votos

César Ramos da Costa - 36 votos
Hugo Leonardo Pádua Mercês - 34 votos

Os 12 disputarão, no dia 11 de agosto, em votação direta pela classe, a vaga para a lista sêxtupla que será enviada ao Tribunal de Justiça do Estado. Dessa lista, o TJPA escolherá três. Caberá ao Governo do Estado nomear desembargador um desses três.

O último advogado a ingressar no desembargo pelo quinto, em setembro de 2023, foi Alex Centeno, que preencheu a vaga aberta com a aposentadoria do desembargador Milton Nobre.

Oásis de paz, amor, segurança e tranquilidade? Vem pra Belém que tem!

Um bandido (de camisa escura) e sua vítima travam luta corporal na Praça Batista Campos,
durante tentativa de assalto. Não é nada, não. Isso é apenas Belém.

Neste oásis de paz, amor, segurança e tranquilidade, que é Belém, todo dia, o dia todo, surgem fatos e evidências de que, ora bolas, Belém é, sim, um oásis de paz, amor, segurança e tranquilidade.

Na terça-feira passada (17), uma médica, que se encontrava em plena luz do dia numa esquina da Brás de Aguiar, esperando um carro de aplicativo, foi agarrada por dois homens que trafegavam numa moto, por cima da calçada. Eles a renderam e fizeram a limpa em segundos.

A esquina é a mesma, a mesmíssima onde bandidos em duas motos também fizeram a limpa, em fevereiro deste ano, em duas pessoas, uma delas corredora. Isso tudo também à luz do dia, no início da manhã.

Agora, na última segunda (23), o caso espantoso de um jovem de 20 anos que, atacado por bandido armado na Praça Batista Campos, travou luta corporal com o assaltante, Segundo informações, a vítima só não levou um tiro do agressor porque a arma que ele portava falhou.

A Praça Batista, aliás, também é a mesma, a mesmíssima onde, em tempos idos, pessoas foram assaltadas à luz do dia, inclusive perto de uma banda do Exército.

Oásis de paz, amor, segurança e tranquilidade?

Vem pra Belém que tem!

sábado, 14 de junho de 2025

"Fora, Rossieli". Enfim, Rossieli fora!


Enfim, fora!

O secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, foi exonerado, segundo ele, a pedido, através de ato assinado pelo governador Helder Barbalho nesta sexta-feira (13). Em vídeo (veja acima) que circula nas redes sociais, ele agradece a colaboração de sua equipe, mas reconhece que não foi possível "entregar tudo o que a gente sonha, o que a gente pensa."

Rossieli já é inesquecível. Já inscreveu - ainda que, presume-se, sem querer - seu nome na sua própria história e na do governo Helder Barbalho. Ele tanto fez, ou deixou de fazer, que virou até bordão.

"Fora, Rossieli" tornou-se, digamos assim, o grito de guerra de centenas de indígenas que, em março e fevereiro deste ano, ocuparam por 24 dias o prédio da Seduc, na Rodovia Augusto Montenegro.

Eles exigiam não apenas a exoneração do secretário, mas a revogação da Lei nº 10.820/2024, votada no apagar das luzes do ano passado e aprovada, sem tugir nem mugir, praticamente à unanimidade, por uma Assembleia Legislativa dócil, submissa, subjugada e reverente ao Executivo.

Depois de muito relutar, Helder convocou os holofotes e anunciou, apoteoticamente, a revogação da lei, que os indígenas consideravam prejudicial ao ensino que é levado a distantes comunidades espalhadas pelo interior do Pará.

Se a lei foi revogada, o "fora, Rossieli" continuou a ecoar ao léu.

Muito embora a mobilização dos indígenas e a revogação da lei tenham representado a primeira e única grande crise política da gestão Helder Barbalho, da qual o governador saiu como o mais notável derrotado, o secretário foi mantido no cargo. De lá pra cá, não se falou mais nele.

Fala-se agora, eis que Rossieli, enfim, está fora!

Mas o "fora, Rossieli", esse é um bordão que vai ficar para a história da mobilização dos indígenas em defesa de seus direitos, como também na história do governo Helder Barbalho e do próprio Rossieli!

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Ex-prefeito de Santarém relata condições em que se encontra em Israel: "Bastante apreensivos"


O ex-prefeito de Santarém Nélio Aguiar, secretário regional de Governo do Baixo Amazonas, postou há cerca de 5 horas, em suas redes sociais, informações atualizadas sobre as condições em que ele e outras pessoas se encontram em Israel, após os ataques desfechados pelo país nesta sexta (13), horário israelense, contra instalações militares e nucleares e no Irã.

"Estamos bem, mas bastante apreensivos. O clima é muito tenso, muito preocupante", diz o ex-prefeito, que se encontra em missão oficial em Israel desde a última segunda-feira (09), acompanhado de várias autoridades brasileiras, incluindo prefeitos de capitais.

Clique no vídeo acima, postado no Instagram, para assistir ao relato do ex-prefeito.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Bendito Francisco!

Papa Francisco saúda fiéis após canonizações em Fátima, Portugal, em 2017
(Foto: Espaço Aberto)



Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde o Papa Francisco, por
sua vontade, será sepultado no próximo sábado (26)
(Fotos de 2011: Espaço Aberto)

É um privilégio e uma bênção a oportunidade de ver um homem como Francisco pessoalmente.

Fiz a foto do alto, que registra o privilégio e a bênção divina que tive, de estar num mesmo espaço físico que Francisco.

Foi em 2017, precisamente no dia 13 de maio, em Fátima, Portugal, durante as cerimônias de canonização dos irmãos Francisco e Jacinta Marto, os pastorinhos.

Mesmo vendo-o de longe, foi uma experiência comovente e espiritualmente enriquecedora sentir a energia que emanava de um homem que, como Papa, tentou – e, sim, conseguiu – observar uma simplicidade franciscana.

A morte de Francisco, nesta segunda-feira (21), também me fez lembrar que, em Roma, sua igreja preferida era a Basílica de Santa Maria Maggiore, que o Pontífice chegou a visitar mais de 100 vezes durante seu papado e onde, aliás, será sepultado. Foi construída durante o pontificado de Sisto III (432-440). Seus contornos arquitetônicos passam a ideia de que ela representava seu passado na antiga Roma imperial e também o seu futuro cristão.

O sepultamento fora dos portões do Vaticano, a pedido do próprio Papa, quebra uma tradição de mais de um século da Igreja Católica.

Santa Maria Maggiore, a maior igreja mariana de Roma, é um esplendor. Do piso ao teto. E agora, certamente, será um dos maiores centros de peregrinação de Roma, por guardar os restos mortais de mais um Papa, no caso, o oitavo.

Uma das vezes em que estive lá foi em 2011, quando fiz essas fotos.

É pena que essas lembranças me ocorram neste momento em que Francisco, ao fazer sua Páscoa para a Eternidade, nos deixa a sensação de um certo vazio, que espero ser momentâneo.

Mas é um bálsamo para a alma experimentarmos, ao mesmo tempo, a sensação de que as sementes de amor, tolerância, simplicidade e respeito às diferenças que ele plantou vão frutificar.

Precisamos acreditar que vão frutificar. E ajudar que frutifiquem.

Bendito Francisco!

Seja bendito, Francisco!

domingo, 20 de abril de 2025

Abandonada, castigada e deteriorada, a Igreja das Mercês não vai entrar no rol do "legado" da COP30



Igreja das Mercês: a imagem chocante da deterioração - do telhado ao piso.
(Fotos: Espaço Aberto)

É de lacerar a alma constatar-se, a olho nu, a situação de abandono, deterioração e degradação em que se encontra a Igreja das Mercês, referência de um conjunto arquitetônico que inclui ainda as instalações do que já foi o antigo Convento dos Mercedários e a praça no entorno das edificações, a Visconde do Rio Branco, mais conhecida como Praça das Mercês.

A igreja, com fachada convexa e linhas onduladas, é uma das obras-primas de Landi, que começou a construí-la em 1753, no local onde originalmente os padres mercedários edificaram, em 1640, uma capelinha de taipa coberta de palha.

Imagens aéreas, como as que foram feitas pelo Espaço Aberto nesta semana (veja acima), retratam a calamitosa deterioração do templo católico, a começar pelo telhado. No interior da igreja, a mesma coisa. O cenário se revela não apenas descolorido, mas castigado pelas décadas em que ninguém o contempla com a atenção devida.

E de se deplorar esse abandono, quando se leva em conta que a Igreja das Mercês e, por extensão, todo o Conjunto do Mercedários, são pontos referenciais de um dos momentos mais marcantes da história de Belém, como também do Pará e do Brasil.

Foi ali em frente, na área onde se encontra a Praça das Mercês, que se travou uma das batalhas mais sangrentas - senão a mais sangrenta - da Cabanagem, em 1835, portanto logo da Revolta Cabana.

Relatos históricos abalizados mencionam que cerca de 800 combatente cabanos foram mortos, após tentarem invadir o Trem de Guerra - assim chamado o depósito de armas de munições das forças legalistas, situado exatamente na área ocupada pelo convento.

Entre os mortos, uma das lideranças cabanas, Antonio Vinagre, alvejado aos 20 anos com um tiro na testa, num local que alguns historiadores precisam como tendo sido o que atualmente é a esquina da Rua João Alfredo com a Travessa Frutuoso Guimarães.

E o dinheiro?


Tem dinheiro para restaurar a Igreja?

Tem dinheiro.

Aliás, muito dinheiro.

Em outubro de 2023, com a pompa e circunstância habituais, foi anunciado o repasse de R$ 36,3 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as obras de restauro do Polo Mercedários. O anúncio foi feito em Belém, com as presenças, dentre outros, do governador Helder Barbalho e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Ali, já então se começa a falar em legado - legado da COP30, bem entendido. Pra vocês aí, que estão esperando o primeiro rebento, ponham o nome dele de Legado que cai bem. Porque só se fala nisso, no legado.

Leia aqui o que diz um trecho de matéria disponível na Agência Pará: "O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que a obra faz parte de um conjunto de projetos estruturantes que serão desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida da população da cidade que se prepara para receber a COP 30, em novembro de 2025."

Pois é. Isso, repita-se, foi em outubro de 2023, quando, presume-se, ainda nem se cogitava espetar vergalhões verdejantes na Nova Doca.

Pois faltam apenas sete meses para começar a COP30 e nem um prego - nem um, literalmente - foi espetado na Igreja dos Mercedários.

Que triste!

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Vídeo de Igor Normando sobre Vila da Barca viraliza e ajuda a resgatar piadinha eleitoral disseminada durante a campanha

Durante a última campanha eleitoral, psolistas e aliados - históricos ou ocasionais - divulgaram por aí a boutade de que, se soltassem o então candidato a prefeito de Belém Igor Normando (MDB) num bairro da perifa profunda de Belém e o mandassem caminhar até Batista Campos, por exemplo, ele não voltaria da perifa nunca mais. Ficaria eternamente perdido. Ou então procuraria um barco, ou uma barca, para pedir carona até a Escadinha, no início da Presidente Vargas.

Que gente maldosa, né?

Pois é.

Agora, com Normando prefeito, parece que a maldade eleitoral não passava, em verdade, de um vaticínio, de uma antecipação de como seriam os passos do Igor gestor, em relação a algumas questões envolvendo, justamente... a perifa.

Está viralizando por aí um vídeo em que o prefeito viaja na maionese, ou melhor, viaja maviosamente numa barca, ao dizer nesta quinta (03), durante evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico e Rádio CBN em um hotel de Belém, com vistas à COP30, que "a Vila da Barca começou com uma ocupação habitacional e acabou virando uma ocupação desordenada na beira do rio."

Menas verdade, como se sabe.

A Vila da Barca é uma comunidade que vive de maneira precária, para não dizer precaríssima, na orla de Belém desde os anos 1930, portanto há quase um século. Pode-se até alegar que o aumento populacional na área é um dos fatores de agravamento do drama humano que se registra lá, mas afirmar que tudo começou com uma ocupação habitacional em anos recentes, aí o doutor Normando encarna aquele personagem largado no meio da Vila da Barca e não sabendo mais dar um passo, para voltar em direção aos bairros das zelites, no centro de Belém.

A intervenção do prefeito foi parar no perfil do antecessor Edmilson Rodrigues no Instagram (veja o vídeo acima).

"O projeto básico da Vila da Barca - elaborado junto com a comunidade, em 2003, na nossa 2ª gestão como prefeito -, veio para sanar as mazelas que já haviam (sic) ali. A Vila da Barca é uma ocupação secular com cerca de 7 mil habitantes", diz Edmilson.

Ressalte-se, aliás, que Normando, por influência da esposa pernambucana, inspira-se bastante na gestão do prefeito de Recife, João Campos, que, além de revelar-se um administrador emérito, tem ganhado mais e mais notoriedade como influ de si mesmo.

Vocês já imaginaram se o João Campos não sabe toda a história - presente e passado - da famosa favela sobre palafitas Brasília Teimosa, em Recife? É implausível que não o saiba. Até porque, entra gestão, como a do João, e sai gestão, como a do João sairá, e a Teimosa continua fazendo jus ao nome, desafiando qualquer projeto de urbanismo mirabolante.

Em Belém, a Teimosa de Normando bem que poderia ser a Vila da Barca. Está aí um desafio a ser enfrentado. Urgentemente. 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Marqueteiro diz que "frente Janja" prejudica o governo Lula e prevê quem pode vir a ser o líder da centro-esquerda num pós-Lula

Lula marcou para a manhã desta quinta (3), no Palácio do Planalto, um rega-bofe político, a que estão chamando de "balanço do governo", no qual promete prestar contas sobre o que entregou, de janeiro de 2023 até agora.

O rega-bofe, não sem coincidência, ocorre no dia seguinte à divulgação da nova pesquisa Quaest, que registra um aumento avassalador do nível de rejeição do governo Lula, cujos índices de aprovação/desaprovação já se encontram em empate técnico até mesmo, oram vejam só, no Nordeste. O Nordeste lulista raiz, seja bem dito.

É nesse contexto que sobressai, pela oportunidade e pertinência, a entrevista de página inteira que O Globo desta quinta publica com o marqueteiro Chico Mendez.

Abstraindo-se o fato de que Mendez, no momento, é o cara da comunicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), seus juízos sobre os motivos que justificariam a aprovação do governo Lula e do próprio Lula são, no mínimo, qualificados e fundamentados para ensejar uma reflexão bem profunda.

Mendez não deixa pedra sobre pedra. A começar pelo papel da primeira-dama.

"Sem preconceito e sem demérito, mas ela representa uma agenda identitária de esquerda que é minoritária no Brasil e que não representa a frente ampla que ajudou a eleger Lula", afirma o marqueteiro.

Ela atrapalha? Mendez responde: "O ministro (da Secom) Sidônio (Palmeira) é muito experiente. Ele deu um cavalo de pau nas redes sociais do governo, e ela saiu de cena completamente. Se isso aconteceu, é porque pesquisas mostraram que ela não estava ajudando."

Marca do gestor

O interessante mesmo é a importância que o marqueteiro atribui à figura pessoal de Lula, sobre o qual, aliás, a pesquisa Quaest tem detectado uma crescente queda na credibilidade.

Questionado sobre medidas como o Pé de meia, isenção do IR, "empréstimo do Lula" e outras "marcas" de gestão que poderiam funcionar como bola de prata que vai virar o jogo da popularidade para o governo, Mendez é didático.

"Não é assim que funciona mais. Hoje em dia, as marcas da gestão são muito menos importantes. Mais relevante é a marca do gestor. Isso tem a ver com a maneira como consumimos conteúdos e formamos opinião hoje em dia. A pessoa física venceu a jurídica. Vale para o setor público e para as empresas, veja o movimento dos CEOs cada vez mais se comunicando com a sociedade. Estamos em um Brasil em que, dos 50 maiores perfis do Instagram, todos são de pessoas físicas. Quero dizer o seguinte: ninguém segue o perfil do Planalto, as pessoas vão seguir o do Lula. Instituições não contam histórias. Instituições têm suas histórias contadas e recontadas por líderes. Vamos falar de São Paulo. Afinal, qual a marca da gestão Tarcísio de Freitas? É o próprio Tarcísio, oras. O que ele carrega, os valores militares e de bom administrador. Tarcísio é a noiva mais desejada do Brasil e pode ser a grande anistia também", afirma.

E num pós-Lula, quem seria a proeminência das esquerdas? Olhem o que Mendez prediz: "O PT deveria ter a dimensão de olhar fora do partido. Acho que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, deveria ser a semente regada pela esquerda para os próximos anos. Paes deixou de ser o playboy da Zona Sul para ser um suburbano do samba e com leveza. Ele tem domínio do digital, rapidez, sagacidade e deboche. Tudo na medida certa para o embate com essa direita nos próximos anos."

Como já dito, são reflexões bem fundamentadas. Para guardar e conferir no curso dos acontecimentos.