terça-feira, 13 de abril de 2021

Márcia Aliverti, a artista brilhante, é a cidadã ignorante que difunde ignorâncias neste momento de tragédias


Um vídeo da cantora lírica e professora da Escola de Música da UFPA Márcia Aliverti, postado em seu perfil no Facebook nesta segunda-feira (12), está causando estupefação nas redes sociais.
"Eu quero morrer trabalhando. Eu não tenho pendor pra ficar dentro de casa, lambendo móvel, esperando a vida passar. Eu dou minha vacina. Não me interessa. Eu não tenho medo do vírus. Eu quero ter o direito de morrer trabalhando", diz a cidadã, como você pode conferir acima.
No vídeo de apenas 56 segundos, tempo suficiente para causar impacto - talvez o real objetivo da professora, um objetivo, convenhamos, verdadeiramente alcançado -, ela externa seus anseios de que um deputado ou um senador "faça uma lei" (sic) garantindo-lhe, como a outros lúcidos que nem ela, o direito de mandarem o vírus às favas para que possam morrer trabalhando.
É uma tristeza, é verdadeiramente deplorável e assustador que um dos maiores talentos da música clássica do Pará e, admita-se, até mesmo do Brasil, um talento que justifica sua legião de admiradores - entre os quais este repórter se inclui -, é uma tristeza, portanto, ver esse talento da arte rebaixar-se à sarjeta da desrazão, da falta de empatia para com a coletividade, do negacionismo mais atroz e da mais absurda e abjeta ignorância, ao ignorar que os direitos individuais não se sustentam e nem prevalecem diante dos direitos da coletividade. Sobretudo quando esses direitos envolvem a preservação direta da vida.
É por isso que precisamos, sim, lamber móveis - para não morrermos e nem matarmos os outros. Mas Márcia Aliverti, essa brilhante artista e abnegada profissional do magistério, é uma ignorante quanto a esse fato.
Ignorante que é, difunde ignorâncias.
Ignorante que é, não se privar de estimular, com essas ignorância, a quebra de restrições das cautelas exigidas para minimizar o contágio letal provocado pelo coronavírus.
Márcia Aliverti tem todo o direito de querer trabalhar, de não ficar em casa lambendo móveis, de não ficar em casa vendo a vida passar, de não tomar vacina e de não ter medo do vírus.
Nós temos o direito tomar vacina, de ter medo do vírus e de não ficarmos perto de Márcia Aliverti.
Temos o direito de mantermo-nos distantes dela.
Temos o direito de tomá-la como uma potencial ameaça à saúde pública.
Temos o direito de achar que seu alegado destemor diante desta pandemia mortal mal consegue disfaçar, brutalmente, escandalosamente e desumanamente, uma horrorosa falta de sensibilidade para com a higidez, para com saúde das pessoas que a rodeiam.
Até o momento em que escrevo esta postagem, o vídeo da cantora já tem mais de 140 compartilhamentos e quase 400 comentários, quase todos de revolta, repulsa, nojo e escárnio a uma conduta, repita-se, assustadora e cruel dessa cidadã.
Que tempos, gente!
Que tempos, estes que vivemos!

2 comentários:

Pedro do Fusca disse...

Em uma época que ninguém quer trabalhar com a desculpa do Covit, quando alguém quer trabalhar causa estranheza, muito mais na classe de professores.

Anônimo disse...

Se esta "professora" quisesse mesmo trabalhar estaria dando aula on-line como milhares de professores pelo país afora e não mentindo descaradamente, como se estivesse impossibilitada de ter qualquer tipo de acesso a seus alunos. Mais uma fake news, das tantas que temos ouvido e continuaremos a ouvir dos demagogos negacionistas, que tudo fazem para jogar sobre as costas dos brasileiros o ônus da tragédia da pandemia. Esse comportamento tem uma única finalidade : ocultar o grande responsável pela desastrosa condução da economia e da saúde pública brasileira - JAIR BOLSONARO.