segunda-feira, 28 de abril de 2014

Outra portaria no Banpará. Também polêmica. Muito.




Uma portaria assinada na última quinta-feira, dia 24, pelo presidente do Banpará, Augusto Sérgio Amorim Costa, tem tudo para fazer com que o funcionalismo do banco fique porraqui. Novamente porraqui.
A portaria tem mais ou menos o mesmo sentido, o mesmo alcance e o mesmo significado de duas outras, que o mesmíssimo doutor assinou em agosto de 2012, uma delas tendo sido revogada, coincidentemente, no mesmo dia em que o Espaço Aberto encaminhou alguns questionamentos à presidência do Banpará.
Em 2012, a Portaria nº 097 (clique aqui para ler a íntegra) remanejou funcionários para atuarem em funções comissionadas em outras unidades, incluindo a Assessoria da Presidência do Banpará.
Dois detalhes nada desprezíveis chamavam a atenção, acedendo o estopim de insatisfações: primeiro, uma outra portaria, a de nº 082, datada de 6 de julho passado (clique aqui para ler a íntegra), que reajustava em nada menos de 100% o valor da gratificação das funções de assessor de diretoria e assessor da presidência, que assim passaram a receber R$ 4.400,00.
O segundo detalhe referia-se à possibilidade de que as nomeações constantes da Portaria nº 097, que acabou revogada, dessem ensejo a questionamentos judiciais, em decorrência de eventuais impedimentos e afrontas claramente consignados na Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal, que configura os casos de nepotismo.
Agora, a parada é a seguinte.
Deem uma espiada na portaria acima, que foi remetida ao Espaço Aberto por e-mail no último final de semana.
Há cerca de duas semanas, por meio da Portaria nº 041 (vejam numa das imagens acima), a presidência do Banpará reajustou as comissões da Matriz. Detalhe: o maior reajuste foi para gerentes e chefes de subnúcleo. A questão é que uma das contempladas é Jamile Elzira de Almeida Varella, esposa do presidente Augusto Sérgio Amorim, que passou a faturar R$ 4.561,22 como chefe de subnúcleo.
Em 2012, as imputações de eventual nepotismo também tinham a ver com a designação da mesma funcionária para exercer as funções de assessora da presidência. Por medida da cautela, desistiu-se dessa empreitada no mínimo, digamos, arriscada e discutível do ponto de vista ético.
Agora, não. Ou parece que não. Agora, a elasticidade ética que orientou a emissão da portaria parece ter sido elastecido a um ponto que poderá dar margens a questionamentos de toda ordem. Enquanto isso, a esposa do presidente do Banpará desponta na condição, como vocês podem ver na portaria acima, de chefe do Subnúcleo de Responsabilidade Socioambiental.
Essa unidade consta da Portaria 051/2041, de 24 deste mês, que extinguiu7 o Núcleo de Marketing, Comunicação Institucional e Responsabilidade Social e deu-lhe uma nova estrutura, vinculando-se dois subnúcleos, um para cuidar de marketing, comunicação, patrocínio e eventos, outro para cuidar apenas de responsabilidade socioambiental.
Sabe-se lá as extensões das responsabilidades sociambientais do Banpará, mas se está na portaria e se a subchefe designada vai faturar R$ 4.561,22, sem dúvida alguma que precisamos todos acompanhar o que esse subnúcleo vai fazer, como vai operar, se vai manejar verbas, como vai aplicá-las, em quê como e quando.
Porque tem o seguinte: o Núcleo de Marketing (Numac), como vocês veem pela portaria, é área responsável por patrocínios, eventos e propaganda do banco. Por lá trafega dinheiro, portanto. Muito dinheiro. Daí justificar-se a necessidade de acompanhamento das mudanças operadas.
Para a ex-presidente do Sindicato e funcionária do Banpará Vera Paoloni, que também é diretora da Federação dos Bancários, integrante da mesa de negociação e dos comitês disciplinar e do Grupo de Trabalho do PCS (plano de Cargos  Salários) do Banpará, o conteúdo da portaria é polêmico.
"Olha, é primeiro de tudo lamentável essa forma de condução do banco, como se fosse a própria casa, sem respeito aos processos internos, ao funcionalismo, às regras e à democracia. Em segundo, é inaceitável esse tipo de comportamento autoritário e desrespeitoso que a direção do Banpará insiste manter nesses quatro anos à frente da instituição. Espero que o bom senso faça o presidente recuar desse gesto no mínimo insano".
O Espaço Aberto tentou, ontem à noite, ouvir setores do Banpará que pudessem se manifestar, mas não conseguiu. De qualquer forma, ficou o blog à disposição para publiciar qualquer esclarecimento que a direção do Banpará entenda pertinente.

3 comentários:

prof Juno Brasil disse...

Sim e destituiu quem mesmo? Isso é brincadeira?

Anônimo disse...

É melhor privatizar!

Anônimo disse...

Pior e o sindocato dos bancários que não faz nada. No minimo uma denuncia no ministerio publico cabe.