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A polícia fecha a área do Marco - Duque, entre Curuzu e Chaco - onde houve o assalto (foto Espaço Aberto) |
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Parente de um dos assaltantes se aproxima do carro para entregar um colete (foto Espaço Aberto) |
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A mãe de um dos bandidos chega ao local, para que eles pudessem se entregar à polícia (foto Espaço Aberto) |
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O primeiro bandido sai do carro, um Gol, para se entregar aos policiais (foto Espaço Aberto) |
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O primeiro assaltante a sair do carro joga a arma e se deita no chão (foto Espaço Aberto) |
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A vítima - o rapaz alto, de camisa clara e bermuda - é libertada (foto Espaço Aberto) |
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Os três assaltantes, fora do carro, se deitam no chão. Termina o assalto (foto Espaço Aberto) |
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O Gol, abalroado durante a perseguição (foto Espaço Aberto) |
Selvageria puxa selvageria.
No assalto de sábado, em que
três adolescentes mantiveram o dono de um carro refém por mais de 1 hora, durante sequestro-relâmpago que terminou no bairro do Marco, centenas de pessoas que acompanhavam o desenrolar das negociações queriam sangue.
Ou melhor, queriam execução.
Tão logo os reféns se entregaram e a vítima foi libertada, felizmente sem lesões físicas, a polícia precisou fazer um cerco para desestimular o avanço de espectadores revoltados.
"Mata esses vagabundos, mata esses vagabundos".
"Atira neles".
Era o que mais se ouvia entre os circunstantes.
Eis os códigos da lei da selva, que infelizmente parece imperar nesta selva de violência em que vivemos.
5 comentários:
O que os direitos humanos diriam da frase?
É, a impunidade cansa, gente.
Em todos os níveis, chega uma hora em que satura, seja quem for.
Bom dia, caro Paulo:
não sou partidária feroz de que a miséria explica, sozinha, a violência e a bárbarie, mas sou obrigada a lidar com números diariamente, ainda que a obrigação contenha relativo prazer em compreender as questões, acima e a par das emoções.
Vivemos numa cidade(?) onde a taxa de pobreza é de 18,20% e onde a população jovem (15 a 24 anos) representa 20% da população total.
Da população total de Belém, 600 mil pessoas não têm instrução ou têm apenas ensino fundamental incompleto.
As mudanças brutais no mercado de trabalho, a partir dos anos 90 do século passado (céus!) acarretaram mudanças também nos perfis de ocupação.
Exige-se hoje conhecimento de informática ou de língua estrangeira para postos de trabalho que, por definição não requereriam essa capacitação. O que faz com que ela persista é o imenso exército de jovens desempregados. E desses jovens desempregados, oriundos na maioria das famílias pobres, quantos têm conhecimento de língua estrangeira ou habilidades em informática?
A eles resta o trabalho de balconista no comércio, de empacotador no supemercado, de frentista de posto de gasolina, recebendo baixos salários e sendo dizimados pelo cansaço do cotidiano e do "excelente" transporte público que, no geral, nem sequer lhes permite estudar á noite.
Assim, como darão conta de serem cidadãos, quando este conceito misturou-se tanto ao de consumidor, ou seja, aquele que tem um tênis "da hora", um celular "maneiro"? Roubar para ter? Não, eu não considero isso bom, mas não tenho convicção de que meu desejo de "bondade" responda à marginalização total da juventude que não se encaixa no perfil de "consumidor".
Do outro lado da ponte, os pontos e bocas de fumo, que selecionam entre esses jovens seus aviõezinhos e que florescem a olho nú, acenando com um pagamento semanal maior do que o salário mensal dos postos de trabalho a que eles têm acesso. Não somos capazes, o estado brasileiro e a sociedade, de resolver isto.
Assim, éhipócrita a sanha dos que gritam "lincha e mata". Seria melhor que dirigissem essa energia para analisar situações e propor soluções.
Abração, Paulo.
Que a vida nos seja leve.
Colocar a culpa na sociedade é desculpa de quem é incompetente.
Quem tem que propor soluções e implantá-las é o poder público.
Ocorre que o poder público adora manter órgãos que sequer justificam suas existências. E pior é ver que tem gente que pensa que esses órgãos servem para alguma coisa.
Fiquei matutando na bela explanação da sra Adelina. E reflito com meus botões quando relata que a taxa de pobreza em Belém é de 18,20% e onde a população jovem (15 a 24 anos) representa 20% da população total. Aí eu pergunto: onde estavam os governos que tomaram conta do Pará nos últimos 24 anos ?? 4 anos de PMDB, 12 anos de governo do PSDB, 4 anos do PT e agora mais 2 anos do PSDB. Somando dá 22 anos. E o que fizeram com essas gerações ?? Nadica de nada. Não se pensou na educação, não se pensou no emprego, não se pensou na escola e sua permanência. Pelo contrário o que houve foi um investimento em presídios e delegacias e no aparelho repressivo. São governantes que, na minha avaliação do texto da sra Adelina, arruinaram gerações de famílias que poderiam fortalecer a economia paraense. Lamentável esses governantes de ontem e de hoje.
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