A fragmentação do sistema partidário brasileiro é uma tragédia.
Não propriamente uma tragédia grega.
É uma tragédia brasileira mesmo.
O Espaço Aberto já observou que a sopa de letrinhas que formam trocentas siglas eleitorais acaba não apenas confundindo os próprios candidatos, mas põe a coerência numa escala valores em que, de zero a mil, ela, a coerência, fica estacinada no estágio zero.
Zeríssimo.
Vejam o caso do ex-vereador Raul Meireles.
Ele despontou para a política partidária no PT, onde permaneceu bastante tempo.
Depois, foi para o PDT.
Também trafegou pelo Partido Verde.
Depois, vejam só, foi homem de confiança de Duciomar Costa do PTB.
Serviu até de seu alter-ego.
Era uma espécie de hermeneuta do governo petebista.
Na defesa da gestão Duciomar, que estava na iminência do ser investigada por um uma CPI em 2009, escreveu coisas assim:
Aos vereadores mais antigos, desnecessário falar, mas os novos, em especial os de primeiro mandato, têm que saber o quanto é lesiva ao interesse público a atitude tomada pela oposição ao tentar engessar o governo municipal, utilizando inadequadamente a CPI como instrumento de um objetivo meramente politiqueiro, ou, pior, por razões inconfessas. Faz crer que tudo não passa de um espalhafato demagógico para impressionar a sociedade com o espetáculo, na qual o interesse midiático estimula o vale-tudo e o que se investiga é suplantado pelo como se investiga.
E hoje?
Hoje, Meireles é um dos coordenadores dacampanha de José Priante (PMDB) à Prefeitura de Belém.
Que venham mais siglas!
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