O deputado Jader Barbalho disse em entrevista à Perereca da Vizinha que vai conversar com seus companheiros de partido para sentir o clima, para avaliar as pretensões diante dos novos jogos de sedução do PT e do governo do Estado.
Enfim, Sua Excelência, após o encontro de segunda-feira com a governadora Ana Júlia, garante que vai levar a seus companheiros do PMDB a seguinte questão: o partido compõe ou não com o PT para a próxima eleição?
É o seguinte o trecho da entrevista – excelente, por sinal – do deputado ao blog da jornalista Ana Célia Pinheiro:
Jader contou que, durante o encontro, disse à governadora mais ou menos o seguinte: “Vocês conversem e proponham, façam uma proposta de participação e eu vou conversar com os companheiros do PMDB”.
E acrescentou ao blog: “Sim, porque eu não sou dono do partido. Eu converso com os meus companheiros”.
Pois é.
É previsível, é de se acreditar que Jader vai mesmo consultar os companheiros.
Mas é previsível, é de se acreditar que hoje, dia 22 de abril de 2010, a opinião predominante - para não dizer esmagadora – em todos os segmentos do PMDB é de que o partido lance chapa própria. Amanhã, pode mudar tudo, mas hoje é assim.
Igualmente, é previsível, é de se acreditar que Jader, muito embora sempre consulte os companheiros – como ele mesmo diz – antes de definir os rumos de seu partido numa determinada conjuntura, numa determinada circunstância, sempre é o cara que dá a última palavra no PMDB do Pará.
Sempre foi assim.
A questão é: e se os companheiros de partido de Jader Barbalho mantiverem a tendência predominante – como é hoje – de sair com chapa própria, o deputado, que dá a última palavra, será capaz de fazer o contrário, ou seja, de decretar que o PMDB marchará junto com Ana Júlia?
Está certo.
Jader diz que não é dono do partido.
Não é mesmo.
Mas seus poderes, suas ascensão no PMDB do Pará é tanta que, mais ou menos, é como se ele fosse o dono.
Tipo aquele dono que escuta, escuta, escuta.
Ouve, ouve, ouve.
Consulta, consulta, consulta.
Mas quem decide é ele.
Sempre foi ele.
Ou não?
Um comentário:
Paulo,
Hoje já há uma decisão do PMDB manter uma candidatura própria ao governo. Nada que em política não possa ser alterado. Mas as chances de mudança são mínimas. Hoje o preferido para encabeçar a chapa majoritária seria do próprio Jader que não diz nem que sim, nem que não.
Mas há outro nome cotado nos arraiais peemedebistas: Hildegardo Nunes, ex-vice-governador do tucano Almir Gabriel, e candidato a vice do Priante, nas eleições de 2006. Eles avaliam que Hildegardo não tem rejeição junto ao eleitorado, é respeitado nas esferas política e empresarial, e tem enorme capacidade de diálogo. Mas falta ao Hildegardo o essencial para um candidato: densidade eleitoral. Aí o doutor Jader vai ter que rebolar.
Nesse cenário, Jader seria o candidato ao Senado. Tem voto pra isso (nas eleições de 2006 obteve 312 mil votos para deputado federal) e nas pesquisas tem mantido a liderança.
E mais: a pretensão do PMDB é aumentar as bancadas estadual e federal. Na Assembleia Legislativa o partido quer saltar de sete para dez deputados. Pra isso, é necessário uma chapa majoritária para puxar votos para as candidaturas proporcionais. Além do mais será difícil, muito difícil distender as relações de algumas lideranças do partido com o governo.
E pra finalizar, qual seria “o leque de motivações” que animaria Jader a resgatar uma aliança eleitoral com Ana Júlia? Ele está bem nas pesquisas, e o governo anajulista tá tão ruim, tão ruim que até em solenidade de entrega de medalha a governadora é vaiada. Um governo que coleciona trapalhadas e que transformou em rotina erros primários e inadmissíveis na administração pública.
Jader ganha tempo. E, por enquanto, só ouviu a opinião da deputada Simone Morgado e do deputado Parsifal Pontes. Adivinhem o que eles disseram?
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