quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ex-stripper é exonerada pelo governo do Pará

JOÃO CARLOS MAGALHÃES

da Agência Folha, em Belém

 

Dois dias depois de nomear a ex-atriz de performances eróticas, DJ e ecologista Élida Braz como assessora especial de seu gabinete, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), voltou atrás e anunciou hoje que anulará o decreto de nomeação.

O governo do Pará não divulgou o motivo da exoneração, anunciada depois da publicação de reportagem sobre a nomeação na edição de hoje da Folha.

Élida, que usa em suas apresentações como DJ o codinome Lady Green, "a musa da sustentabilidade", ganharia cerca de R$ 1.500 pelo cargo.

A nomeação de Élida gerou críticas na internet à governadora, que concorrerá à reeleição neste ano e que em 2007 nomeara para o mesmo cargo uma manicure e uma esteticista --já exoneradas.

Posts em blogs e no Twitter ironizaram a contratação de Élida, famosa em Belém por encenar danças eróticas com cobras, usar pouca roupa e ser mulher de André Lobato, o Kaveira, político, promotor cultural, "artista multimídia" e, como ela, ecologista.

Kaveira, 49, e Élida, 30, são filiados ao PV há 11 anos e casados há 17.

Antes de abraçarem a ecologia, causaram anos de polêmica com a boate Mystical, um "teatro dance", segundo ele, onde "atores faziam espetáculos de diversos fetiches" sexuais.

Dentre os atores, estava Élida, que contracenava com os répteis.

8 comentários:

Anônimo disse...

Élida tem trinta anos. Há 17, quando casou com o Kaveira, tinha 13. Na época, pedofilia já era crime. Mas nunca ninguém disse nada sobre o fato, apesar da figura ser notória na "naite" e nos meios políticos de Belém.
Na mesma época, e mesmo depois, a mesma figura esdrúxula, em sua campanha para vereador, propagava que "quem fuma e cheira, vota no Kaveira". Fazia apologia a drogas no centro da cidade, em plena Praça da República, parava o trânsito com um trio elétrico ridículo, e ninguém dizia nada. Todo mundo achava lindo e engraçado.
Anos depois, Ana Júlia nomeia Élida Braz para sua assessoria. Não se sabe em que a stripper performática contribuiria com Sua Excelência. Mas ela foi nomeada. Daí, desnomeada em 2 dias - ou melhor, a ser desnomeada, porque a desnomeação ainda não saiu; anunciou-se o ato, mas ele ainda não aconteceu (aliás, não sei porque no Pará o anúncio de um ato e a prática deste mesmo ato têm tanto tempo entre si). Também não se sabe porque. Alguns falam que foi um "equívoco", que a governadora foi "levada a erro" por um "assessor mal-intencionado", um "tucano" disfarçado, talvez. Pilhérias. Tudo mentira.
É porque ninguém tinha dito nada, mas nessa época em que a notícia se espalha rápido pela internet, outros de fora vieram criticar e questionar. Por isso, resolveram exonerar. Se fosse em outros tempos, o ato passava batido, e ficava tudo como dantes no quartel de Abranches.
Para completar, não se pode criticar. Afinal, Ana Júlia é "mulher, mãe, guerreira". É sua "condição de mulher" que faz com que a critiquem. Coisa de machos invejosos. Como se ser mulher a absolvesse da incompetência.
Essa terra não merece as pessoas de bem que vivem nela. A saída para o Pará parece ser mesmo o aeroporto.

Anônimo disse...

Espero que o povo exonere nas próximas eleições quem assina decretos sem lê-los, se é que isto é verdade.

Anônimo disse...

Élida e o maridão estão filiados ao PV de Zé aqui em Belém. Daí eu pergunto, será que o Zé que se diz tão amigo da governadora, não "imaginou" que essa nomeação fosse colocá-la mais uma vez de saia justa? Qeum tem um amigo como o Zé.....sei não.

Anônimo disse...

E quando a governadora vai exonerar a assessora da SEDES que está ganhando salário, morando em Curitiba?

Anônimo disse...

ATO DISCRIMINATÓRIO AGORA A EXONERAÇÃO, QUEM PLANTA,COLHE...
Será que a nomeada, agora sob suposta ameaça de ser exonerada do cargo para o qual foi nomeada VAI ENTRAR COM AÇÃO CONTRA O ESTADO DO PARÁ por DISCRMINAÇÃO contra a pessoa dela. Afinal a Constituição de 1988, veda qualquer ato discriminatório de qualquer natureza. E agora, como parece notório e incontroverso, se ela for exonerada,o será por ato administrativo do governo que materializará ato discriminatório em flagrante confronto com o que determina a Lei Maior do País.

Sílvia disse...

Se a Ana Júlia bebe, dança e namora, o problema é dela. Agora se a governadora contrata parentes e aspones de toda a sorte com o nosso dinheirinho, o problema é nosso, sim senhor. É imoral. E cabe a todos os governantes que usam deste mesmo expediente, independentemente de gênero. E não me venham dizer que Ana Júlia é vítima de "ataques virulentos" porque é mulher, é do norte, é do PT. Ela é incompetente mesmo. Seu governo é incompetente, desatroso, inoperante.

Folha de Tucuruí disse...

Este episódio sórdido ganhou da canalhice que fizeram com a Geise da Uniban. Preconceito, machismo e intolerância. Uma página negra para a imprensa e a política paraense. O pior é ver a blogosfera, geralmente tão liberal e sensata participar deste linchamento. Uma vergonha!!! Pior ainda é ver a governadora se acovardar diante de tudo isso e exonerar a moça sem explicações, cedendo ao preconceito e à intolerância. O povo do Pará é muito melhor que isso. LAMENTÁVEL.

Alcyr Lima disse...

Afinal, qual é ou foi o "crime" que esta moça cometeu? Se não o cometeu, cometem-no os preconceituosos de plantão desta e de outras terras.