No AMAZÔNIA:
Motoristas de 26 cooperativas de transporte alternativo fazem hoje paralisação na porta do Ministério Público do Estado (MPE) e Prefeitura Municipal de Belém para pressionar tanto a Promotoria de Direitos Constitucionais quanto o prefeito Duciomar Costa a considerar uma proposta de consórcio para explorar o serviço no município.
A greve dos perueiros começou ontem, às 23h. O movimento já deixa sem atendimento pelo menos 170 mil pessoas que dependem, todos os dias, exclusivamente do transporte alternativo à noite e de madrugada. O presidente da Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Pará, Charles Carvalho, também diretor executivo da Confederação das Cooperativas de Transporte, disse que a paralisação é pacífica e não pretende interditar ruas da capital.
A concentração começou ontem no estacionamento do Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), às 3h. De lá, os perueiros vão seguir para uma audiência com o promotor Marco Aurélio Nascimento, às 9h. Em seguida, o grupo participa de uma nova reunião no Palácio Antônio Lemos, às 11h.
'Não vamos protestar. Vamos apresentar nossa proposta de trabalho e pedir apoio. Não vamos fechar ruas porque a população não tem que sofrer ou ser penalizada', declarou.
A proposta de trabalho dos perueiros pretende regulamentar um sistema de consórcio, reunindo todas as 26 cooperativas legalizadas e com a documentação em dia. Belém possui atualmente 2.100 vans e kombis, segundo Charles Carvalho. Mas o universo de pessoas que trabalha diretamente com transporte alternativo é de seis mil trabalhadores. 'Além do motorista, tem o motorista auxiliar e um cobrador. Sem falar nos empregos indiretos, que são os borracheiros, lojas de peças, pessoas de restaurante e outras', enumerou.
Os perueiros também participarão às 14h30 de uma sessão especial na Câmara Municipal de Belém. O debate terá como tema central a alteração na Lei Orgânica Municipal para admitir o transporte alternativo e ainda um projeto de Lei para inserir as cooperativas de transporte no sistema de transporte coletivo. 'Vamos encaminhar o projeto para a mesa diretora da Câmara', adiantou.
Mas o principal entrave para a regulamentação do serviço, na avaliação de Charles Carvalho, é a resistência de mais de 800 vans e kombis que não estão cooperadas. Esta parcela da categoria 'prefere não seguir regras e acabam atrapalhando porque não querem trabalhar direito'. 'Não sabemos se este movimento vai dar certo. Mas jamais a gente vai desistir. Ganhar, quem sabe', avaliou.
O transporte alternativo é utilizado por usuários de classe baixa, estudantes, trabalhadores noturnos, feirantes, policiais e os próprios operadores do transporte público coletivo. O maior diferencial do serviço é o atendimento àqueles que necessitam de transporte de noite e na madrugada. 'Temos hoje de 35 a 40% de nossa frota de vans que rodam 24 horas', destacou.
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