segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Benemerência de dirigentes deveria ser proibida

Quais são os requisitos que deveriam ser exigidos do presidente de um clube de futebol de massa, como o Remo, por exemplo?
Basicamente, três:
1. Que seja absolutamente confiável em tomar conta do dinheiro dos outros.
2. Que seja um bom gestor, um bom administrador.
3. Quem tenha afinidades com o clube. Afinidade, vejam bem, não é paixão.
Tudo nessa ordem.
Quais são os requisitos que se exigem do presidente de um clube de futebol de massa no Pará, como o Remo, por exemplo?
Basicamente, três:
1. Que tenha um patrimônio pessoal apreciável.
2. Que seja um apaixonado torcedor do clube.
2. Que seja um bom gestor.
Tudo nessa ordem.
Ninguém, conselheiro ou não conselheiro dos clubes do Pará, vai admitir isso.
Mas é isso. Sem tirar, nem pôr.
Vejam o caso do Remo.
Há grupos e grupos lá que estão perseguindo o empresário Carlos Rebelo para que assuma se candidato a presidente.
Por quê? Porque tem dinheiro.
E por que se dá tanta a importância a isso? Porque, falidos os clubes, há sempre a expectativa de que o presidente compareça com seu próprio dinheiro à boca do caixa, no final do mês, para bancar salários atrasados, contratação de jogadores, a liberação do dinheiro para consertar a chuteira furada, para religar a luz que foi cortada etc.
É um absurdo.
No caso específico do Remo, deveriam aproveitar a saída de Raimundo Planejamento Ribeiro para modificar os estatutos e proibirem, expressa e taxativamente, que conselheiros e não conselheiros despendam dinheiro próprio pagar as despesas do clube.
Por quê?
Porque o clube é que deve se sustentar. O clube é que deve viabilizar-se financeiramente. O clube é que deve fazer caixa para se pagar.
Dirigentes de clubes devem dirigir, e não fazer benemerência.
Gestores de clubes devem gerir, e não dar esmolas para ajudar no religamento da luz que foi cortada.
O pior é que tantos coleguinhas da Imprensa associam-se essas benemerências de certos dirigentes a um suposto desprendimento desses cartolas em favor “do nosso futebol”. E só faltam erigir altares para os colocarem lá em cima. E assim fazendo, projetam certas figurar que se tornam ervas daninhas para o futebol do Pará.
Dirigentes que põem a mão no próprio bolso para sustentar clubes – de massa e sem massa – ajudam a consolidar a cultura do amadorismo, que tem arruinado o futebol paraense. E ajudam a consolidar também a cultura do mandonismo, porque o benemerente dirigente (é uma rima, mas não é uma solução) acha que, como é o bonzinho que abre os bolsos com generosidade, pode fazer tudo o que quiser, à margem até de conselhos deliberativos, quaisquer que sejam eles.
O Remo precisa aproveitar este momento para sanear-se.
Para sanear-se financeiramente e nas práticas de seus dirigentes.

4 comentários:

Anônimo disse...

Acertou na mosca!
Para colaborar, acrescentaria um quarto requisito básico:
- que pensem grande, na mesma dimensão da grandeza que é a instituição Clube do Remo e sua torcida!
Saudações Azulinas.

Francisco Rocha Junior disse...

PB, é exatamente este o grande problema dos clubes do Pará, o Clube do Remo inclusive (ou principalmente).
Há, sobretudo, uma cultura cretina de que "lisos" não devem se meter em futebol, porque, como tu muito bem disseste, querem que os dirigentes "compareçam" ao final do mês para enfiar a mão no próprio bolso e pagar contas do alheio.
O mesmo pensamento retrógrado nutre os pedidos de auxílio aos chamados abnegados, que pagam folhas salariais e outras despesas do clube.
O que este pessoal não nota é que se os clubes paraenses - e em especial o Clube do Remo, que é o que particularmente me interessa - não modificarem este modus operandi, nunca vão passar do que atualmente são: clubes meramente semi-profissionais, em eterna crise e sob risco de desaparecerem em breve. Afinal, no caso específico do Rebelo, o que ficará depois que ele sair do clube, se eventualmente vier a ser presidente e colocar dinheiro próprio no Remo? Eu respondo, com firme comvicção: nada.
Nada terá mudado. O dinheiro do particular terá servido de mera maquiagem para esconder os buracos e vincos da horrível face administrativa e financeira que hoje o Clube do Remo possui.
Abraço.

Poster disse...

Anônimo ds 14:32,
Realmente,poucos dirigentes têm dimensão da grandeza da torcida do Remo.
Abs.

Poster disse...

Grande Francisco,
Seu comentário caiu como uma luva. Vou postá-la na ribalta, amanhã.
Abs.
E não desistamos (rssss).