Daniel Dantas, o inacreditável

Afinal, para quê mesmo o banqueiro Daniel Dantas foi ao Supremo?

Sim, foi ao Supremo para, no exercício de suas plenas garantias, ter o direito de permanecer calado em questões que possam incriminá-lo.

Conseguiu esse direito.

Mas para quê? Para nada.

Sim, porque ninguém acredita em Daniel Dantas. Ele é, literalmente, uma pessoa inacreditável, em quem não se pode acreditar. Com todo o respeito a Sua Senhoria.

Disse há pouco na, na CPI dos Grampos, que ele – ele próprio, Daniel Dantas – não contratou a Kroll para fazer interceptações telefônicas ilegais, portanto criminosas.

"Não contratei a Kroll, a Brasil Telecom contratou. A Kroll investigou e não há notícia de grampo. O processo em andamento não tem grampo telefônico", diz Dantas, o inacreditável.

Essas bisbilhotices da Kroll, inclusive com o expediente dos grampos, estão de tal forma documentadas – fartamente documentadas - que coisas como essas, que Daniel Dantas acaba de dizer, são um caso de polícia.

E são também inacreditáveis. Porque Dantas, sinceramente, é inacreditável.