quinta-feira, 22 de junho de 2017

Santarém do meu coração. Santarém dos nossos corações.



"Santarém do meu coração!
Terra mimosa, de paz e de sonhos de amor.
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor."

É isso.
Já nos primeiros versos do Hino de Santarém, a tradução perfeita dos sentimentos de quem, mesmo longe - ou sobretudo de quem está longe -, não tem como esquecer, por um minuto sequer, esse "lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor".
Parabéns a Santarém e aos santarenos pelos 356 anos da cidade, que se completam hoje.
Aliás, leiam abaixo esse ótimo texto do santareno Vicente Fonseca sobre o Hino de Santarém.

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A música do Hino de Santarém foi composta por Wilson Fonseca (Maestro Isoca) em 1941, sob título de “Santarém”, sem nenhuma letra, destinada à abertura das apresentações festivas e cívicas da orquestra “Euterpe Jazz”, fundada por seu genitor José Agostinho da Fonseca (1886-1945) e então dirigida por Isoca.

No ano de 1948, quando se comemorava o primeiro centenário de elevação da “Pérola do Tapajós” à categoria de cidade, o compositor pediu ao notável poeta Paulo Rodrigues dos Santos (1890-1974) que elaborasse a letra da música, que já se tornara familiar aos santarenos.

Letra e música foram publicadas no “Álbum do Centenário de Santarém”, editado em 1948, pelo então Prefeito Municipal Adherbal Tapajós Caetano Corrêa.

O hino foi oficializado a partir de Projeto de Lei apresentado pelo Vereador Edson Sirotheau Serique e convertido na Lei Municipal nº 245, de 22.10.1971, sancionada pelo Prefeito Everaldo de Sousa Martins.

A peça tem partituras para Banda, Coro a 4 vozes mistas e transcrições para Piano solo e Piano a 4 mãos (“Fantasia sobre o Hino de Santarém”), escritas pelo compositor.

No livro “Meu Baú Mocorongo” (v. 2, p. 544), Wilson Fonseca conta que “após a sua oficialização em cujo ato fizeram-se presentes o Governador do Pará e o Prefeito Municipal de Santarém [em solenidade realizada na Câmara Municipal, em 23.10.1971], o hino foi gravado no Rio de Janeiro em disco compacto [intitulado “Ano do Sesquicentenário da Independência”], numa interpretação conjunta do ‘Coro da Rádio Ministério da Educação e Cultura’ e ‘Orquestra Sinfônica Nacional’, sob a regência do maestro Nelson Nilo Hack, lançado pelo Governador Fernando José de Leão Guilhon, no encerramento da ‘Semana de Santarém’ levada a efeito no ‘Theatro da Paz’ [na época, dirigido pelo maestro Waldemar Henrique], em Belém, no período de 23 a 27 de outubro de 1972”.

O hino foi gravado, nas versões para Coro e Orquestra e apenas Orquestra, pela Orquestra Jovem e Coral “Maestro Wilson Fonseca”, de Santarém (PA), sob a regência do Maestro José Agostinho da Fonseca Neto, no CD “Sinfonia Amazônica” (volume 1), em 2002.

Em junho de 2011, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, sob a regência do Maestro Miguel Campos Neto, fez um concerto na Casa da Cultura, em Santarém, na data do aniversário da cidade (dia 22), que completava 350 anos de fundação. No programa musical, obras de Wilson Fonseca, algumas com arranjos orquestrais que elaborei (Hino de Santarém, Canção de Minha Saudade, Samaritana e Um Poema de Amor), com participações do Coral Maestro Wilson Fonseca e da cantora Cristina Caetano.

A primeira frase do belo “Hino de Santarém” (“Santarém do meu coração...”) foi sugestão dada pelo próprio Wilson Fonseca ao ilustre parceiro, numa autêntica revelação de seu amor pela Pérola do Tapajós, repetido em tantas outras composições, verdadeiros clássicos do cancioneiro santareno, algumas consideradas “hinos sentimentais” da terra querida.

Eis a letra do hino:

HINO DE SANTARÉM
Letra: Paulo Rodrigues dos Santos (1948)
Música: Wilson Fonseca (1941)

Santarém do meu coração!
Terra mimosa, de paz e de sonhos de amor.
Santarém do meu coração!
Lindo jardim, vivaz canteiro do Céu todo em flor.
Santarém, princesa da luz,
De praias alvas e campinas verdes, rio de anil,
Onde flutuam iáras mil,
Loucas, ao léu na onda azul.
Santarém, meu jardim, meu Pará, Meu Brasil.

Flor das margens virentes,
Formosas, ridentes,
Do meu Tapajós azul
– Azul como o Céu –
Quero cantar meu torrão, Santarém,
Terra de encantos, de amor e de luz,
Onde o Cruzeiro sem véu
Espelha a sombra da Cruz
No Céu.

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