quarta-feira, 22 de julho de 2015

Tenhamos cuidado com Eduardo Cunha. Desesperado, ele é um perigo ambulante.


Sabem de uma coisa?
Não podemos - nem eu, nem você, nem ninguém - ficar reféns desse monumento vivo à moralidade, aos bons costumes e às boas práticas que se chama Eduardo Cunha.
Está bem que Cunha é um investigado - ainda é.
Sobre investigados não podemos fazer juízos definitivos.
Acontece, meus caros, que Eduardo Cunha não é qualquer um.
Ele é o presidente da Câmara dos Deputados.
É o terceiro na linha sucessória.
Ele deveria, portanto, dotar-se de um figurino moral como aquele que se preceituava à mulher de César, que, além de ser honesta, deveria parecer honesta.
Mas Cunha está sob a suspeita de ter cobrado - e recebido - US$ 5 milhões em propinas.
Quem o acusou foi um delator perante um juiz federal.
Acusado, ele reage procurando acusadores no espaço.
Acusado, Eduardo Cunha se faz de burro?
Mas não é burro, não.
Burro ele não é.
Muito pelo contrário.
Eduardo Cunha se faz de burro porque é muito inteligente. E esperto.
Ele tem manha, astúcia.
Sabe muito bem as artes e "desartes" de ser ladino.
Porque é muito inteligente, ainda que se faça de burro, é que Cunha acusa o Planalto e a Procuradoria Geral da República de terem "pressionado" o lobista Júlio Camargo a acusá-lo de ter recebido Us$ 5 milhões em propinas.
Cunha, esse ladino, está brincando.
Camargo fez a revelação no âmbito de uma delação premiada, que está sob o controle, estrito e restrito, do Poder Judiciário, no caso o juízo que tem à frente Sérgio Moro, juiz federal do Paraná.
Dizendo essas patranhas, o presidente da Câmara indica a quantas anda o seu desespero.
E ele que se contenha.
Porque, se não contiver seus ímpetos, cairá antes da presidente Dilma, que ele próprio, a partir de agora, tentará derrubar dando encaminhamento aos processos de impeachment.
Tenham cuidado com Eduardo Cunha.
Ele é um perigo.
É uma ameaça ambulante.
E sabem de mais uma coisa?
Ele precisa renunciar à presidência da Câmara dos Deputados.
Se não quer renunciar, no mínimo deveria licenciar-se até ser concluída a investigação em curso.
Se não vier a ser denunciado, então retornaria ao cargo.
Se fosse oferecida denúncia contra ele, deveria renunciar em definitivo.
E assim que funciona num país que não merece ter um personagem como Eduardo Cunha presidente de uma das casas congressuais.
Mas num país como o Brasil, que elegeu Cunha presidente da Câmara, pode-se esperar um atitude como essa que o bom senso recomenda.
Pode-se?

4 comentários:

Anônimo disse...

Pior é que já anunciou que não vai derrubar o veto.

Anônimo disse...

O PT que fora da presidência, porque é ele quem recebe a inicial do impeachement

Anônimo disse...

e ainda existe quem defenda o parlamentarismo, imagine Eduardo Cunha primeiro ministro

Ismaelino Valente disse...

O Brasil precisa de alguém com coragem ou loucura suficiente para levar a Dilma ao impeachment ou à rejeição das contas dela. Por pior que seja, é ele.